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Bolívia e Brasil fortalecem vínculo comercial através da exploração conjunta de hidrocarbonetos

© Foto / Palácio do Planalto / Ricardo StuckertLuis Arce, presidente da Bolívia, se encontra com Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, na 63ª Cúpula do Mercosul, no Rio de Janeiro, em 7 de dezembro de 2023
Luis Arce, presidente da Bolívia, se encontra com Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, na 63ª Cúpula do Mercosul, no Rio de Janeiro, em 7 de dezembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 25.05.2024
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O retorno à presidência de Luiz Inácio Lula da Silva intensificou a relação bilateral com o governo de Luis Arce. Além de comprar gás boliviano, a empresa estatal Petrobras começará a extrair gás e petróleo no país vizinho. O embaixador da Bolívia no Brasil compartilhou com a Sputnik os projetos futuros.
O produto mais exportado do lado boliviano para o brasileiro é o gás, representando 95% do total comercializado. No entanto, a falta de poços petrolíferos em funcionamento representa um dos principais desafios para o governo de Luis Arce. O embaixador da Bolívia no Brasil, Horacio Villegas Pando, observou que, embora a Bolívia tenha reservas de petróleo suficientes, nos últimos dez anos não houve um trabalho adequado para garantir sua disponibilidade atual.
É necessário investir na exploração de novos campos, mas Villegas adverte que este é um negócio arriscado, pois, após gastar grandes somas de dinheiro, pode não ser encontrado recurso nas áreas exploradas.
O embaixador considerou as relações entre os dois países e comentou que durante a presidência de Jair Bolsonaro (2019-2022) "as relações entre Bolívia e Brasil esfriaram, vários projetos foram paralisados e, com o retorno de Lula, a situação mudou 180 graus".
"Acredito que a convergência ideológica e política com o presidente Arce ajudou na configuração de uma agenda de trabalho entre os dois países, em diferentes áreas", destacou.
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Após a posse de Lula, lembrou, o Congresso brasileiro aprovou a entrada da Bolívia no Mercosul (Mercado Comum do Sul), que estava travada desde 2017. Na Bolívia, é necessário que a Assembleia Legislativa Plurinacional se reúna para aprovar a entrada. Entretanto, conflitos internos no partido majoritário, o Movimento ao Socialismo (MAS), impedem o trabalho legislativo.
Uma vez aprovada pela Assembleia, Bolívia será o único país da América do Sul que pertence à CAN (Comunidade Andina de Nações) e ao Mercosul.

"É um país de ligação entre ambos os grupos de países. Acredito que se consolida como o centro da América do Sul em vários aspectos, não apenas energético, mas também logístico", disse o representante boliviano. "Devido à sua localização, a Bolívia é um ponto de passagem obrigatório para os produtos do centro-oeste do Brasil, exportados para a China e outros países através de portos no oceano Pacífico", explicou Villegas.

Para o embaixador, é importante aprofundar o vínculo com a Petrobras, porque no Brasil "é necessário alimentar um mercado que consome 70 milhões de metros cúbicos de gás por dia", comentou ao ressaltar que o Brasil voltou a se posicionar entre as dez maiores economias do mundo.
"Mas o gás da Bolívia se torna extremamente importante, porque o Brasil está entrando em um processo de mega industrialização, o que exigirá maiores quantidades desse recurso", opinou.
Em 2023, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi de 2,9%, equivalente a US$ 2,17 trilhões (R$ 11 trilhões), segundo relatório da consultora Austin Ratings.

"Acredito que o Brasil tem a necessidade de investir na Bolívia, criar condições para produzir gás destinado às indústrias petroquímicas brasileiras", argumentou Villegas. "Bolívia possui reservas de gás. Com a descoberta de novas bacias [na Amazônia Norte], o potencial em gás e petróleo é amplo", acrescentou.

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Visita de Lula à Bolívia

Uma reunião entre Lula e Arce está prevista para ocorrer na primeira quinzena de julho, na cidade de Santa Cruz de la Sierra, a fim de consolidar a relação bilateral através da assinatura de vários acordos.
O embaixador afirmou que é necessário ter a confirmação do presidente Arce sobre essa visita, mas ambas as chancelarias já estão trabalhando nisso.
O último presidente brasileiro a visitar a Bolívia foi precisamente Lula da Silva em 2011. Ele voltou mais tarde, mas não como presidente.
O presidente Arce esteve no Brasil em 2022 e se reuniu com o presidente Lula, quando ainda estava em campanha. Voltou em 1º de janeiro de 2023 para a posse de Lula e "tiveram diferentes reuniões", disse Villegas ao destacar que somente na cidade brasileira de São Paulo vivem 700 mil bolivianos. Da mesma forma, indicou que na Bolívia os brasileiros constituem a maior comunidade estrangeira, com 60 mil habitantes.

Bolívia no BRICS?

O governo de Luis Arce manifestou em todo momento seu interesse em se juntar ao bloco de países emergentes do BRICS, assim chamados por seus fundadores em 2010: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em 2023, a Argentina foi convidada a se integrar, mas o atual presidente Javier Milei rejeitou o convite.
Assim, a Bolívia aumentou suas chances de ocupar um lugar estratégico por sua localização geográfica, bem como por sua vasta disponibilidade de recursos naturais. "Seria muito importante ingressar neste bloco, que tem as economias mais desenvolvidas, como China e Rússia", opinou Villegas.
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