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Especialista: EUA não fizeram golpe na Bolívia diretamente, mas poderiam ter contatos com militares

© AFP 2023 / Aizar RaldesApoiadores do presidente boliviano Luis Arce se reúnem do lado de fora do Palácio Quemado, na Praça Murillo, La Paz, Bolívia, 26 de junho de 2024
Apoiadores do presidente boliviano Luis Arce se reúnem do lado de fora do Palácio Quemado, na Praça Murillo, La Paz, Bolívia, 26 de junho de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 27.06.2024
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Um acadêmico da Faculdade de Relações Internacionais da Universidade Estatal de São Petersburgo excluiu que Washington tenha ordenado a ação, mas acredita que ele tem contatos com militares do país sul-americano.
Os Estados Unidos não estiveram diretamente envolvidos na preparação do golpe militar na Bolívia, mas provavelmente tiveram alguns contatos com os militares e veem favoravelmente a substituição da atual liderança do país, sugeriu um professor da Faculdade de Relações Internacionais da Universidade Estatal de São Petersburgo à Sputnik.
"Certamente, eles veriam isso [a mudança de poder na Bolívia] com bons olhos", explicou Viktor Kheifets. A Bolívia tem projetos para exploração de lítio com a China e a Rússia.

"A Bolívia é um dos três países da América Latina com as maiores reservas de lítio [...]. Isso é importante, mas não o suficiente para largar tudo agora mesmo e começar a encenar um golpe", crê.

O especialista acredita que Washington e os militares bolivianos provavelmente tiveram e ainda têm alguns contatos, mas é improvável que os EUA tenham estado diretamente por trás da preparação da ação. Se o país norte-americano tivesse planejado o golpe, ele teria terminado "com um alcance muito maior e provavelmente com sucesso", sugeriu Kheifets.
Mulher caminha em frente a militares na Praça Murillo, em La Paz, na Bolívia, em 26 de junho de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 26.06.2024
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Líderes latino-americanos se manifestam contra golpe na Bolívia e apoiam Arce
Na quarta-feira (26) foi relatada uma ação militar na Praça Murillo, em La Paz, Bolívia, onde estão localizados os prédios do governo, onde surgiram veículos especiais. Os militares, liderados pelo general José Zúñiga, que foi demitido do cargo de comandante do Exército, teriam tentado usar um veículo blindado para invadir o palácio presidencial.
Luis Arce, presidente da Bolívia, pediu que a democracia fosse respeitada e descreveu o que estava acontecendo como uma tentativa de golpe de Estado. De acordo com a agência francesa AFP, um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA disse que Washington estava monitorando de perto a situação na Bolívia, e pediu calma.
Os tumultos na praça de La Paz duraram cerca de três horas. Durante todo esse tempo, Arce estava dentro do palácio. Ele se dirigiu à nação e nomeou um novo comando do Exército, e pediu aos militares que deixassem a praça, enquanto Zúñiga e dois outros comandantes militares foram presos. Nove pessoas ficaram feridas na tentativa de golpe.
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