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UE atacou mais Orbán nas últimas semanas do que condenou ações de Israel em meses, diz jornal chinês

© AFP 2023 / Ludovic Marin O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, fala com jornalistas antes da Cúpula do Conselho Europeu na sede da UE em Bruxelas, em 27 de junho de 2024
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, fala com jornalistas antes da Cúpula do Conselho Europeu na sede da UE em Bruxelas, em 27 de junho de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 13.07.2024
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Em um artigo escrito por Chen Weihua, editor-chefe do jornal China Daily com sede em Bruxelas, o jornalista comentou "a resposta histérica dos líderes da União Europeia e seus Estados-membros" diante das últimas viagens feitas pelo premiê húngaro Viktor Orbán.
Orbán concluiu esta semana um percurso diplomático visitando Kiev, Moscou, Pequim e Washington depois que seu país assumiu a presidência rotativa de seis meses do Conselho da União Europeia em 1º de julho.
No entanto, sua tentativa de pôr fim ao conflito entre Rússia e Ucrânia, ao tentar persuadir os dois lados a concordarem com um cessar-fogo, provocou uma resposta histérica do bloco europeu.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse em 5 de julho que "o apaziguamento não vai parar Putin" em resposta à visita a Moscou. O chanceler Olaf Scholz e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disseram que o primeiro-ministro "não representa a posição dos países da UE".

"Ataques contra o governo Orbán não são novidade, mas a resposta furiosa dos líderes da UE contra a diplomacia de vaivém de Orbán é chocante. Infelizmente, muito mais líderes da UE atacaram Orbán nas últimas semanas do que condenaram os ataques implacáveis ​​de Israel à Faixa de Gaza nos últimos nove meses", escreveu Chen Weihua.

Na visão do jornalista, o fato do premiê ser um dos poucos líderes da UE que pode alcançar todos os lados, "faz dele um candidato ideal para tentar acabar com o conflito Rússia-Ucrânia".
"Seus esforços devem ser bem-vindos, especialmente porque os Estados Unidos e a OTAN têm prolongado o conflito, o que pode resultar em mais mortes e destruição e riscos de espalhar a guerra em outras regiões", escreveu o editor-chefe.
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Chen relata que, na terça-feira (2), durante uma coletiva de imprensa, perguntou ao porta-voz da Comissão Europeia, Eric Mamer, por que a UE é contrária à tentativa de Orbán de mediar a paz entre Moscou e Kiev.
Ao responder, Mamer reciclou a mesma resposta que o bloco europeu vem dando nos últimos dois anos: "Há uma maneira muito simples de acabar com o conflito [...] e é a Rússia parar a guerra", disse o porta-voz.

O editor analisou que "esta é uma resposta muito simplista para uma questão muito complexa, e não vai funcionar. A Rússia tem há anos expressado sua oposição à expansão da OTAN para o leste. No entanto, os líderes dos Estados Unidos e da OTAN se recusaram a abordar a preocupação da Rússia em suas cartas de resposta a Moscou em janeiro de 2022. Pior, o presidente dos EUA, Joe Biden, em uma entrevista recente à ABC, se gabou da expansão da OTAN".

Os líderes da aliança reunidos para sua cúpula em Washington esta semana reiteraram sua estratégia de apoiar e armar a Ucrânia. No entanto, eles sabem bem que as diferenças entre Moscou e Kiev podem ser resolvidas apenas por meio do diálogo e da diplomacia, não no campo de batalha, afirma Chen.
Talvez seja por isso que Orbán disse, sem rodeios, ao jornal alemão Bild e ao canal de notícias Welt que "[...] a América tem uma política de guerra e a Europa está apenas copiando a posição americana em vez de ter sua própria abordagem estratégica", relembrou o editor-chefe.
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Por fim, Chen cita uma pesquisa divulgada pelo Instituto de Assuntos Globais (IGA, na sigla em inglês), sediado em Nova York, em junho, na qual foi demonstrado que 94% das pessoas nos EUA e 88% na Europa Ocidental querem que os Estados-membros da OTAN busquem um acordo negociado para encerrar o conflito Rússia-Ucrânia.
Isso mostra o quão desconectados os líderes dos EUA, da OTAN e da UE estão de seus povos e por que Orbán deve ser encorajado a continuar seus esforços de paz, concluiu o editor-chefe.
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