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Quais perigos uma mudança no campo magnético da Terra pode nos trazer?
Quais perigos uma mudança no campo magnético da Terra pode nos trazer?
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O movimento do polo norte magnético acelerou de forma significativa recentemente. Pode haver uma inversão num futuro próximo, mas há argumentos contra essa... 18.08.2024, Sputnik Brasil
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A geofísica é a ciência das heterogeneidades e das anomalias. Nosso planeta é formado por camadas heterogêneas em sua composição e estado agregado, por isso existem heterogeneidades, explica o especialista em geoinformática, doutor em ciências físicas e matemáticas e membro correspondente da Academia de Ciências da Rússia, Anatoly Soloviov, ao portal Rússia Científica. O aparecimento de um campo magnético exige que surjam algumas heterogeneidades nas camadas terrestres, o que dá origem a processos não estacionários, indica o geofísico. É importante destacar que o campo magnético é um dos fatores que contribuíram para a formação da vida na Terra, já que a magnetosfera nos protege dos efeitos da radiação solar, acrescenta.Por que o campo magnético muda?Mudanças no campo magnético estão relacionadas a processos no núcleo líquido da Terra. Porém, detalha o cientista, eles ainda não foram totalmente estudados e só é possível reconstruir os processos no núcleo líquido com o uso de aproximações teóricas.O campo magnético principal muda lentamente e é caracterizado por um curso secular. As tendências de longo prazo em escalas de cinco a 15 anos são extremamente importantes para a compreensão da dinâmica de tal campo. Segundo o especialista, até recentemente as mudanças no campo magnético eram medidas na escala de um século e agora é possível captar variações na escala de cinco a dez anos.Além disso, Soloviov desenvolveu o Atlas do Campo Magnético da Terra, que mostra a evolução do campo magnético do ano 1500 a 2010. O cientista observou que o movimento do polo norte magnético acelerou de forma significativa recentemente. Pode-se esperar uma inversão num futuro próximo, mas há argumentos contra, ressalta.Em suma, estes são processos cíclicos normais. As reversões ocorrem, em média, uma vez a cada 500 mil anos, com a última reversão ocorrendo há cerca de 750 mil anos, explica ele."Ninguém sabe quando ocorrerá o próximo. Isso não acontece regularmente", diz ele.Como as mudanças no campo magnético afetam nossa saúde e bem-estar?Muitas pessoas entram em pânico diante de tempestades magnéticas, acreditando que são prejudiciais à saúde. Por sua vez, o especialista explica que uma tempestade magnética pode afetar a saúde humana indiretamente, alterando a pressão atmosférica, o que por sua vez pode ter efeitos negativos no estado de saúde das pessoas."Obviamente, existem fatores que afetam mais fortemente a pressão arterial: ciclones, anticiclones, alteração hormonal. Os funcionários de grandes usinas elétricas estão permanentemente expostos a tempestades magnéticas muitas vezes mais fortes do que aquelas que vemos como resultado da exposição solar e não temos ouvido nada sobre eles se sentirem mal", argumenta Soloviov.Na verdade, nos expomos às mesmas influências eletromagnéticas vinte e quatro horas por dia sem pensar que as consequências poderiam ser muito mais graves. Por exemplo, o uso constante de computadores e dispositivos pode ser comparado aos efeitos do campo geomagnético, acrescenta o cientista.Por outro lado, Soloviov destaca que em altas latitudes, onde partículas de alta energia penetram muito perto da superfície da Terra e podem atingir altitudes de voo de aeronaves, a influência de tal plano de radiação pode ser sentida.De acordo com o pesquisador, não há necessidade de temer erupções solares ou tempestades magnéticas, por exemplo. A inversão que ocorreu há 750 mil anos não causou uma extinção global.O estudo do campo magnético terrestre permite prever as suas variações externas, avaliar com maior precisão o impacto negativo nas linhas de energia, na proteção anticorrosiva dos oleodutos, nos sistemas ferroviários e outros sistemas de transporte, bem como corrigir o movimento dos aviões e estar preparado para o impacto da radiação solar nos sistemas de satélites, conclui.
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ciência e tecnologia, campo magnético, tempestade magnética, erupção solar, tempestade solar, terra, atmosfera, geofísica, ciclone, aviação, céu, magma
ciência e tecnologia, campo magnético, tempestade magnética, erupção solar, tempestade solar, terra, atmosfera, geofísica, ciclone, aviação, céu, magma
Quais perigos uma mudança no campo magnético da Terra pode nos trazer?
14:32 18.08.2024 (atualizado: 14:46 18.08.2024) O movimento do polo norte magnético acelerou de forma significativa recentemente. Pode haver uma inversão num futuro próximo, mas há argumentos contra essa possibilidade, diz o geofísico russo Anatoly Soloviov. O especialista explica por que isso acontece e o quanto as mudanças afetam a nossa saúde e bem-estar.
A geofísica é a ciência das heterogeneidades e
das anomalias. Nosso planeta é formado por camadas heterogêneas em sua composição e estado agregado, por isso existem heterogeneidades, explica o especialista em geoinformática, doutor em ciências físicas e matemáticas e membro correspondente da Academia de Ciências da Rússia,
Anatoly Soloviov, ao portal Rússia Científica.
O aparecimento de um campo magnético exige que surjam algumas heterogeneidades nas camadas terrestres, o que dá origem a processos não estacionários, indica o geofísico. É importante destacar que o campo magnético é um dos fatores que contribuíram para a formação da vida na Terra, já que a magnetosfera nos protege dos efeitos da radiação solar, acrescenta.
Por que o campo magnético muda?
Mudanças no campo magnético estão relacionadas a processos no núcleo líquido da Terra. Porém,
detalha o cientista, eles ainda não foram totalmente estudados e só é possível reconstruir os processos no núcleo líquido com o uso de aproximações teóricas.
O campo magnético principal
muda lentamente e
é caracterizado por um curso secular. As tendências de longo prazo em escalas de cinco a 15 anos são extremamente importantes para a compreensão da dinâmica de tal campo. Segundo o especialista, até recentemente as mudanças no
campo magnético eram medidas na escala de um século e agora é possível captar variações na escala de cinco a dez anos.
"Aprendemos a detectar essas mudanças de campo, causadas principalmente por processos que ocorrem na fronteira entre o núcleo líquido e o manto. Podemos registrá-las usando observatórios geomagnéticos de alta precisão e sistemas de satélites de baixa órbita", explica o pesquisador.
Além disso, Soloviov desenvolveu o Atlas do Campo Magnético da Terra, que mostra a evolução do campo magnético do ano 1500 a 2010. O cientista observou que o movimento do polo norte magnético acelerou de forma significativa recentemente. Pode-se esperar uma inversão num futuro próximo, mas há argumentos contra, ressalta.
"É possível que o polo norte magnético sofra uma mudança, que é acompanhada por um forte enfraquecimento do campo magnético. Há 40 mil anos, sua força atual foi enfraquecida várias vezes. Mas, no entanto, tudo voltou ao seu lugar", comenta os resultados de sua pesquisa.
Em suma, estes são processos cíclicos normais. As reversões ocorrem, em média, uma vez a cada 500 mil anos, com a última reversão ocorrendo há cerca de 750 mil anos, explica ele.
"Ninguém sabe quando ocorrerá o próximo. Isso não acontece regularmente", diz ele.
Como as mudanças no campo magnético afetam nossa saúde e bem-estar?
Muitas pessoas entram em pânico diante de
tempestades magnéticas, acreditando que são prejudiciais à saúde. Por sua vez, o especialista explica que uma tempestade magnética pode afetar a saúde humana indiretamente, alterando a pressão atmosférica, o que por sua vez pode ter efeitos negativos no estado de saúde das pessoas.
"Obviamente, existem fatores que afetam mais fortemente a pressão arterial: ciclones, anticiclones, alteração hormonal. Os funcionários de grandes usinas elétricas estão permanentemente expostos a tempestades magnéticas muitas vezes mais fortes do que aquelas que vemos como resultado da
exposição solar e
não temos ouvido nada sobre eles se sentirem mal", argumenta Soloviov.
Na verdade, nos expomos às mesmas influências eletromagnéticas vinte e quatro horas por dia sem pensar que as consequências poderiam ser muito mais graves. Por exemplo, o uso constante de computadores e dispositivos pode ser comparado aos efeitos do campo geomagnético, acrescenta o cientista.
Por outro lado, Soloviov destaca que em altas latitudes, onde
partículas de alta energia penetram muito perto da superfície da Terra e podem atingir altitudes de voo de aeronaves, a influência de tal plano de radiação pode ser sentida.
"Portanto, o centro de monitoramento do clima espacial fornece uma previsão sobre o nível de atividade geomagnética na superfície da Terra, que também é interesse dos serviços de aviação. A trajetória é ajustada com base no clima espacial. De fato, no caso de uma poderosa tempestade magnética, uma pessoa nesta altitude pode receber em uma hora, uma dose de radiação comparável à dose média anual de radiação", conta.
De acordo com o pesquisador, não há necessidade de temer erupções solares ou tempestades magnéticas, por exemplo. A inversão que ocorreu há 750 mil anos não causou uma extinção global.
O estudo do campo magnético terrestre permite prever as suas variações externas, avaliar com maior precisão o impacto negativo nas linhas de energia, na proteção anticorrosiva dos oleodutos, nos sistemas ferroviários e outros sistemas de transporte, bem como corrigir o movimento dos aviões e estar preparado para o impacto da
radiação solar nos sistemas de satélites, conclui.
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