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Fala de Putin sobre o Brasil na mediação do conflito em Kiev evidencia 'força diplomática' do país
Fala de Putin sobre o Brasil na mediação do conflito em Kiev evidencia 'força diplomática' do país
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Nesta quinta-feira (5), o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que o Brasil é um dos países interessados em pôr um fim ao conflito em curso na Ucrânia. 05.09.2024, Sputnik Brasil
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A declaração foi dada durante a realização do Fórum Econômico do Oriente, na cidade russa de Vladivostok.Segundo especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil, a fala de Putin reforça o papel do Brasil como país neutro e solucionador de conflitos via intermediação diplomática.À Sputnik, Larissa Caroline da Silva, mestre em relações internacionais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), pontuou que esse movimento do líder da Rússia realça a força diplomática brasileira.Larissa Caroline acredita também que o governo brasileiro "aceitaria tranquilamente e […] gostaria de fazer […] parte dessa negociação […] desse conflito".Mudança de percepçãoPara o jurista Hugo Albuquerque, "o Brasil é um dos poucos países que têm tomado uma posição de querer encerrar realmente o conflito".Segundo Larissa, a declaração recente do presidente russo pode de fato impactar a percepção de alguns países sobre a neutralidade do Brasil. No entanto, ela também abre uma oportunidade estratégica para o país se afirmar como um mediador eficaz.Larissa observou ainda que o Brasil "tem uma boa relação com a Rússia" e que essa relação remonta a décadas passadas, não apenas aos tempos recentes do BRICS. "O Brasil pode desempenhar um papel maior no cenário internacional do que ele desempenha atualmente", afirmou. Ela ressaltou a importância dessa relação histórica, dizendo que "é muito interessante e acaba casando com a estratégia da diplomacia brasileira".Albuquerque reforçou à Sputnik Brasil que há um interesse chinês em pôr fim no conflito na Ucrânia. De acordo com ele, no curto prazo, como esse conflito aumenta o valor do petróleo e as taxas de juros globais, "é um conflito que desafia a China no curto prazo e é problemático no médio e longo".Ucrânia desinteressada no fim do conflitoEm sua análise, o jurista Hugo Albuquerque avaliou que a atual ideologia política ucraniana não vai querer o fim das operações, porque ela não parece interessada no fim do conflito.Em relação ao futuro do papel do Brasil na mediação de conflitos, Larissa mencionou que a recente declaração de Putin é um passo significativo: "Muito interessante essa fala do Putin trazendo a Índia, a China e o Brasil de novo para essa pauta, porque logo mais a gente tem encontro do BRICS [em Kazan, na Rússia, de 22 a 24 de outubro]". O tema da cooperação entre a Rússia, a Índia e a China foi destacado durante a sessão "Cooperação econômica entre Rússia, Índia e China nos formatos BRICS e RIC no espaço eurasiano: sinergia e equilíbrio de interesses" do fórum.Ela vê a possibilidade de que a mediação possa começar a tomar mais forma nessa reunião, dependendo do que acontecer."É muito interessante, porque de um lado a gente tem o Brasil, que é esse país na América do Sul que também lida com a questão dos Estados Unidos, influenciando muito na região; e do outro lado a gente tem a China, que é essa grande potência que está disputando com os Estados Unidos", explicou.
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Fala de Putin sobre o Brasil na mediação do conflito em Kiev evidencia 'força diplomática' do país
17:38 05.09.2024 (atualizado: 10:20 09.09.2024) Especiais
Nesta quinta-feira (5), o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que o Brasil é um dos países interessados em pôr um fim ao conflito em curso na Ucrânia.
A declaração foi dada durante a realização do Fórum Econômico do Oriente, na cidade russa de Vladivostok.
Segundo especialistas ouvidos pela Sputnik Brasil, a fala de Putin reforça o papel do Brasil como país neutro e solucionador de conflitos via intermediação diplomática.
À Sputnik, Larissa Caroline da Silva, mestre em relações internacionais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), pontuou que esse movimento do líder da Rússia realça a força diplomática brasileira.
"A declaração do Putin sobre o Brasil coloca o Brasil de novo nessa questão [como solucionador e intermediador], que é algo que o presidente Lula vem desde o início do mandato se posicionando. E o Brasil, inclusive, já tinha demonstrado interesse em ser mediador desse conflito", cravou a internacionalista.
Larissa Caroline acredita também que o governo brasileiro "aceitaria tranquilamente e […] gostaria de fazer […] parte dessa negociação […] desse conflito".
Para o jurista Hugo Albuquerque, "o Brasil é um dos poucos países que têm tomado uma posição de querer encerrar realmente o conflito".
"O Ocidente coletivo tem tomado uma posição de derrotar a Rússia. Por isso o presidente Putin chega a essa referência ao Brasil, e a mesma coisa à China, que é uma aliada até mais orgânica da Rússia. Ela busca uma solução, porque à China não interessa economicamente e geopoliticamente esse conflito; ela busca uma saída concertada. Mas isso não interessa ao Ocidente liderado pelos Estados Unidos", analisou Albuquerque.
Segundo Larissa, a declaração recente do presidente russo pode de fato impactar a percepção de alguns países sobre a neutralidade do Brasil. No entanto, ela também abre uma
oportunidade estratégica para o país se afirmar como um mediador eficaz.
"Acredito que a afirmação do Putin pode impactar a percepção de alguns países sobre a neutralidade do Brasil, mas talvez seja até interessante trazer o Brasil para essa discussão", comentou Larissa. Ela destacou que "o Brasil é um país que não se envolve em conflitos, tem boas relações com os seus vizinhos" e que sempre manteve a visão de ser um país pacífico em sua política externa.
Larissa observou ainda que o Brasil "tem uma boa relação com a Rússia" e que essa relação remonta a décadas passadas, não apenas aos tempos recentes do BRICS. "O Brasil pode desempenhar um papel maior no cenário internacional do que ele desempenha atualmente", afirmou. Ela ressaltou a importância dessa relação histórica, dizendo que "é muito interessante e acaba casando com a estratégia da diplomacia brasileira".
Albuquerque reforçou à Sputnik Brasil que há um interesse chinês em pôr fim no conflito na Ucrânia. De acordo com ele, no curto prazo, como esse conflito aumenta o valor do petróleo e as taxas de juros globais, "é um conflito que desafia a China no curto prazo e é problemático no médio e longo".
Ucrânia desinteressada no fim do conflito
Em sua análise, o jurista Hugo Albuquerque avaliou que a atual ideologia política ucraniana não vai querer o fim das operações, porque ela não parece interessada no fim do conflito.
"Ela [a Ucrânia] parece ter um interesse de lutar até o fim e, de alguma maneira, criar uma provocação contra a Rússia, como a gente tem visto em Kursk. Então pode haver, na realidade, um aumento de um racha, com o Norte Global querendo a guerra, o Sul Global não querendo e sendo apontado como a parte 'não neutra' pelo Norte Global. [Porém] este, sim, não é neutro e incentiva um lado do conflito", cravou à Sputnik Brasil.
Em relação ao futuro do papel do Brasil na mediação de conflitos, Larissa mencionou que a recente declaração de Putin é um passo significativo: "Muito interessante essa fala do Putin trazendo a Índia, a China e o Brasil de novo para essa pauta, porque logo mais a gente tem encontro do BRICS [em Kazan, na Rússia, de 22 a 24 de outubro]". O tema da cooperação entre a Rússia, a Índia e a China foi destacado durante a sessão "Cooperação econômica entre Rússia, Índia e China nos formatos BRICS e RIC no espaço eurasiano: sinergia e equilíbrio de interesses" do fórum.
Ela vê a possibilidade de que a mediação possa começar a tomar mais forma nessa reunião, dependendo do que acontecer.
"É muito interessante, porque de um lado a gente tem o Brasil, que é esse país na América do Sul que também lida com a questão dos Estados Unidos,
influenciando muito na região; e do outro lado a gente tem a
China, que é essa grande potência que
está disputando com os Estados Unidos", explicou.
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