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Polônia condiciona adesão de Kiev à UE à exumação de corpos da 2ª Guerra Mundial em solo ucraniano
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Vladimir Zelensky ficou furioso após uma reunião no mês passado com o chanceler polonês, o qual fez questão de frear as ambições da Ucrânia de adesão rápida à... 13.10.2024, Sputnik Brasil
2024-10-13T10:57-0300
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A mídia relata que, durante o intercâmbio em Kiev no mês passado, o ministro das Relações Exteriores polonês, Radoslaw Sikorski, frustou as expectativas de acelerar o processo para entrada ucraniana no bloco europeu.O chanceler mencionou as exigências de Varsóvia, incluindo a de que as vítimas dos massacres de poloneses étnicos na Segunda Guerra Mundial sejam exumadas das terras que agora pertencem à Ucrânia.As tensões renovadas com o vizinho, que pontuaram as relações mesmo depois da operação russa, ressaltam o difícil caminho da Ucrânia em direção à integração ocidental.As coisas pareciam mais esperançosas um ano atrás. Quando Donald Tusk retornou ao cargo de primeiro-ministro da Polônia, Tusk prometeu melhorar as relações que haviam sofrido sob o governo anterior. A administração passada impôs uma proibição às importações de grãos ucranianos em resposta aos fazendeiros que denunciaram o que chamaram de queda nos preços motivada por um excesso de trigo do leste.Mas Tusk também teve que navegar na política polonesa. Enquanto ele jurou reunir apoio para Kiev em seu primeiro discurso ao parlamento em dezembro passado, o premiê garantiu que ele mostraria "assertividade cordial e amigável" em questões que pudessem colocar os interesses nacionais da Polônia em risco.O vice-primeiro-ministro polonês, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, disse que a adesão da Ucrânia à UE estava fora de questão até que os mortos fossem tratados com respeito. Tusk disse o mesmo.A divisão das terras ucranianas entre a Polônia e a União Soviética após a Primeira Guerra Mundial alimentou queixas étnicas enquanto Varsóvia lançava políticas opressivas para assimilar novas populações. As hostilidades crescentes culminaram nos massacres de poloneses em Volyn de 1943 a 1945 e no subsequente reassentamento forçado de cerca de 150.000 ucranianos.Embora Kiev reconheça as atrocidades de Volyn, também apelou à Polônia para não politizar a questão — e buscar maneiras para um acordo pacífico. Mas o foco de Sikorski na questão na reunião com Zelensky, que também contou com a presença do ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, mostrou que qualquer intenção de deixar isso para os historiadores era um fracasso em Varsóvia.Questionado sobre a reunião, o chanceler polonês disse em uma entrevista de rádio que sabe "como expor as coisas com firmeza" — e recebeu garantias de que uma solução será encontrada. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrei Sibiga, se encontrou com seu colega polonês e presidente Andrzej Duda, em Varsóvia neste mês, e disse que as conversas foram "construtivas" e "pragmáticas".A Polônia continua a pedir apoio militar cada vez maior para a Ucrânia, sanções mais duras contra a Rússia e acolheu quase dois milhões de refugiados desde o início do conflito. Mas ambos os países têm capítulos históricos dolorosos para trabalhar."A Ucrânia está em uma situação muito complicada e não apenas por causa da guerra. É meio que um negócio inacabado sobre o passado", disse Judy Dempsey, analista da Carnegie Europe em Berlim.
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Polônia condiciona adesão de Kiev à UE à exumação de corpos da 2ª Guerra Mundial em solo ucraniano
10:57 13.10.2024 (atualizado: 11:46 13.10.2024) Vladimir Zelensky ficou furioso após uma reunião no mês passado com o chanceler polonês, o qual fez questão de frear as ambições da Ucrânia de adesão rápida à União Europeia, escreve a Bloomberg neste domingo (13).
A mídia relata que, durante o intercâmbio em Kiev no mês passado, o ministro das Relações Exteriores polonês, Radoslaw Sikorski, frustou as expectativas de acelerar o processo para entrada ucraniana no bloco europeu.
O chanceler mencionou as exigências de Varsóvia, incluindo a de que as vítimas dos massacres de poloneses étnicos na Segunda Guerra Mundial sejam exumadas das terras que agora pertencem à Ucrânia.
De acordo com os participantes da reunião, ouvidos pela agência norte-americana, Sikorski vinculou as exumações às negociações de adesão de Kiev à UE. Se a adesão à UE pode ser negociada em um fórum político, a questão dos massacres de poloneses em 1943 por nacionalistas ucranianos na região de Volyn está se tornando muito mais do que um debate entre historiadores. Estima-se que 100.000 pessoas, incluindo mulheres e crianças, pereceram no massacre, relembra a mídia.
As
tensões renovadas com o vizinho, que pontuaram as relações mesmo depois da operação russa, ressaltam o difícil caminho da Ucrânia em direção à integração ocidental.
As coisas pareciam mais esperançosas um ano atrás. Quando Donald Tusk retornou ao cargo de primeiro-ministro da Polônia, Tusk prometeu melhorar as relações que haviam sofrido sob o governo anterior.
A administração passada impôs uma proibição às importações de grãos ucranianos em
resposta aos fazendeiros que denunciaram o que chamaram de queda nos preços motivada por um excesso de trigo do leste.
Mas Tusk também teve que navegar na política polonesa. Enquanto ele jurou reunir apoio para Kiev em seu primeiro discurso ao parlamento em dezembro passado, o premiê garantiu que ele mostraria "assertividade cordial e amigável" em questões que pudessem colocar os interesses nacionais da Polônia em risco.
O vice-primeiro-ministro polonês, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, disse que a adesão da Ucrânia à UE estava fora de questão até que os mortos fossem tratados com respeito. Tusk disse o mesmo.
"Há uma necessidade de cavar fundo nessa história se estamos prestes a construir um bom futuro. Enquanto não houver respeito por esses padrões do lado ucraniano, então a Ucrânia certamente não se tornará parte da família europeia", disse Kosiniak-Kamysz em uma entrevista coletiva em Varsóvia no final de agosto, segundo a Bloomberg.
A divisão das terras ucranianas entre a
Polônia e a União Soviética após a Primeira Guerra Mundial alimentou queixas étnicas enquanto Varsóvia lançava políticas
opressivas para assimilar novas populações. As hostilidades crescentes culminaram nos massacres de poloneses em Volyn de
1943 a 1945 e no subsequente reassentamento forçado de cerca de
150.000 ucranianos.
Embora Kiev reconheça as atrocidades de Volyn, também apelou à Polônia para não politizar a questão — e buscar maneiras para um acordo pacífico. Mas o foco de Sikorski na questão na reunião com Zelensky, que também contou com a presença do ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, mostrou que qualquer intenção de deixar isso para os historiadores era um fracasso em Varsóvia.
Questionado sobre a reunião, o chanceler polonês disse em uma entrevista de rádio que sabe "como expor as coisas com firmeza" — e recebeu garantias de que uma solução será encontrada. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrei Sibiga, se encontrou com seu colega polonês e presidente Andrzej Duda, em Varsóvia neste mês, e disse que as conversas foram "construtivas" e "pragmáticas".
A
Polônia continua a pedir apoio militar cada vez maior para a Ucrânia, sanções mais duras contra a Rússia e acolheu quase dois milhões de refugiados desde o início do conflito. Mas ambos os países têm capítulos históricos dolorosos para trabalhar.
"A Ucrânia está em uma situação muito complicada e não apenas por causa da guerra. É meio que um negócio inacabado sobre o passado", disse Judy Dempsey, analista da Carnegie Europe em Berlim.
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