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Tentativa de mercenários de violar fronteira russa expõe o nível da interferência dos EUA na Ucrânia

© AP Photo / LibkosSoldado ucraniano segura uma arma enquanto descansa um pouco na linha de frente no vilarejo de Nova York, na região de Donetsk, em 24 de abril de 2023
Soldado ucraniano segura uma arma enquanto descansa um pouco na linha de frente no vilarejo de Nova York, na região de Donetsk, em 24 de abril de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 28.10.2024
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Analistas ouvidos pela Sputnik afirmam que o episódio mostra que os EUA estão "envolvidos até os olhos" no conflito ucraniano e apontam a escassez das tropas em Kiev.
A descoberta de que mercenários estrangeiros estavam liderando a fracassada tentativa de violação às fronteiras da Rússia expôs o envolvimento direto dos EUA no conflito ucraniano.
A tentativa de invasão ocorreu no domingo (27) e foi confirmada nesta segunda-feira (28), em um comunicado emitido pelo Serviço Federal de Segurança (FSB, na sigla em russo). Segundo o órgão, após os sabotadores serem neutralizados, foi descoberto no corpo de um deles uma tatuagem indicando que ele era um membro do 75º Regimento Ranger de elite do Exército dos EUA.
Ademais, foi constatado que também havia entre os sabotadores itens que sugeriam a presença de cidadãos da Polônia e do Canadá no grupo.
À Sputnik, o ex-analista sênior de política de segurança do Departamento de Defesa dos EUA Michael Maloof afirma que a descoberta sugere que "mercenários estrangeiros estão trabalhando em nome dos ucranianos".
"Eles estão sendo alvejados e mortos, como deveriam ser", disse Maloof à Sputnik.
Ele acrescenta que muitos mercenários dos EUA se aglomeraram sob as bandeiras de Kiev e morreram como resultado, destacando que para Moscou esse é um "jogo justo".
"Se tivéssemos uma invasão estrangeira neste país vinda de fora, os EUA provavelmente responderiam de forma similar. Então a Rússia está defendendo sua soberania territorial", observa Maloof.

EUA estão envolvidos no conflito ucraniano 'até os olhos desde o início'

Para Larry Johnson, oficial de inteligência aposentado da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) e ex-funcionário do Departamento de Estado, a participação de militares estrangeiros no ataque frustrado indica "desespero por parte da [Organização do Tratado do Atlântico Norte] OTAN e do Ocidente".
"É certamente uma prova definitiva de que o Ocidente e os países da OTAN têm pessoal que está lutando em nome dos ucranianos", observa Johnson.
Ele acrescenta que a descoberta torna irônica a alegação do Ocidente de que soldados da República Popular Democrática da Coreia (RPDC) combatem nas fileiras russas e diz que a tentativa de invasão foi "claramente planejada por agentes de inteligência", e não pelos ucranianos.
"A presença primária da CIA na Ucrânia é o que era conhecido como divisão de operações especiais, é uma força paramilitar. Eles estão lá desde o início, treinados para executar missões como essa, missões de sabotagem, invasões."
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Nesse contexto, ele afirma que o episódio não deve ser considerado um sinal de que Washington está se envolvendo gradualmente no conflito ucraniano simplesmente porque os EUA já "estão envolvidos até os olhos desde o início".

"Isso poderia ser usado como evidência para apresentar isso. Mas eu acho que a realidade é que os Estados Unidos têm estado diretamente envolvidos nisso desde o início", explica Johnson.

Ali-Shir Yazdani, especialista iraniano em assuntos internacionais, afirma à Sputnik que a presença de mercenários estrangeiros lutando contra a Rússia "representa principalmente uma tentativa de fortalecer o Exército ucraniano e reflete o comprometimento do Ocidente e dos Estados Unidos em apoiar os militares da Ucrânia contra a Rússia".
Ele observa que, anteriormente, quando o Exército ucraniano havia entrado em território russo na região de Kursk, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia anunciou o envolvimento dos EUA no ataque e a presença de cidadãos dos EUA participando da operação.
"Naturalmente, a presença de mercenários estrangeiros no Exército ucraniano será processada pela lei russa. No entanto, está claro que a presença desses mercenários americanos significa envolvimento direto dos EUA na guerra com a Rússia."

Estrangeiros na unidade de sabotagem refletem escassez de tropas em Kiev

Para o veterano, analista internacional e tenente-coronel reformado do Exército dos EUA Earl Rasmussen, a presença dos mercenários estrangeiros demonstra a "extrema escassez de tropas experientes" em Kiev.
Ele sublinha que o tipo de missão de operações especiais que a equipe de sabotagem foi designada exigia operadores altamente qualificados, capazes de sabotagem ou reconhecimento. Então, diante da falta dessas pessoas nas forças ucranianas, "parece razoável que eles recorram a mercenários".
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Ele avalia que os EUA estão envolvidos no conflito ucraniano, e destaca que o episódio atual pode resultar em uma mudança de paradigma por parte dos adversários da Rússia.
"Envolver-se diretamente nos bastidores é uma espécie de nova direção. É um sinal de desespero? É um sinal de fraqueza do lado ucraniano? Provavelmente ambos."
Para Rasmussen, é provável que o grupo de sabotadores estivesse engajado em uma missão de reconhecimento ou de busca por um ponto fraco ou alvo para potencial sabotagem.
Sobre a tatuagem em referência ao 75º Regimento Ranger descoberta no corpo de um dos sabotadores eliminados, Rasmussen afirma que os membros dessa unidade de elite podem executar uma ampla gama de tarefas, o que indica que poderiam fornecer treinamento, interagir com civis ou realizar reconhecimento e sabotagem de qualquer tipo.
"O que eles realmente fazem é confidencial, mas eles podem estar fazendo tudo", diz Rasmussen à Sputnik.
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