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Adeus, Boeing e Airbus: a indústria aeronáutica russa será totalmente doméstica

CC BY-SA 2.0 / SuperJet International / Avião Sukhoi Superjet 100, foto de arquivo
Avião Sukhoi Superjet 100, foto de arquivo - Sputnik Brasil, 1920, 23.11.2024
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A Rússia está dando o passo final para criar sua própria indústria aeronáutica, completamente independente da Boeing dos EUA e dos gigantes da indústria Airbus da França. Tudo graças aos aviões Yakovlev MC-21 e Sukhoi Superjet 100 (SJ-100) produzidos domesticamente pela Rússia de maneira integral.
Diante das sanções ocidentais, o governo russo adotou um programa abrangente para expandir a produção de aeronaves, motores e equipamentos domésticos para acelerar a substituição de importações.
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Aviões russos

Os voos de estreia das aeronaves MC-21 e Sukhoi SJ-100 com motores domésticos estão planejados para 2025. Este evento marcante demonstrará a capacidade da Rússia não apenas de projetar e construir aviões modernos, mas também de eliminar a dependência de fornecedores ocidentais para componentes, disse o Ministro da Indústria e Comércio do país, Anton Alikhanov.
O MC-21 é um avião de passageiros de médio curso de nova geração, de corredor único, desenvolvido pela Yakovlev Corporation, e sua produção está programada para 2025. A produção em série do MC-21 está em andamento, com os aviões aguardando a conclusão dos testes de certificação.
As companhias aéreas podem esperar receber pelo menos dez dessas aeronaves em 2025. As instalações de produção estão prontas para produzir 36 aeronaves desse tipo anualmente em cerca de três anos, de acordo com especialistas russos.
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Motores nacionais

O motor turboélice PD-14 para a aeronave MC-21 está pronto, com voos de certificação programados para o final de março e início de abril de 2025.
Os voos de certificação do jato regional de passageiros de curta distância SJ100 com o motor doméstico PD-8 também devem começar no ano que vem. Os testes em solo deste motor estão chegando ao fim.
Atualmente em desenvolvimento está o motor turbofan de ultra-alto empuxo PD-35 para aviões de longo alcance e aeronaves de transporte militar.

Em meados da década de 2010, a maior parte da aviônica dos aviões russos era proveniente do exterior. Em 2022, em meio às sanções ocidentais, a União Europeia proibiu o fornecimento de aeronaves civis e peças de reposição para a Rússia e obrigou os locadores a rescindir contratos com as companhias aéreas russas. Os serviços de manutenção e seguro de aeronaves também foram proibidos, com a substituição total de importações se tornando um fator determinante na viabilidade das aeronaves russas.

Sanções ocidentais aceleraram a produção nacional

As sanções ocidentais aceleraram a mudança da Rússia para aeronaves produzidas domesticamente e catalisaram o desenvolvimento de materiais compostos inovadores.
A fuselagem da versão atualizada do Sukhoi SJ-100 é completamente feita na Rússia, enquanto o MC-21 se tornou a primeira aeronave russa de longo curso com asas feitas de materiais compostos, de acordo com o vice-diretor geral e chefe do Complexo de Força do Instituto Aerohidrodinâmico Central (TsAGI) Mikhail Zichenkov.
"Acreditamos que as peças feitas de materiais nacionais não são de forma alguma inferiores aos análogos importados e, em alguns casos — por exemplo, se falarmos sobre a asa e a empenagem da aeronave — são superiores", disse Zichenkov.
"Quanto às vantagens do composto, talvez a mais importante delas seja a leveza das estruturas compostas, bem como a ausência de corrosão", explicou Zichenkov. "Se você pegar uma amostra de metal e composto da mesma espessura, o composto será cerca de 40%–50% mais leve. A redução do peso da aeronave tem sido um dos principais objetivos da aviação ao longo de sua história."
Enquanto o SJ-100 de curta distância da Rússia está em operação desde 2011, espera-se que o MC-21 preencha o nicho de aviões de médio curso em 2026. Enquanto isso, os planos para produzir aviões de longo curso totalmente domésticos já estão em andamento.
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