Oposição armada que tomou o poder na Síria diz que não haverá ataques contra Israel a partir do país
07:31 17.12.2024 (atualizado: 08:31 17.12.2024)
© AP Photo / Omar SanadikiCombatentes da oposição síria comemoram após o colapso do governo sírio em Damasco, Síria, em 8 de dezembro de 2024
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As novas autoridades sírias não vão permitir que o território nacional seja utilizado para ataques contra Israel, afirmou o líder das facções armadas que chegaram ao poder em Damasco, Ahmed Sharaa, também conhecido como Abu Mohammad al-Golani, em uma entrevista exclusiva ao jornal britânico The Times.
"A justificativa de Israel foi a presença do Hezbollah e das milícias iranianas, de modo que essa justificativa desapareceu", disse ele.
Sharaa acrescentou que o novo governo está "comprometido com o acordo de 1974" e "disposto ao regresso dos observadores da ONU".
"Não queremos qualquer conflito, nem com Israel, nem com qualquer outra pessoa, e não permitiremos que a Síria seja usada como plataforma para lançar ataques. O povo sírio precisa de uma trégua, os ataques devem acabar e Israel deve recuar para as suas posições anteriores", declarou.
Sharaa, também conhecido como Abu Mohammad al-Julani, é o chefe do grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS, antiga Frente Al-Nusra) que liderou a ofensiva relâmpago de uma coligação de forças antigovernamentais que derrubou o governo de Bashar al-Assad.
Desde a queda de Assad, em 8 de dezembro, Israel bombardeou centenas de alvos militares em território sírio para evitar que caíssem nas mãos de militantes islâmicos e expandiu as áreas que controla nas Colinas de Golã, sob o pretexto da segurança nacional.
No dia 13 de dezembro, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, ordenou ao Exército que se preparasse para manter as suas posições no lado sírio do Monte Hermon, nas Colinas de Golã, durante o próximo inverno (Hemisfério Norte), para garantir a segurança.