Nova descoberta revela, pela 1ª vez, face de dinossauro brasileiro conhecido há 25 anos (VÍDEO)
16:00 17.12.2024 (atualizado: 18:27 17.12.2024)
© Foto / Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia da UFSMNova descoberta revela, pela primeira vez, a face de um dinossauro brasileiro conhecido há 25 anos em Santa Maria (RS)
© Foto / Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia da UFSM
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Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) publicaram pela primeira vez, nesta semana, um estudo com imagens da face do fóssil escavado em Santa Maria, Rio Grande do Sul, há 25 anos, no periódico científico britânico Zoological Journal of the Linnean Society.
Apesar de boa parte do esqueleto fóssil ter sido preservada, a região facial não foi recuperada. Em 2018 foram descobertos novos fósseis no sítio fossilífero Cerro da Alemoa, localizado em Santa Maria.
Após minucioso processo de limpeza, que envolve a remoção da rocha que reveste os fósseis, foram descobertos três indivíduos, sendo que um deles teve seu crânio preservado quase completamente.
🦕🇧🇷 Nova descoberta revela, pela primeira vez, face de dinossauro brasileiro conhecido há 25 anos
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) December 17, 2024
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"Ao observar a anatomia dos ossos que compõem a face do dinossauro, os pesquisadores ficaram surpresos com sua morfologia delicada e grácil. Assim, carinhosamente apelidaram o espécime de 'Gracinha'."
Os pesquisadores esclareceram que o primeiro dinossauro brasileiro foi descoberto em Santa Maria em 1936, mas só foi oficialmente descrito em 1970, recebendo o nome de Staurikosaurus pricei.
Quase três décadas depois, em 1999, um novo dinossauro foi anunciado para o município. Recebido com grande entusiasmo pela comunidade científica, o réptil foi batizado de Saturnalia tupiniquim.
Com base nas dimensões dos fósseis, foi possível determinar que eles pertenceram a dinossauros com aproximadamente 1,5 metro de comprimento. A ocorrência de características únicas permitiu atribuí-los à espécie Saturnalia tupiniquim. Diante dessa constatação, a descoberta de materiais cranianos trouxe à tona uma série de novos dados a respeito do dinossauro.
Com cerca de 230 milhões de anos, ele se destacou por ser um dos dinossauros mais antigos já conhecidos no mundo.
© Foto / Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia da UFSMNova descoberta revela, pela primeira vez, a face de um dinossauro conhecido há 25 anos em Santa Maria (RS)
Nova descoberta revela, pela primeira vez, a face de um dinossauro conhecido há 25 anos em Santa Maria (RS)
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A espécie teria um crânio relativamente curto e afunilado, com dentes em forma de punhal e munidos de serrilhas. Essas características são típicas de animais carnívoros.
Esse atributo, juntamente com sua dentição carnívora, pode ter ajudado a espécie a realizar movimentos rápidos com a cabeça a fim de capturar presas, de acordo com o estudo.
A curiosidade, aponta a pesquisa, é que a espécie pertence à linhagem de dinossauros conhecidos por seu tamanho gigantesco, pescoço longo e dieta herbívora.
A explicação é que Saturnalia tupiniquim foi um membro muito primitivo dessa linhagem, mantendo uma dieta carnívora e um tamanho corporal reduzido — características comuns aos seus ancestrais.
Uma espera de 25 anos
Com base nos poucos ossos cranianos descritos em 1999, pesquisadores sugeriram que a espécie teria um crânio pequeno em comparação a outros dinossauros de idade similar. Essa característica ajudaria a agrupar Saturnalia tupiniquim com dinossauros gigantes e herbívoros.
Novas estimativas publicadas em 2019, baseadas em tomografias dos materiais recuperados em 1999, deram mais respaldo a essa hipótese e a recente descoberta a confirmou.
Fim das pesquisas?
Paleontólogos destacaram que ainda há muito a ser descoberto sobre o dinossauro.
Novas pesquisas estão em andamento, envolvendo mais fósseis e diferentes abordagens, com o objetivo de desvendar outros aspectos da vida dessa criatura que habitou a região central do Rio Grande do Sul há 230 milhões de anos.
Com essas investigações, espera-se compreender melhor o desenvolvimento de Gracinha, seu comportamento e suas interações com os outros organismos que coexistiram com ele em seus ecossistemas.