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Cinco desafios que o retorno de Trump à Casa Branca traz para o Brasil
Cinco desafios que o retorno de Trump à Casa Branca traz para o Brasil
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Com a aproximação da posse do republicano, a Sputnik Brasil lista os principais desafios a serem enfrentados pelo governo brasileiro na próxima era Trump. 20.12.2024, Sputnik Brasil
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O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, toma posse no dia 20 de janeiro para seu segundo mandato como presidente após um hiato de quatro anos. Embora o período afastado tenha sido curto, foi suficiente para grandes mudanças no cenário geopolítico, que nortearão a política externa de Trump, criando desafios para outros países, sobretudo do Sul Global.A Sputnik Brasil lista cinco desafios que o retorno de Trump à Casa Branca traz para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.Aumento do protecionismoJá durante a campanha presidencial, Trump demonstrava que seu próximo mandato seria marcado pelo aumento do protecionismo nos EUA e pelo uso de tarifas como ferramenta de pressão.Trump já ameaçou impor tarifas de 100% a países do BRICS, caso não abandonem os planos de desdolarização em transações comerciais internas do grupo.Aproximação dos EUA com a ArgentinaA Argentina é o maior parceiro comercial do Brasil na América do Sul e terceiro no cenário global, atrás apenas de China e EUA. Entretanto, o país vem se aproximando dos EUA desde a eleição de Javier Milei, enquanto se afasta do Brasil.Essa tendência pode causar dois impactos negativos. O primeiro efeito é o esfriamento das relações políticas e econômicas entre Brasil e Argentina. Além de ir contra a agenda de integração regional do governo brasileiro, o afastamento reduziu o comércio entre os países, o que resultou em queda de 24,8% nas exportações brasileiras para o país vizinho entre janeiro e outubro.O outro problema é o impacto político interno, já que a ascensão de Milei, inflada após a eleição de Trump, é vista por analistas como demonstração de força da direita radical e pode conferir novo fôlego ao bolsonarismo no Brasil.Rusga entre EUA e ChinaA China é o maior parceiro comercial do Brasil. Porém, essa parceria pode colocar o Brasil em uma situação política delicada.Isso porque tudo indica que a gestão de Trump será marcada por maior pressão contra a influência da China na América do Sul e na América Latina, uma vez que terá como seu futuro secretário de Estado o republicano Marco Rubio, conhecido por ter liderado todas as sanções e medidas contra a China e por sua postura incisiva contra países não alinhados dos EUA.Pressão contra a regulamentação das redesDonald Trump anunciou dois renomados representantes do setor de tecnologia para compor seu governo: o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), que comandará o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês); e Devin Nunes, dono da rede Truth Social, que presidirá o Conselho Consultivo de Inteligência da Presidência.Musk e Nunes são ligados às chamadas big techs e defendem a manutenção das redes sociais de maneira desregulamentada. A ascensão de ambos a cargos importantes do governo estadunidense ocorre em um momento em que o Brasil segue a tendência mundial de conter o avanço da desinformação e do extremismo on-line, por meio da regulamentação e responsabilização das redes pelos conteúdos postados.Musk já proferiu uma série de ataques ao Judiciário brasileiro, acusou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de promover a censura e, após empossado, pode protagonizar mais embates com o objetivo de minar as tentativas de regulamentar as redes.Descrédito em relação à agenda climáticaUma das prioridades do governo Lula é alçar o Brasil ao posto de protagonista da agenda global de sustentabilidade. Esse desejo se dá porque o tema está no centro do debate na comunidade internacional, por conta dos eventos causados pelas mudanças climáticas.Porém, o retorno de Trump à Casa Branca — com uma visão negacionista sobre as mudanças climáticas e a anunciada intenção de fortalecer a indústria de carvão estadunidense — pode prejudicar o debate global sobre sustentabilidade, uma vez que a adesão dos EUA em acordos referentes ao clima é importante, levando em consideração que o país é um dos maiores poluidores globais.
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Cinco desafios que o retorno de Trump à Casa Branca traz para o Brasil
Redação
Equipe da Sputnik Brasil
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Com a aproximação da posse do republicano, a Sputnik Brasil lista os principais desafios a serem enfrentados pelo governo brasileiro na próxima era Trump.
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, toma posse no dia 20 de janeiro para seu segundo mandato como presidente após um hiato de quatro anos. Embora o período afastado tenha sido curto, foi suficiente para grandes mudanças no cenário geopolítico, que nortearão a política externa de Trump, criando desafios para outros países, sobretudo do Sul Global.
A Sputnik Brasil lista cinco desafios que o retorno de Trump à Casa Branca traz para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Já durante a campanha presidencial, Trump demonstrava que seu próximo mandato seria marcado pelo aumento do protecionismo nos EUA e pelo uso de tarifas como ferramenta de pressão.
Trump já ameaçou
impor tarifas de 100% a países do BRICS, caso não abandonem os planos de desdolarização em transações comerciais internas do grupo.
Aproximação dos EUA com a Argentina
A Argentina é o maior parceiro comercial do Brasil na América do Sul e terceiro no cenário global, atrás apenas de China e EUA. Entretanto, o país vem se
aproximando dos EUA desde a eleição de Javier Milei,
enquanto se afasta do Brasil.
16 de dezembro 2024, 17:32
Essa tendência pode causar dois impactos negativos. O primeiro efeito é o esfriamento das relações políticas e econômicas entre Brasil e Argentina. Além de ir contra a agenda de integração regional do governo brasileiro, o afastamento reduziu o comércio entre os países, o que resultou em queda de 24,8% nas exportações brasileiras para o país vizinho entre janeiro e outubro.
O outro problema é o impacto político interno, já que a ascensão de Milei, inflada após a eleição de Trump, é vista por analistas como demonstração de força da direita radical e pode conferir novo fôlego ao bolsonarismo no Brasil.
A China é o maior parceiro comercial do Brasil. Porém, essa parceria pode colocar o Brasil em uma situação política delicada.
Isso porque tudo indica que a gestão de Trump será marcada por maior pressão contra a influência da China na América do Sul e na América Latina, uma vez que terá como seu futuro secretário de Estado o republicano Marco Rubio, conhecido por ter liderado todas as sanções e medidas contra a China e por sua postura incisiva contra países não alinhados dos EUA.
Pressão contra a regulamentação das redes
Donald Trump anunciou dois renomados representantes do setor de tecnologia para compor seu governo: o empresário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), que comandará o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês); e Devin Nunes, dono da rede Truth Social, que presidirá o Conselho Consultivo de Inteligência da Presidência.
25 de novembro 2024, 21:35
Musk e Nunes são ligados às chamadas big techs e defendem a manutenção das redes sociais de maneira desregulamentada. A ascensão de ambos a cargos importantes do governo estadunidense ocorre em um momento em que o Brasil segue a tendência mundial de conter o avanço da desinformação e do extremismo on-line, por meio da regulamentação e responsabilização das redes pelos conteúdos postados.
Musk já proferiu uma série de ataques ao Judiciário brasileiro, acusou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de promover a censura e, após empossado, pode protagonizar mais embates com o objetivo de
minar as tentativas de regulamentar as redes.
Descrédito em relação à agenda climática
Uma das prioridades do governo Lula é alçar o Brasil ao posto de protagonista da agenda global de sustentabilidade. Esse desejo se dá porque o tema está no centro do debate na comunidade internacional, por conta dos eventos causados pelas mudanças climáticas.
Porém, o retorno de Trump à Casa Branca — com uma visão negacionista sobre as mudanças climáticas e a anunciada intenção de fortalecer a indústria de carvão estadunidense — pode prejudicar o debate global sobre sustentabilidade, uma vez que a adesão dos EUA em acordos referentes ao clima é importante, levando em consideração que o país é um dos maiores poluidores globais.
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