Ex-analista do Pentágono confirma indícios de ataque houthi a caça dos EUA
17:25 23.12.2024 (atualizado: 21:44 23.12.2024)
© AP Photo / Victor R. CaivanoCaça F/A-18 Super Hornet decola do convés do porta-aviões de propulsão nuclear USS George Washington durante exercícios conjuntos na costa da Argentina, em 30 de maio de 2024
© AP Photo / Victor R. Caivano
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"Sabemos que os houthis são endurecidos pela guerra e extremamente resistentes, inteligentes e motivados", disse a tenente-coronel aposentada da Força Aérea dos EUA Karen Kwiatkowski, comentando a suposta derrubada de um avião de guerra dos EUA pelo grupo.
No domingo (22), segundo relatos, um caça F/A-18 da Marinha dos EUA foi atacado durante uma operação no mar Vermelho, com ambos os pilotos ejetando com segurança. Horas depois, os houthis assumiram o ataque.
"Eles têm uma variedade de drones e mísseis hipersônicos, e estão travando uma guerra longa por razões fundamentais, especificamente para libertar o mundo árabe da dominação israelense, da OTAN e dos EUA", complementou Karen.
Os houthis, iemenitas (conhecidos pelo nome Ansar Allah), assumiram a responsabilidade do ataque ao caça. O Comando Central dos EUA, no entanto, afirmou que o avião de guerra foi derrubado pelo "fogo amigo" do cruzador de mísseis guiados USS Gettysburg.
Essa explicação parece questionável para Kwiatkowski por três razões:
O Pentágono normalmente evita admitir incidentes de fogo amigo devido ao constrangimento. O rápido reconhecimento após o acidente sugere que a verdade pode ser ainda mais embaraçosa;
O incidente está sendo minimizado e subnoticiado domesticamente;
Há evidências confirmadas, dos últimos 15 meses, das capacidades dos houthis para atingir navios, drones e aeronaves mais lentas no mar Vermelho.
Como os houthis poderiam ter derrubado o avião de guerra dos EUA?
Kwiatkowski observou que o F/A-18 foi atingido logo após a decolagem, enquanto ganhava velocidade e altitude.
"É provável que as contramedidas do F/A-18 não estivessem aptas para uso durante a decolagem e na altitude em que foi atingido", sugeriu. "A segurança durante a decolagem é a principal responsabilidade do grupo de batalha do porta-aviões.";
Além disso, se um ataque de míssil houthi foi detectado, é possível que os sistemas de defesa dos EUA estivessem tentando evitar fogo amigo. Esse algoritmo pode ter permitido que o míssil ou drone encontrasse seu alvo.
Por que a Marinha dos EUA está minimizando a ameaça houthi?
De acordo com Kwiatkowski, a principal razão para o desdém é que "a Marinha e a Força Aérea dos EUA estão envelhecendo, sobrecarregadas com as missões globais que seus políticos exigem e desmoralizadas tanto pela política da 'guerra' quanto pela liderança militar extremamente fraca".
️"A postura ofensiva da Marinha dos EUA — 12 grupos de batalha de porta-aviões nucleares com escoltas de submarinos associadas — tornou-se um alvo global" que é "difícil de tripular, caro de operar e difícil de defender";
As mudanças necessárias estão sendo evitadas pela liderança militar e política atual, de acordo com a ex-analista do Pentágono.
"É o fim desse modelo e um momento para uma nova postura militar dos EUA que corresponda aos seus meios reais e aos objetivos constitucionais — e, ouso dizer, neste momento do ano, a um impulso pela paz", concluiu Kwiatkowski.
Sobre o ataque
As forças aéreas norte-americanas e israelenses fizeram no sábado à noite (21) e no início de domingo (22) três ataques aéreos contra posições militares do Ansar Allah na capital do Iêmen, Sanaa, informou uma fonte do governo local à Sputnik.
O comando central do Pentágono disse posteriormente que os alvos dos ataques eram um depósito de mísseis e um centro de operações houthi.
As novas investidas ocorreram depois que os houthis reivindicaram a responsabilidade, na manhã de sábado, por um ataque noturno com foguete contra Tel Aviv, que feriu levemente 14 pessoas.