Mídia: Emirados Árabes Unidos negociam governo provisório de Gaza com EUA e Israel no pós-guerra
11:44 07.01.2025 (atualizado: 12:32 07.01.2025)
© AP Photo / Eyad BabaMulheres e meninos palestinos caminham em direção a prédios destruídos, enquanto alguns moradores retornam à cidade de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, 30 de junho de 2024
© AP Photo / Eyad Baba
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De acordo com a Reuters, é possível que os Emirados Árabes Unidos (EAU) e os Estados Unidos, juntamente com outras nações, supervisionem temporariamente a governança, a segurança e a reconstrução de Gaza após a retirada militar israelense.
Parceiros de segurança dos EUA e com laços diplomáticos com Israel, os Emirados Árabes Unidos estariam discutindo o pós-guerra em Gaza, mas ainda sem muitos detalhes sobre que medidas estariam na mesa.
Segundo fontes que falaram à apuração, nos bastidores Abu Dhabi estaria defendendo uma Autoridade Palestina reformada para governar Gaza, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental sob um Estado palestino independente, apesar da oposição pública de Tel Aviv a esta solução.
Em meio às inúmeras tentativas de articular um cessar-fogo definitivo no enclave palestino, que tem sofrido enormemente com bombardeios e vive uma intensa crise humanitária, fontes diplomáticas dos EUA confirmaram as conversas com alguns parceiros, entre eles os EAU, embora Abu Dhabi negue querer participar de qualquer "plano que deixe de incluir uma reforma significativa da Autoridade Palestina, seu fortalecimento e o estabelecimento de um roteiro confiável para um Estado palestino".
Apesar da falta de comentários por parte de Israel, o Departamento de Estado dos EUA afirmou ter discutido com inúmeros parceiros, e fontes próximas às negociações disseram que, em algumas ocasiões, foi sugerido o uso de contratados militares privados como parte de uma força de manutenção da paz pós-guerra em Gaza.
No entanto, tal afirmação seria controversa porque a medida enfrentaria profunda resistência da comunidade internacional, já que contratados militares privados usados pelos Estados Unidos e outros governos enfrentaram acusações de tortura, abusos de direitos humanos e uso de força excessiva, entre outras alegações, incluindo no Iraque e no Afeganistão.
"Estas foram discussões deliberativas que continuam, enquanto buscamos o melhor caminho a seguir", disse um porta-voz do departamento norte-americano se recusando a tecer novos comentários à Reuters.
A Autoridade Palestina foi criada há três décadas sob os Acordos de Oslo de 1993-1995, assinados por Israel e palestinos, e recebeu autoridade limitada sobre a Cisjordânia e Gaza.