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Etapa atual da estratégia de aniquilar Gaza é 'assassinar testemunhas do genocídio', diz analista
Etapa atual da estratégia de aniquilar Gaza é 'assassinar testemunhas do genocídio', diz analista
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Após um ano e meio de destruição e saldo de mais de 48 mil mortos na Faixa de Gaza, segundo dados das autoridades locais, a declaração do presidente dos EUA... 06.02.2025, Sputnik Brasil
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Bravata ou não, o discurso do presidente norte-americano alinhado ao projeto de ocupação sionista pode ameaçar o já frágil cessar-fogo que começou em janeiro entre o grupo palestino Hamas e o governo liderado pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Analistas ouvidos pela Sputnik Brasil no podcast Mundioka apresentaram perspectiva nada animadora sobre o futuro do território a partir dos últimos acontecimentos. O Mundioka também ouviu a palestina Aasma Abu Jidian, que vive na Faixa de Gaza com a família e descreveu um cenário desolador do local:Criada no Brasil dos quatro anos de idade, quando a mãe refugiou-se com a família, até a adolescência, ela conta que ao fazer uma visita à Gaza, que deveria ser temporária, acabou ficando, após ataques israelenses, na época, e o fechamento da fronteira:Hoje, com quatro filhos, sua maior fonte de angústia, contou, é a falta de condições mínimas de educação, saúde e bem estar social para as crianças. A ideia de uma intervenção norte-americana em Gaza é outro motivo de angústia não apenas para ela, como também para os conterrâneos. O secretário de comunicação da Federação Árabe-Palestina do Brasil (Fepal), Marcos Feres, que também é palestino, comentou que o acordo de cessar-fogo, além de ser vago, sugere um retorno ao status quo anterior ao 7 de outubro, de ocupação e expropriação do povo palestino, agora em um território completamente devastado:Segundo ele, o momento atual da estratégia de Israel é o de assassinar o máximo de testemunhas da campanha de aniquilação em Gaza, com ataque direcionado a profissionais da imprensa, humanitários e ativistas, pessoas de posições-chave dentro da Palestina:Ele frisou que o projeto de aniquilação de palestinos por parte do Estado de Israel é muito anterior ao embate iniciado em 7 de outubro. "É a mesma razão por que sabotou tantos processos, acordos de cessar-fogo se repetem ao longo desses 78 anos, desse holocausto continuado do povo palestino".'Genocídio em gaza é integralmente democrata'Por mais obscena que seja a postura de Trump em relação à Palestina, a destruição e aniquilação da população em Gaza, composta principalmente por civis mulheres e crianças, deve-se, principalmente, ao apoio da gestão anterior e do Congresso norte-americano, destacou Feres:Entretanto, o analista palestino ponderou que os EUA historicamente sempre patrocinaram Israel e seu projeto colonial na Palestina. Nesse sentido, o representante da Fepal acredita que a jogada de Trump é capitalizar o cessar-fogo politicamente e manter a farsa:Holocausto palestinoFeres defendeu que a fim de que não se esqueça o "holocausto palestino", será necessário um trabalho coletivo para fortalecer, manter e propagar a memória desse período, além de punir os responsáveis e exigir justiça reparatória:Doutor em relações internacionais pelo programa Santiago Dantas e membro do Centro Internacional de Estudos Árabes e Islâmicos da Federal de Sergipe, Arturo Hartmann lembrou que Gaza já é ocupada e controlada por Israel desde 1967, com diferentes políticas de controle:A proposta de Trump de expulsar 2 milhões de pessoas de Gaza configura-se como crime de guerra e limpeza étnica, segundo Altman.Apesar da postura colonialista do atual governo dos EUA, Hartmann avaliou que as recentes ações de Trump demonstram mudança de estratégia na política externa norte-americana. Ele deu como exemplo a saída dos EUA de órgãos da ONU e o fechamento do organismo de ajuda internacional USAID, instrumentos que os Estados Unidos utilizavam para construir e fortalecer seu domínio e hegemonia no mundo.
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Etapa atual da estratégia de aniquilar Gaza é 'assassinar testemunhas do genocídio', diz analista
Especiais
Após um ano e meio de destruição e saldo de mais de 48 mil mortos na Faixa de Gaza, segundo dados das autoridades locais, a declaração do presidente dos EUA, Donald Trump, de expulsar palestinos do território e transformá-lo em uma "Riviera do Oriente Médio" chocou gregos e troianos, com exceção do governo de Israel, que aplaudiu a ideia.
Bravata ou não, o
discurso do presidente norte-americano alinhado ao projeto de ocupação sionista pode ameaçar o já frágil cessar-fogo que começou em janeiro entre o grupo palestino Hamas e o governo liderado pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Analistas ouvidos pela Sputnik Brasil no podcast Mundioka apresentaram perspectiva nada animadora sobre o futuro do território a partir dos últimos acontecimentos. O Mundioka também ouviu a palestina Aasma Abu Jidian, que vive na Faixa de Gaza com a família e descreveu um cenário desolador do local:
"A situação de Gaza está muito ruim, todo mundo sabe que mais de 80% das casas foram destruídas, dos hospitais, das escolas, não tem um lugar que esteja bom para poder se viver aqui", lamentou ela.
Criada no Brasil dos quatro anos de idade, quando a mãe refugiou-se com a família, até a adolescência, ela conta que ao fazer uma visita à Gaza, que deveria ser temporária, acabou ficando, após ataques israelenses, na época, e o fechamento da fronteira:
"Minha mãe falou que meu avô estava muito doente, queria visitar o país por três meses, até mesmo para a gente poder aprender um pouco a língua, e ia voltar para o Brasil. Acabou fechando a fronteira, teve a primeira guerra, não soubemos voltar, acabei casando, tendo filhos. É meu destino estar agora em Gaza", disse Jidian.
Hoje, com quatro filhos, sua maior fonte de angústia, contou, é a falta de condições mínimas de educação, saúde e bem estar social para as crianças. A ideia de uma intervenção norte-americana em Gaza é outro motivo de angústia não apenas para ela, como também para os conterrâneos.
"Aqui ninguém está aceitando [...] depois dessa morte toda, dessa resistência toda, depois de um ano e meio, eles [Ocidente] ainda também vão tentar controlar o Oriente, personalidades totalmente diferentes, culturas totalmente diferentes [...] as pessoas daqui não tão gostando nem um pouco da ideia".
O
secretário de comunicação da Federação Árabe-Palestina do Brasil (Fepal), Marcos Feres, que também é palestino, comentou que o
acordo de cessar-fogo, além de ser vago, sugere um retorno ao status quo anterior ao 7 de outubro, de
ocupação e expropriação do povo palestino, agora em um território completamente devastado:
"Ao mesmo tempo que o cessar-fogo é muito bem-vindo, é necessário e é urgente, e que seja implementado de uma maneira que garanta estabilizar o mínimo de fluxo de ajuda humanitária aos palestinos, a retirada dos israelenses de Gaza, é preciso entender que isso é muito pouco na perspectiva de um processo político, que é igualmente urgente".
Segundo ele, o momento atual da estratégia de Israel é o de assassinar o máximo de testemunhas da campanha de aniquilação em Gaza, com ataque direcionado a profissionais da imprensa, humanitários e ativistas, pessoas de posições-chave dentro da Palestina:
"Porque esses são efetivamente as grandes testemunhas desse genocídio, dos massacres, [...] que documentaram e que são testemunhas de diversos crimes, de guerra e de lesa-humanidade, que hão de ser levados aos tribunais".
Ele frisou que o projeto de aniquilação de palestinos por parte do Estado de Israel é muito anterior ao embate iniciado em 7 de outubro. "É a mesma razão por que sabotou tantos processos, acordos de cessar-fogo se repetem ao longo desses 78 anos, desse holocausto continuado do povo palestino".
'Genocídio em gaza é integralmente democrata'
Por mais obscena que seja a postura de Trump em relação à Palestina, a destruição e aniquilação da população em Gaza, composta principalmente por civis mulheres e crianças, deve-se, principalmente, ao apoio da gestão anterior e do Congresso norte-americano, destacou Feres:
"Biden, Kamala Harris, os democratas de modo geral, este é um genocídio integralmente democrata", afirmou. "Efetivamente, eles permitiram que Israel matasse até o último dia do mandato do [ex-presidente Joe] Biden. Os democratas são os grandes fiadores, patrocinadores, através de recursos em armamento, do que se chama de ajuda militar, da cobertura diplomática, dos vetos do Conselho de Segurança da ONU".
Entretanto, o analista palestino ponderou que os EUA historicamente sempre patrocinaram Israel e seu projeto colonial na Palestina. Nesse sentido, o representante da Fepal acredita que a jogada de Trump é capitalizar o cessar-fogo politicamente e manter a farsa:
"Esse é o pensamento do Trump, você me dá uma vitória política, eu consigo um cessar-fogo, a despeito do quão problemático ele seja, e depois você retoma ou extermina. Porque existe um projeto muito claro que não vai ser interrompido sem efetivamente uma política séria de frear os israelenses".
Feres defendeu que a fim de que não se esqueça o "
holocausto palestino", será necessário um trabalho coletivo para fortalecer, manter e propagar a memória desse período, além de punir os responsáveis e exigir justiça reparatória:
"Temos que produzir uma consciência sobre isso, levar, da mesma maneira que houve tribunais em Nuremberg e tantos outros processos de condenação dos nazistas, seus líderes, garantir que esse processo aconteça para que os genocidas sejam punidos, sejam responsabilizados e sejam, sim, carimbados nos livros de história como genocidas".
Doutor em relações internacionais pelo programa Santiago Dantas e membro do Centro Internacional de Estudos Árabes e Islâmicos da Federal de Sergipe, Arturo Hartmann lembrou que Gaza já é ocupada e controlada por Israel desde 1967, com diferentes políticas de controle:
"O cerne que guiou o projeto político sionista/israelense foi a construção de um Estado étnico. Então era a conquista da terra e a mudança demográfica, e a mudança demográfica se deu pela expulsão da população. Essa lógica nunca mudou", afirmou.
A
proposta de Trump de expulsar
2 milhões de pessoas de Gaza configura-se como crime de guerra e limpeza étnica, segundo Altman.
"O que o Trump, além do crime de guerra que ele propôs, está propondo [é] um negócio onde você vai investir nas ruínas de um outro povo que passou por um modo de extermínio durante os últimos dois anos, nessa fase mais recente", declarou Hartmman.
Apesar da postura colonialista do atual governo dos EUA, Hartmann avaliou que as recentes ações de Trump demonstram mudança de estratégia na política externa norte-americana. Ele deu como exemplo a saída dos EUA de órgãos da ONU e o fechamento do organismo de ajuda internacional USAID, instrumentos que os Estados Unidos utilizavam para construir e fortalecer seu domínio e hegemonia no mundo.
"Trump está rompendo com essa ordem [...] achar novos modos de intervenção e domínio e violência dos Estados Unidos sobre outros países", comentou ele. "Quando ele [Trump] ataca o Canadá, o México, quer a Groenlândia para ele, e agora ele fala que quer Gaza para ele, são alguns exemplos. Ele está abrindo várias frentes, nem que sejam frentes ainda retóricas e político-diplomáticas, que ainda não viraram frentes militares".
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