Mídia: artilharia alemã testa equipamentos israelenses para reduzir dependência de armas dos EUA
12:37 12.02.2025 (atualizado: 16:11 12.02.2025)
© AP Photo / Ariel SchalitMíssil disparado pelo sistema de defesa Cúpula de Ferro, de Israel
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Projetadas por Israel, as armas de artilharia de foguetes PULS adotadas pela Alemanha abrem um precedente para as nações europeias no caminho da diversificação de seus fornecedores de armas, reduzindo a dependência de contratantes norte-americanos em um momento geopolítico delicado.
Líderes em Berlim formalizaram a decisão de adquirir o Sistema de Lançamento Preciso e Universal (PULS, na sigla em inglês) da Elbit, com um contrato de US$ 57 milhões (cerca de R$ 328,5 milhões) para cinco sistemas iniciais. A Alemanha escolheu o PULS por sua capacidade de disparar foguetes de vários calibres, de diferentes fabricantes, com alcances de até 300 quilômetros.
A preferência pelo PULS, em vez do sistema MARS II da Lockheed Martin, causou preocupação na gigante de defesa dos EUA, que teme perder participação de mercado. Especialistas que falaram à apuração da Defense News comparam a dinâmica do mercado de artilharia à das impressoras e cartuchos de tinta: uma vez que um governo escolhe um lançador, fica preso à linha de foguetes do fornecedor.
A munição padrão GMLRS Unitary da Lockheed normalmente só pode ser disparada de seus próprios lançadores, como o Himars. No entanto, a Alemanha e alguns países europeus têm permissão para usar munições não norte-americanas em seus lançadores Lockheed, como os foguetes AT2.
Quando a Alemanha mostrou interesse no PULS, Washington atualizou o acordo para impedir o uso de mísseis Lockheed no sistema. Autoridades da Defesa alemã não comentaram a mudança, se referindo a um atraso "político" que caberia à administração Trump resolver.
A Lockheed Martin intensificou a pressão ao promover sua oferta concorrente, GMARS, argumentando que a Alemanha precisaria dele para usar seu estoque de foguetes GMLRS. A Bundeswehr (Forças Armadas da Alemanha) encomendou 1.818 novos mísseis GMLRS em 2020, mas doou vários para a Ucrânia.
Berlim não parece ter urgência em resolver a incompatibilidade PULS-Lockheed, pois ainda possui lançadores MARS para usar o estoque de GMLRS. Além disso, espera-se que futuros pedidos de mísseis levem os EUA a flexibilizar sua posição sobre lançadores obrigatórios.
Há também a consideração de depender de empresas europeias para construir mísseis nas variantes oferecidas pela Lockheed, eliminando a imprevisibilidade da produção ditada pelo Exército dos EUA.