UE terá de se adaptar às novas realidades geopolíticas sem apoio dos EUA, opina especialista
© AP Photo / Geert Vanden WijngaertBandeiras da União Europeia antes de uma cúpula da UE em Bruxelas, 27 de junho de 2024.

© AP Photo / Geert Vanden Wijngaert
Nos siga no
Se Moscou e Washington consolidarem nas negociações as principais condições para uma solução do conflito na Ucrânia, a UE não terá escolha a não ser se adaptar às novas realidades geopolíticas, disse à Sputnik Maria José del Pozo, professora da Universidade Complutense de Madri.
Pozo afirmou que Bruxelas e as principais capitais europeias há muito que tentam provar que são atores independentes nas questões de segurança, mas as conversas entre Moscou e Washington em Riad mostraram que as principais decisões são tomadas sem os europeus.
''Se [Donald] Trump estiver de fato se movendo em direção a um grande acordo com Moscou, a Europa terá que se adaptar à nova realidade proposta ou tentar construir sua política de segurança sem o apoio americano, o que parece um resultado menos realista'', ressaltou ela.
De acordo com a especialista, as conversas em Riad, que foram realizadas sem a UE, são um alerta para Bruxelas. Washington e Moscou preferiram discutir o futuro da Ucrânia e de todo o sistema de segurança europeu em um círculo restrito.
Segundo ela, as palavras de que a UE continuará apoiando a Ucrânia mesmo sem a participação dos EUA são uma declaração política e não uma estratégia real, porque o bloco depende dos EUA militarmente.
"É claro que os líderes europeus estão tentando mostrar que mantêm a independência em suas decisões, mas seus recursos econômicos e militares são limitados", acrescentou ela.
Além disso, a especialista opina que as elites europeias estão particularmente preocupadas com a perspectiva de uma ''divisão de esferas de influência'' entre Washington e Moscou.
© Foto / Maria Zakharova/TelegramChegada da delegação russa para conversas com autoridades do governo dos EUA em Riad

Chegada da delegação russa para conversas com autoridades do governo dos EUA em Riad
© Foto / Maria Zakharova/Telegram
Se as negociações realmente seguirem um cenário no qual os Estados Unidos concordem em não interferir na zona de influência da Rússia em troca de garantias semelhantes para si mesmos na América Latina e em outras regiões, isso significará uma revisão séria de todo o sistema de relações internacionais.
''A Europa se verá diante do fato de que as decisões sobre sua segurança estão sendo tomadas sem a sua participação'', finalizou.