Orbán sinaliza nova legislação para proteger mídia de 'financiamento estrangeiro'
© AP Photo / Geert Vanden WijngaertO primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, chega para uma cúpula da União Europeia (UE) no Palácio Egmont, em Bruxelas, 3 de fevereiro de 2025

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O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, disse nesta segunda-feira (24), que pretende proteger legalmente sua soberania nacional e, seguindo o exemplo dos EUA, pretende localizar e descontinuar qualquer financiamento estrangeiro canalizado para a mídia húngara.
A decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de congelar a maioria dos fundos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês) por 90 dias e colocar a maioria de sua equipe de licença, enquanto encarregou Elon Musk de reduzir a agência, causou caos para ONGs e projetos humanitários globalmente.
As ações de Trump, no entanto, levaram Viktor Orbán, aliado de Trump, a declarar que queria eliminar todas as "redes estrangeiras" de ONGs e mídia críticas ao seu governo.
Orbán, que tem enfrentado um novo partido de oposição antes das eleições de 2026, sinalizou uma repressão às ONGs e à mídia financiadas pelos EUA e pelo bilionário George Soros. Ele afirmou que seu governo criaria mais leis para proteger a soberania da Hungria, sem detalhar o que essas leis implicariam.
Enquanto a USAID distribui bilhões em ajuda humanitária, também atua em projetos para fortalecer a sociedade civil e a democracia ao redor do mundo. A agência abriu novos programas na Europa Central no final de 2022, apoiando iniciativas locais para reforçar instituições democráticas e a mídia independente.
Orbán transformou o cenário da mídia na Hungria nos últimos 14 anos, colocando a mídia estatal sob controle total do governo e fechando ou assumindo veículos de mídia privados. Segundo a Reuters, o controle rígido teria ajudado o primeiro-ministro a vencer as últimas três eleições com vitórias esmagadoras.
A repressão de Orbán às ONGs e à mídia tem sido vista por alguns observadores como uma tentativa de consolidar seu poder antes das próximas eleições enquanto o líder húngaro argumenta que as redes de corrupção no Ocidente devem ser eliminadas e que seu governo está determinado a proteger a soberania da Hungria.