Mídia: Eduardo Bolsonaro na Comissão de Relações Exteriores vai dar palanque à oposição do PL
© Folhapress / Pedro LadeiraO deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) acena para apoiadores do governo na rampa do Palácio do Planalto, em Brasília

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O Partido Liberal (PL) tem como objetivo colocar o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) na presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, na tentativa de atrapalhar acordos do Brasil com a China, um tema sensível para o governo de Lula.
O PL parece ter assumido a missão de colocar Eduardo Bolsonaro na presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara depois que o Partido dos Trabalhadores (PT) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a apreensão do passaporte do deputado e a abertura de uma investigação por suposto atentado à soberania nacional.
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, pediu um posicionamento à Procuradoria-geral da República (PGR) sobre o assunto, mas ainda não houve resposta. Segundo a apuração do G1, inicialmente o PL não planejava priorizar a comissão, mas mudou de estratégia.
O partido do clã Bolsonaro pretende usar a comissão como palanque para fazer a manutenção de suas bases e criticar Alexandre de Moraes, o STF e o governo de Lula. O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que a possível apreensão do passaporte de seu filho visa impedi-lo de assumir a comissão que analisará acordos entre o Brasil e a China assinados na cúpula do G20.
Segundo fontes do partido que falaram à apuração, esses acordos são do interesse do governo Lula e, por isso, ter Eduardo Bolsonaro à frente da comissão poria em risco a agenda do governo, dando munição para a oposição. No entanto, a possível retenção do passaporte por Moraes acaba deixando o ministro em uma posição delicada, dando ainda mais combustível para o PL.
O PL, com a maior bancada de deputados, tem direito às duas primeiras escolhas para presidir as comissões. Uma dessas escolhas seria Eduardo Bolsonaro na Comissão de Relações Exteriores. O partido também considera buscar a presidência da Comissão de Saúde da Câmara e da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas a decisão sobre o tema deve sair apenas na próxima quinta-feira (13).