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Análise: mediação do conflito ucraniano é inconsistente e precisa de mais participação do Sul Global

© Sputnik / Mikhail KlementievPresidentes de Rússia e EUA, Vladimir Putin e Donald Trump, durante o encontro do G20 em Osaka, em 2019
Presidentes de Rússia e EUA, Vladimir Putin e Donald Trump, durante o encontro do G20 em Osaka, em 2019 - Sputnik Brasil, 1920, 13.03.2025
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"O tempo não está contra a Rússia, o tempo está contra a Ucrânia, porque quanto mais a Ucrânia mantém isso em combate, mais provavelmente ela vai perder territórios".
A frase é do pesquisador do Núcleo de Avaliação da Conjuntura (NAC) da Escola de Guerra Naval (EGN) e especialista em Rússia Rafael Esteves Gomes, em entrevista à Sputnik Brasil, ao comentar as declarações do presidente da Rússia, Vladimir Putin, nesta quinta-feira (13).
Sua avaliação é de que a Rússia está em posição de força, em vantagem no conflito e sabe que pode fazer exigências:
"A Rússia está avançando, está expulsando as tropas ucranianas da Rússia, está avançando na Ucrânia. O que Vladimir Putin, o presidente da Rússia, indicou é que ele está disposto a aceitar um cessar-fogo mais longo, maior do que 30 dias, porém com algumas condicionantes", comentou ele.
Dentre elas, que a Ucrânia não se rearme nem reúna mais forças nos campos de batalha, que não busque tomar áreas como Kursk, além de que as exigências originais envolvendo à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) sejam atendidas.
Apesar de cético, Putin vê boa vontade dos Estados Unidos em terminar o conflito de forma rápida, ponderou Gomes, que também é bolsista pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e mestrando da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Nesse sentido, o líder russo tem a expectativa de que o desenrolar das negociações de cessar-fogo possa acarretar "uma vitória expressiva para a Rússia", observou ele.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin (à direita), e o presidente de Belarus, Aleksandr Lukashenko, durante coletiva de imprensa conjunta após reunião, em 13 de março de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 13.03.2025
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Entretanto, ao defender a neutralidade dos países do Sul Global em relação ao conflito, ele opinou que países como Brasil, China e Índia podem desempenhar um papel mais efetivo na mediação das negociações entre os dois países.
"É bem complexo o cenário, acredito que precisa de maior quantidade de países, principalmente do Sul Global, tentando estimular uma negociação de paz, que até então tem sido mediada de forma até bem inconsistente pelos Estados Unidos e pelos países do Oriente Médio. Mas acredito que países do Sul Global, como o próprio Brasil, China, conseguiriam fazer uma mediação, principalmente China, uma mediação mais equilibrada. Mas assim, Índia também, entre outros países".
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