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Impactos das tarifas de Trump podem fazer juros subir mais no Brasil, projeta OCDE

© AP Photo / Steve HelberRolos de aço em armazém de empresa em Chester, no estado norte-americano da Virgínia
Rolos de aço em armazém de empresa em Chester, no estado norte-americano da Virgínia - Sputnik Brasil, 1920, 17.03.2025
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A avaliação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) foi divulgada nesta segunda-feira (17), dois dias antes da reunião que vai definir os juros básicos no Brasil pelo Banco Central.
Para a entidade, as tarifas impostas pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump, às exportações de aço e alumínio vão impactar o crescimento econômico do Brasil — o país é o segundo maior fornecedor dos insumos ao mercado dos Estados Unidos — e também intensificar a alta dos juros básicos. Além disso, a OCDE ainda prevê um cenário com maior inflação.
Conforme o documento, a guerra comercial pode fazer com que a taxa Selic suba entre 1,25 e 1,5 ponto percentual, cujo valor atualmente está em 13,25% ao ano.
Em meio à nova realidade mundial trazida pelo governo Trump, a OCDE também reduziu a previsão de crescimento no Brasil neste ano: de 2,3% para 2,1%, enquanto que em 2026 a expectativa é de uma alta na economia de 1,4%, ante 1,9% no relatório divulgado em dezembro do ano passado.
A explicação para o cenário econômico pior é, além das tarifas norte-americanas, o efeito deste processo na demanda global, o que deve reduzir o crescimento brasileiro. Além disso, a inflação esperada no país em 2025 é de 5,4%, bem acima do teto de 4,5% definido pelo Conselho Monetário Nacional.
Já com relação à economia mundial, a OCDE também reduziu a expectativa de crescimento para 2025: 3,1%, ante 3,3% divulgado no relatório anterior.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante a posse do novo presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo. Brasília (DF), 11 de dezembro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 12.03.2025
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Haddad acredita em negociação com EUA e deve apontar 'equívoco de diagnóstico' sobre alumínio

IPEA descarta grandes impactos das tarifas na economia brasileira

Na contramão do relatório divulgado pela OCDE, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) descartou na última semana grandes impactos na economia por conta da cobrança de 25% sobre a importação de aço e alumínio pelos EUA. A estimativa é de que o impacto seja residual, de 0,01% no PIB.
As exportações brasileiras devem diminuir 0,03%. A produção de metais ferrosos deve ser a mais afetada pela nova tarifa, segundo o IPEA, com queda de 2,19% e redução de 11,27% das exportações. Já as importações de metais ferrosos terão queda de 39,2%, segundo o levantamento do instituto, e na produção doméstica aumento de 8,95%.
Se não houver mudanças significativas na medida, o Brasil pode perder US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 5,8 bilhões) em exportações do setor siderúrgico.
O estudo aponta que Canadá e México serão os mais afetados, com redução das exportações de metais ferrosos de, respectivamente, 31,4% e 21,3%, e quedas da produção doméstica de 13,8% e 6,2%.
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