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Itamaraty acusa Israel de tentar colonizar Palestina

© AP Photo / Moti MilrodSoldados israelenses caminham no bairro de Shijaiyah, na Cidade de Gaza, como parte de uma operação para reunir centenas de palestinos no norte da Faixa de Gaza e transportar alguns para um local não revelado, 8 de dezembro de 2023
Soldados israelenses caminham no bairro de Shijaiyah, na Cidade de Gaza, como parte de uma operação para reunir centenas de palestinos no norte da Faixa de Gaza e transportar alguns para um local não revelado, 8 de dezembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 17.03.2025
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O Ministério das Relações Exteriores brasileiro divulgou nesta segunda-feira (17) uma nota em que acusa Israel de não cumprir o cessar-fogo na Faixa de Gaza com o grupo palestino Hamas e tentar ocupar terras palestinas com assentamentos de colonos israelenses.
Após uma reunião entre a secretária-geral do ministério e embaixadora, Maria Laura da Rocha, e a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros e Expatriados do Estado da Palestina, Varsen Aghabekian Shahin, em Brasília, o Itamaraty mencionou o encontro em nota conjunta, ressaltando "preocupação com a fragilidade do cessar-fogo na Faixa de Gaza", além de condenar "violações israelenses", em particular a suspensão da entrada de ajuda humanitária e energia elétrica.
Expressaram ainda preocupação com a situação na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, "em vista da contínua expansão de assentamentos israelenses ilegais, ataques de colonos israelenses contra civis palestinos, ameaças de anexação e intensificação de operações militares israelenses em cidades e campos de refugiados palestinos, que levaram ao deslocamento forçado de dezenas de milhares de palestinos".
O texto citou a opinião consultiva da Corte Internacional de Justiça de 19 de julho de 2024, que concluiu que a presença continuada de Israel em território palestino é ilícita. Aborda ainda a urgência da retirada completa das forças israelenses do território, a libertação de reféns israelenses e prisioneiros palestinos detidos em violação ao direito internacional, assim como a definição de "mecanismo robusto que garanta o acesso desimpedido de ajuda humanitária".
Na carta, Brasil e Palestina também defenderam o Plano de Recuperação, Reconstrução e Desenvolvimento de Gaza, adotado pela Liga dos Estados Árabes em 4 de março de 2025, e o retorno do governo do Estado da Palestina a Gaza.
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Na reunião, os representantes do Brasil e da Palestina também ressaltaram que a Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) é insubstituível e rejeitaram todas as tentativas de impedir suas atividades em Gaza.
Em 15 de janeiro, o governo israelense e o movimento palestino Hamas concordaram com um cessar-fogo de 42 dias com a mediação do Catar, Egito e Estados Unidos. A trégua entrou em vigor em 19 de janeiro.
O acordo consiste em três fases, mas Israel se recusou a implementar a segunda, que exige uma retirada militar completa da Faixa de Gaza. Em vez disso, a nação hebraica propõe estender a primeira fase, que inclui a libertação dos 59 reféns restantes (24 deles vivos) em troca da libertação de prisioneiros palestinos.
O Hamas rejeita essa proposta e exige passar diretamente para a segunda fase, o que levou Israel a suspender a entrada de ajuda humanitária no enclave em 2 de março.
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