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'Ausência de motivos' faz com que esquerda perca espaço para direita nas manifestações, diz analista
'Ausência de motivos' faz com que esquerda perca espaço para direita nas manifestações, diz analista
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Após a manifestação desse domingo (16) protagonizada pela direita brasileira, a esquerda planeja um ato no próximo dia 30 em São Paulo, poucos dias antes da... 20.03.2025, Sputnik Brasil
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Além da disputa ideológica em âmbito digital, os espectros vêm tentando mobilizar as ruas.À Sputnik Brasil, o professor Luiz Signates, da Universidade Federal de Goiás (UFG) e coordenador do Núcleo de Pesquisas em Comunicação, Cidadania e Política (NPCP), explicou os motivos pelos quais a esquerda tem mostrado um movimento mais contido nas ruas e a maneira como o bolsonarismo, apesar de ainda fazer apelos populistas, já demonstra sinais de enfraquecimento.Para Signates, há uma explicação estrutural para a diminuição das manifestações populares ligadas à esquerda.Essa mudança, segundo o professor, tem influenciado diretamente a capacidade de mobilização popular da esquerda.Além disso, ele aponta um fator conjuntural que também contribui para a situação: as esquerdas no Brasil estão no poder.Ele acredita que o cenário político para as eleições presidenciais de 2026 não necessariamente favorece o retorno do bolsonarismo ao poder. Signates aponta que a demanda mais relevante do eleitorado em 2026 será a busca por justiça social, distribuição de renda e estabilidade democrática."Os eleitores que decidem as eleições no Brasil desejam mais do que um simples retorno ao status quo. Eles querem mais democracia, mais paz social e a redução da desigualdade", diz Signates.Nesse contexto, um possível candidato de direita que souber "roubar" as bandeiras do Partido dos Trabalhadores (PT) e oferecer uma alternativa viável de justiça social pode emergir como forte candidato. Assim, Signates acredita que o cenário de 2026 será mais sobre quem consegue representar essas demandas de maneira eficaz, e não necessariamente sobre o retorno das propostas radicais do bolsonarismo.Mudança de perfilA dinâmica política do Brasil tem se transformado nos últimos anos, impulsionada tanto por fatores estruturais quanto conjunturais. De acordo com Ernani Carvalho, professor titular de ciência política e coordenador do Programa de Pós-Graduação Profissional em Políticas Públicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a mudança na mentalidade do eleitor brasileiro é um dos elementos estruturais mais marcantes nesse processo, o que tem gerado desafios para a esquerda no país.Entre as mudanças estruturais apontadas, destaca-se o perfil do trabalhador brasileiro, que tem se modificado com a chegada das novas tecnologias e a popularização da uberização do trabalho.Além dos fatores estruturais, Carvalho apontou aspectos conjunturais como decisivos para a ausência de grandes manifestações da esquerda nas ruas. O professor acredita que, desde o fim do mandato de Fernando Henrique Cardoso, a esquerda tem sido hegemônica no Brasil, com exceção do período do governo de Jair Bolsonaro. A hegemonia da esquerda e o longo período de governos petistas resultaram em um ciclo de estabilidade que, segundo ele, deixou menos espaço para grandes mobilizações populares."Mesmo com o governo Fernando Henrique Cardoso, a agenda da esquerda foi posta em marcha, teve amplo crescimento dos investimentos sociais, até pela própria necessidade de implantar o que foi decidido na Constituição de 1988, e ganhou forma durante os governos petistas que se sucederam. […] Esses dois elementos, de certa forma, [...] terminam demandando uma ausência motivos para a esquerda mobilizar e levar as pessoas às ruas", arguiu o especialista.
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'Ausência de motivos' faz com que esquerda perca espaço para direita nas manifestações, diz analista
19:56 20.03.2025 (atualizado: 20:37 20.03.2025) Especiais
Após a manifestação desse domingo (16) protagonizada pela direita brasileira, a esquerda planeja um ato no próximo dia 30 em São Paulo, poucos dias antes da segunda manifestação bolsonarista pela anistia aos envolvidos nos atos do 8 de Janeiro.
Além da disputa ideológica em âmbito digital, os espectros vêm tentando mobilizar as ruas.
À Sputnik Brasil, o professor Luiz Signates, da Universidade Federal de Goiás (UFG) e coordenador do Núcleo de Pesquisas em Comunicação, Cidadania e Política (NPCP), explicou os motivos pelos quais a esquerda tem mostrado um movimento mais contido nas ruas e a maneira como o bolsonarismo, apesar de ainda fazer apelos populistas, já demonstra sinais de enfraquecimento.
Para Signates, há uma explicação estrutural para a diminuição das manifestações populares ligadas à esquerda.
"As classes populares no Brasil deixaram de ser mobilizadas pelos sindicatos e passaram a ser mais influenciadas pelas igrejas evangélicas. Isso as deslocou ideologicamente para a direita, ao invés de se manterem próximas da esquerda", explica.
Essa mudança, segundo o professor, tem influenciado diretamente a capacidade de mobilização popular da esquerda.
Além disso, ele aponta um fator conjuntural que também contribui para a situação: as esquerdas no Brasil estão no poder.
"Os sentidos políticos das esquerdas passaram a depender mais dos resultados administrativos e da economia do que da força contestatória que elas possuíam nos períodos de ditadura e democratização do país", comenta. Isso, na avaliação do analista político, resulta em uma postura mais pragmática e focada na administração do que na mobilização popular.
Ele acredita que o cenário político para as eleições presidenciais de 2026
não necessariamente favorece o retorno do bolsonarismo ao poder. Signates aponta que a demanda mais relevante do
eleitorado em 2026 será a busca por justiça social, distribuição de renda e estabilidade democrática.
"Os eleitores que decidem as eleições no Brasil desejam mais do que um simples retorno ao status quo. Eles querem mais democracia, mais paz social e a redução da desigualdade", diz Signates.
Nesse contexto, um possível candidato de direita que souber "roubar" as bandeiras do Partido dos Trabalhadores (PT) e oferecer uma alternativa viável de justiça social pode emergir como forte candidato. Assim, Signates acredita que o cenário de 2026 será mais sobre quem consegue representar essas demandas de maneira eficaz, e não necessariamente sobre o retorno das propostas radicais do bolsonarismo.
A dinâmica política do Brasil tem se transformado nos últimos anos, impulsionada tanto por fatores estruturais quanto conjunturais. De acordo com Ernani Carvalho, professor titular de ciência política e coordenador do Programa de Pós-Graduação Profissional em Políticas Públicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a mudança na mentalidade do eleitor brasileiro é um dos elementos estruturais mais marcantes nesse processo, o que tem gerado desafios para a esquerda no país.
Entre as mudanças estruturais apontadas, destaca-se o perfil do trabalhador brasileiro, que tem se modificado com a chegada das novas tecnologias e a popularização da uberização do trabalho.
"Eu acredito que tem alguns elementos que são estruturais e outros elementos que são conjunturais. Os elementos estruturais eu acho que têm a ver com a mudança da mentalidade do eleitor. Algumas mudanças no perfil do trabalhador, a chegada das tecnologias, a uberização do trabalho, a ampliação do número de evangélicos no Brasil. Tudo isso tem gerado expectativas do ponto de vista político que, de certa forma, não se coadunam bem com a agenda da esquerda", explicou Carvalho.
Além dos fatores estruturais, Carvalho apontou aspectos conjunturais como decisivos para a ausência de grandes manifestações da esquerda nas ruas. O professor acredita que, desde o fim do
mandato de Fernando Henrique Cardoso, a esquerda tem sido hegemônica no Brasil, com exceção do período do governo de Jair Bolsonaro. A hegemonia da esquerda e o longo período de governos petistas resultaram em um ciclo de estabilidade que, segundo ele, deixou menos espaço para grandes mobilizações populares.
"Mesmo com o governo Fernando Henrique Cardoso, a agenda da esquerda foi posta em marcha, teve amplo crescimento dos investimentos sociais, até pela própria necessidade de implantar o que foi decidido na Constituição de 1988, e ganhou forma durante os governos petistas que se sucederam. […] Esses dois elementos, de certa forma, [...] terminam demandando uma ausência motivos para a esquerda mobilizar e levar as pessoas às ruas", arguiu o especialista.
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