'Guerra eterna' de Israel contra o Hamas expõe fadiga de Tel Aviv e leva as FDI ao limite, diz mídia
© Foto / Forças de Defesa de IsraelMilitares das Forças de Defesa de Israel (FDI) em ações na Faixa de Gaza, em 23 de maio de 2024

© Foto / Forças de Defesa de Israel
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Apesar da desproporcionalidade de forças entre as Forças de Defesa de Israel (FDI) e o Hamas, o conflito que devastou a Faixa de Gaza tem exposto limites e o intenso desgaste para os soldados e os equipamentos militares de Tel Aviv.
De acordo com Financial Times (FT), a fundadora do Fórum de Esposas de Reservistas, Chen Arbel Marinberg, relata que as famílias dos reservistas estão se preparando para cinco anos de combates intensos após a renovação de sua ofensiva contra o Hamas, forçando o retorno de milhares de reservistas à guerra.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e o chefe das FDI, Eyal Zamir, ameaçaram continuar a campanha aérea em Gaza com uma nova ofensiva terrestre se o Hamas não libertar mais reféns israelenses. No entanto, há dúvidas sobre quanto tempo as Forças Armadas de Israel podem aguentar, já que Israel historicamente optou por guerras curtas para minimizar o impacto sobre seus reservistas.
Analistas de defesa e reservistas ouvidos pela apuração alertaram sobre o desgaste crescente da força de combate, com empregos, famílias e vidas em sobreaviso. Há sinais de desilusão com os objetivos de Netanyahu e seu gabinete, que descartaram o fim dos combates apesar da pressão pública por um acordo para trazer os reféns de volta.
O analista de defesa, Amos Harel, chegou a sugerir ao FT que alguns reservistas podem não se apresentar para o serviço devido à falta de consenso sobre a guerra enquanto o novo chefe das FDI argumenta que Israel precisa de "massa crítica" de forças para futuras campanhas longas e multifacetadas, ao prever que 2025 será um ano de guerra.
Em Israel, homens e mulheres judeus são obrigados a se alistar no Exército aos 18 anos, com muitos continuando na reserva. Antes da guerra atual, os reservistas serviam 30 dias por ano. Desde o início da guerra, mais de 800 soldados foram mortos e cerca de 6.000 feridos, com impactos devastadores também nos vizinhos de Israel.
Oficiais militares israelenses afirmam que mais 10.000 soldados são necessários para defender melhor as fronteiras de Israel. No entanto, a expansão do Exército enfrenta o desafio de recrutar jovens judeus ultraortodoxos — os haredi, que foram isentos do serviço militar desde a fundação de Israel, uma política que enfrenta crescente resistência.
Netanyahu, cuja coalizão depende de aliados haredi, não pretende recrutar à força os ultraortodoxos. A falta de recrutamento deste grupo e dificuldades pessoais diminuíram a motivação dos reservistas para lutar em nome do governo.