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Morte de adolescente brasileiro em prisão israelense evidencia 'política de extermínio', diz Fepal

© AP Photo / Leo CorreaPalestinos aguardam libertação de pessoas mantidas prisioneiras por Israel
Palestinos aguardam libertação de pessoas mantidas prisioneiras por Israel - Sputnik Brasil, 1920, 24.03.2025
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O Brasil pediu esclarecimentos ao governo de Israel sobre as circunstâncias da morte do adolescente brasileiro Walid Khaled Abdullah Ahmed, de 17 anos, na prisão israelense de Megiddo nesse domingo (23).
O rapaz, que também é palestino, filho de pai brasileiro, morava com a família na região de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, e foi levado por policiais israelenses em 30 de setembro de 2024. Ate então, estava detido sem acusação formal ou julgamento.
As circunstâncias da morte não foram esclarecidas, mas negligência médica é a principal hipótese, de acordo com a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal). O presidente da federação, Ualid Rabah, pontuou que o caso de Walid é claramente de detenção arbitrária e tortura de um menor de idade, além da tentativa de, "através do terror", intimidar palestinos de dupla nacionalidade para que deixem a Palestina, bem como inibir famílias da diáspora a enviarem jovens ao território.

"Israel está exportando o genocídio para a diáspora palestina espalhada pelo mundo, seja matando cidadãos palestinos de dupla nacionalidade na Palestina ocupada, seja através de perseguição de ativistas palestinos em outros países. O objetivo é fragilizar os elos da diáspora palestina com a Palestina, especialmente da juventude, e continuar a limpeza étnica integral do povo palestino de suas terras. Este é o objetivo principal dos sionistas há mais de um século", defendeu ele em declarações à Sputnik Brasil.

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De acordo com o jornal O Globo, o governo brasileiro está apurando a causa da morte do adolescente. Além de cobrar explicações de Tel Aviv, o governo brasileiro está prestando assistência à família.
O governo vem adiando desde janeiro o aval para o novo embaixador em Brasília, o chamado agrément — aprovação formal que um país concede antes de aceitar diplomata estrangeiro como embaixador no território.
Para o representante da Fepal, no entanto, a posição do governo brasileiro deve ser a de um "país comprometido com o direito internacional e a dignidade humana", que exige o rompimento das relações diplomáticas e de todos os acordos de cooperação com Israel:

"Israel é réu por genocídio na Corte Internacional de Justiça. Seu primeiro-ministro, [Benjamin] Netanyahu, tem uma ordem de prisão por crimes de guerra e de lesa-humanidade emitida pelo Tribunal Penal Internacional, do qual o Brasil é signatário. Em particular, a quebra do cessar-fogo e a retomada da matança industrial em Gaza, incluindo o assassinato de mais de 200 crianças em um único dia, o maior infanticídio registrado na história moderna, mostra, para quem ainda não sabia, que Israel é violador sistemático do direito internacional, desconhece a linguagem diplomática e apenas se comunica através da matança e do extermínio", declarou.

Fontes da Fepal afirmam que o número de mortes sob custódia atingiu níveis sem precedentes, além de denúncias de tortura física, psicológica, privação de alimentos e negação de atendimento médico. O brasileiro é apenas um entre os mais de 60 jovens mortos em prisões israelenses desde outubro de 2023.
A federação estima que há cerca de 6,5 mil brasileiros-palestinos residentes na Palestina ocupada e sob ataque, sendo cerca de 100 em Gaza. Mas, atualmente, apenas 11 permanecem nesses locais.
Logo depois do início dos ataques de Israel à Faixa de Gaza, que resultou na morte de quase 50 mil pessoas, o Brasil adotou tom crítico às ações militares, com duras falas por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que comparou a morte dos palestinos ao extermínio de judeus na Segunda Guerra Mundial. Há meses o país está sem representante na embaixada de Tel Aviv.
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