'Mostrar nossa cultura enquanto tentam nos apagar', diz diretora na 1ª Feira Palestina de SP (VÍDEO)
© Sputnik / Guilherme CorreiaEvento em São Paulo contou com apoio do Núcleo Palestina São Paulo, do Fórum Latino Palestino e da própria FEPAL. Brasil, 05 de abril de 2025

© Sputnik / Guilherme Correia
Nos siga no
Especiais
A primeira edição da Feira Palestina de São Paulo, realizada nesta sexta-feira (5) no Espaço Cultural Lélia Abramo, no bairro da Bela Vista, reúne dezenas de visitantes em evento que celebra a cultura palestina — da gastronomia à música, passando por oficinas de bordado, dança e caligrafia.
A diretora da pasta de História e Memórias da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL), Samia Ali Tayeh, resumiu o sentimento de muitos presentes diante da atual tragédia humanitária em Gaza. "A feira está sendo um sucesso desde as 10h da manhã, a hora que a gente abriu, tem vindo bastante gente."
"Alguns são descendentes de árabes e outros são brasileiros, mesmo simpatizantes da causa. Para nós, está sendo muito importante essa feira, que é uma maneira de mostrar a nossa cultura, a cultura do povo palestino que está vivendo hoje um genocídio jamais visto na história, que é o que está acontecendo na Faixa de Gaza. Então é uma maneira de mostrar ao povo brasileiro que nós temos uma cultura, uma história muito rica, de décadas, de séculos atrás. Então, isso pra nós, assim, é super importante."
O evento contou com apoio do Núcleo Palestina São Paulo, do Fórum Latino Palestino e da própria FEPAL. Organizado pelo professor Rafat Alnajjar, que vive no Brasil há três anos, a feira também foi pensada como uma forma de apresentar ao público brasileiro um retrato da Palestina para além do noticiário de guerra.
🇵🇸🇧🇷 'Mostrar nossa cultura enquanto tentam nos apagar', diz brasileira-palestina durante 1ª Feira Palestina de SP
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) April 5, 2025
A primeira edição da Feira Palestina de São Paulo, realizada nesta sexta-feira (5) no Espaço Cultural Lélia Abramo, no bairro da Bela Vista, reúne dezenas de… pic.twitter.com/AHqH3YMCfX
"É mostrar um outro lado, além da matança, da guerra. O lado bonito", disse Alnajjar em entrevista à Agência Brasil.
Durante a programação, os visitantes participaram de oficinas de caligrafia árabe, henna, tatreez (bordado tradicional) e dabke (dança folclórica popular no Levante). O encerramento fica por conta do músico Yousef Saif, que apresentou canções típicas ao som do buzuk, instrumento tradicional da região.
Embora a entrada seja gratuita, as oficinas são oferecidas com contribuição voluntária, a fim de arrecadar fundos para cobrir os custos do evento — que, além de divulgar a cultura palestina, também funciona como espaço de denúncia e resistência diante da escalada da violência no território ocupado.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), de novembro de 2023 a abril de 2024, cerca de 70% das vítimas mortas em Gaza eram mulheres e crianças. Quase 80% morreram dentro de edifícios residenciais.
Apesar de um cessar-fogo anunciado em janeiro, os bombardeios foram retomados e, desde março, mais de mil pessoas perderam a vida na região.