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'A gente precisa aprender a gritar' contra as injustiças, diz Lula a integrantes de países africanos

© Foto / Palácio do Planalto / Ricardo StuckertO presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, participa de reunião com ministros da Agricultura da União Africana em Brasília
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, participa de reunião com ministros da Agricultura da União Africana em Brasília - Sputnik Brasil, 1920, 19.05.2025
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O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, fez duras críticas ao colonialismo e às consequências funestas desse período sobre os países africanos em uma reunião com ministros da Agricultura da União Africana nesta segunda-feira (19).
A reunião faz parte do II Diálogo Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural, iniciado ontem (18). Lula disse que o encontro visa sensibilizar e causar indignação com o fato de que 730 milhões de pessoas passam fome no mundo, enquanto globalmente foram gastos US$ 2,4 trilhões (cerca de R$ 12 trilhões) em armamento e conflitos no ano passado.

"A gente precisa aprender a gritar, aprender a dizer que não aceitaremos mais isso. Imagina se o dinheiro que está sendo gasto na guerra entre Rússia e Ucrânia estivesse sendo gasto na produção de alimento. Imagina se o dinheiro que o Exército de Israel gasta para matar mulheres e crianças na Faixa de Gaza fosse utilizado para transferir tecnologia para países que precisam… […] O mundo seria outro", declarou ele.

Segundo ele, muitos países não têm soberania alimentar devido ao legado do processo colonial na África e nas Américas, que impediu o desenvolvimento pleno de suas economias, agricultura e indústria, com autonomia.
"Ainda tem país africano com menos de 20% da população com energia elétrica. Falta estrada, água tratada, falta respeito de outros países com o continente africano" afirmou ele.

"Países africanos que eram autossuficientes na produção de alimentos antes da colonização, desaprenderam a produzir o que comer para depender do excesso de comida do país colonizador. Isso não é humanamente correto."

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Lula declarou também que o preconceito que existe contra o potencial dessas nações é outra consequência da colonização, que, com narrativas racistas e eurocêntricas, ignoraram a multiplicidade e a pluralidade das sociedades africanas, propagando desrespeito.
Sobre o evento, ele declarou que o Brasil tem muito a aprender com os países do continente africano, que chamou de "berço da humanidade", e enfatizou que o Brasil abriu 19 embaixadas na África em 2024.
Em seu discurso, o presidente destacou que o Brasil tem uma dívida histórica com a África. "Não podemos pagar em dinheiro", disse Lula, "porque não pode ser mensurada". "Mas podemos pagar com transferência de tecnologia para vocês produzirem."

"Na minha concepção, a África faz parte do Brasil e o Brasil tem que ter orgulho de dizer que faz parte da África."

O evento, que termina nesta quinta-feira (22), reúne mais de 40 delegações de países africanos, além de representantes de organismos internacionais, bancos multilaterais de desenvolvimento, instituições de pesquisa, organizações e cooperativas da agricultura familiar e entidades do setor privado.
O encontro tem como objetivo principal promover o intercâmbio de conhecimentos e experiências bem-sucedidas para aprofundar a cooperação do Brasil com a África e fortalecer a produção alimentar local nos países africanos. A primeira edição ocorreu em 2010.
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