Escalada na guerra Irã-Israel faz disparar os preços do combustível de aviação na Europa, diz mídia
© AP Photo / Matthias Schrader
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A guerra entre Irã e Israel fez disparar os preços do diesel e do combustível de aviação na Europa, que atingiram o maior nível em 15 meses, refletindo o temor de interrupções nas exportações do Golfo, região crucial para o abastecimento europeu segundo a mídia britânica.
Com a recente escalada do conflito entre Irã e Israel o temor de interrupções nas exportações de combustíveis do Oriente Médio, especialmente do Golfo, tem impulsionado a alta de preços do combustível de aviação na Europa. Desde o início das hostilidades, o prêmio do diesel em relação ao petróleo bruto subiu 60%, enquanto o do combustível de aviação aumentou 45%, segundo dados da Argus.
Apesar da valorização de cerca de 9% no preço do petróleo do tipo Brent, analistas apontam que o mercado global de petróleo ainda está bem abastecido. Até o momento, Israel tem evitado atacar diretamente a infraestrutura de exportação de petróleo do Irã, o que tem ajudado a conter maiores impactos no fornecimento global de petróleo bruto. No entanto, os combustíveis refinados, como diesel e querosene de aviação, têm sido mais sensíveis às tensões geopolíticas.
A Europa depende fortemente das importações de combustíveis refinados do Golfo, o que a torna particularmente vulnerável a qualquer interrupção no estreito de Ormuz — um ponto estratégico para o escoamento de petróleo e derivados. Mais de 20% do diesel rodoviário importado pela União Europeia (UE), Reino Unido e Noruega em 2024 veio da região, especialmente da Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos, de acordo com o Financial Times.
Além disso, o Golfo forneceu mais da metade do combustível de aviação consumido na Europa, totalizando cerca de 13 milhões de toneladas. Outros fornecedores importantes incluem os Estados Unidos, Índia e Turquia. O Reino Unido é um dos países mais expostos, tendo importado um terço de seu diesel e dois terços de seu combustível de aviação no último ano.
Na última quinta-feira (19), o combustível de aviação era negociado com um prêmio de quase US$ 27 (R$ 148,85) por barril em relação ao Brent, enquanto o diesel apresentava um prêmio de quase US$ 29 (R$ 159,87). Segundo George Maher-Bonnett, da Argus, os consumidores e companhias aéreas devem começar a sentir os efeitos desses aumentos nas próximas semanas, embora muitas empresas já contem com estratégias para mitigar os impactos imediatos e se proteger contra riscos financeiros.
Ainda que os preços da gasolina na Europa estejam caindo devido à fraca demanda interna — e com o reforço da recém-inaugurada refinaria nigeriana de Dangote — mais impactos sobre os combustíveis como o gás são esperados caso o conflito no Oriente Médio se estenda ou transborde para outras regiões.
