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Os EUA realmente obliteraram a usina nuclear de Fordow, no Irã?

© AP Photo / Kevin WolfO presidente do Estado-Maior Conjunto, general Dan Caine, assiste a um vídeo de teste da arma usada no ataque à usina iraniana de enriquecimento de combustível de Fordow durante uma coletiva de imprensa no Pentágono, quinta-feira, 26 de junho de 2025, em Washington
O presidente do Estado-Maior Conjunto, general Dan Caine, assiste a um vídeo de teste da arma usada no ataque à usina iraniana de enriquecimento de combustível de Fordow durante uma coletiva de imprensa no Pentágono, quinta-feira, 26 de junho de 2025, em Washington - Sputnik Brasil, 1920, 28.06.2025
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Em entrevista à Sputnik, o oficial reformado das Forças Armadas da Suécia Mikael Valtersson explica que as alegações norte-americanas de destruição da instalação não necessariamente apontam para a aniquilação da planta nuclear.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e outras autoridades ligadas à Casa Branca repetem há uma semana que a usina nuclear de Fordow, no Irã, foi "obliterada" durante o ataque norte-americano. Entretanto, dados da inteligência dos EUA, divulgados pela mídia, apontam para um cenário muito mais favorável às instalações do Irã do que à destruição defendida oficialmente.
Em entrevista à Sputnik, o oficial reformado das Forças Armadas da Suécia Mikael Valtersson descarta uma das principais hipóteses dos Estados Unidos para defender a obliteração — a evidência de poeira de concreto nas ventilações da usina. Para o especialista, qualquer tipo de dano — ainda que leve — já levantaria poeira de concreto.
"O poço de ventilação é feito de tal forma que não é apenas um buraco por onde se pode jogar uma bomba. Exatamente como o construíram, eu não sei. Mas não será possível simplesmente jogá-lo na instalação se você a atingir. [Caso contrário] os israelenses poderiam ter feito isso."
Outro argumento norte-americano questionado por Valtersson é sobre as bombas GBU-57. Projetado para penetrar 60 metros no alvo antes de explodir, o armamento não deve ter alcançado mais de 30 metros de profundidade na usina de Fordow, já que a planta nuclear é construída em rocha e enterrada sob uma montanha, observa o sueco.
Ainda que estas bombas entrassem nos dutos da usina, o oficial reformado acredita na possibilidade que esta canalização possua cavernas para desviar qualquer tipo de explosivo. Segundo o especialista, as instalações militares subterrâneas na Suécia, por exemplo, utilizam uma estrutura baseada em zigue-zagues.
Outro ponto que favorece a integridade estrutural de Fordow é o Irã estar situado em um local com atividade sísmica elevada. Valtersson aponta que a planta nuclear, provavelmente, foi construída com tecnologias capazes de aguentar fortes ondas de choque, seja por terremotos ou por bombardeios.
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Polêmica em versões

Enquanto os EUA defendem a obliteração de Fordow, a CNN publicou, na última terça-feira (24), que um relatório produzido por uma agência do Pentágono nega a destruição de qualquer componente principal das usinas nucleares bombardeadas.
"Duas pessoas familiarizadas com a avaliação disseram que o estoque de urânio enriquecido do Irã não foi destruído. Uma delas disse que as centrífugas estão praticamente 'intactas'", cita a reportagem. "Portanto, a avaliação é que os EUA as atrasaram em alguns meses, no máximo."
Em declaração à mídia, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, desdenhou das informações publicadas pela emissora e classificou a história como uma tentativa de rebaixar Trump.
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