Lula na Argentina: Mauro Vieira afirma que Cúpula do Mercosul não terá espaço para 'coisas políticas'
14:23 01.07.2025 (atualizado: 16:50 01.07.2025)
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O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, afirmou hoje (1°) que a Cúpula do Mercosul, que acontece nesta semana na Argentina, estará focada na agenda específica do bloco e que não haverá espaço para "coisas políticas". O encontro marca também a primeira viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país desde a posse de Milei.
"Há duas cúpulas [do Mercosul] por ano. Há momentos em que é especificamente [a agenda própria do] Mercosul e há momentos em que há espaço para coisas políticas. Desta vez, da própria forma como foi organizado pela presidência argentina, vai ser um período muito curto", complementou em entrevista ao jornal O Globo.
Conforme o chanceler brasileiro, a primeira viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao país desde a posse do homólogo argentino, Javier Milei, em dezembro de 2023, será curta. O petista desembarca na próxima quarta-feira (2) e, após a reunião com presidentes na quinta-feira (3), retorna ao Brasil às 13h00.
Entre os pontos que devem ser discutidos no encontro, segundo Vieira, estão a adesão da Bolívia ao Mercosul, além de negociações do grupo com outros países e blocos econômicos, a exemplo do acordo com a União Europeia e da flexibilização das regras do bloco para permitir acordos individuais dos membros.
"Temos vários pedidos de negociação: Panamá, Canadá, Vietnã, Indonésia, entre outros. Os projetos de negociação com a União Europeia estão avançadíssimos. Cada dia mais, o Mercosul se consolida como importante área de livre comércio que representa um número importante de habitantes. Nós temos, inclusive, de escolher e ver muito bem", declarou ao jornal.
O ministro negou que esteja previsto um encontro de Lula com Cristina Kirchner, ex-presidente argentina condenada a seis anos de prisão pela Justiça do país por crime de administração fraudulenta durante os governos entre 2007 e 2015. Atualmente, Kirchner segue em prisão domiciliar. A fala contradiz o ex-ministro Paulo Pimenta, que no último mês confirmou o encontro.
Na entrevista, Vieira também falou a respeito das expectativas da Cúpula do BRICS, que acontece entre 6 e 7 de junho no Rio de Janeiro. Questionado sobre a situação do Irã, o ministro afirmou que a declaração final pode defender o uso da energia nuclear pelo país para fins pacíficos.
"É mais do que natural. Mas estamos trabalhando com uma declaração final com várias áreas relevantes, como em saúde e transações comerciais entre os países", citou.
