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Envolvimento da OTAN na Ucrânia demonstra que a Guerra Fria nunca acabou, notam analistas
Envolvimento da OTAN na Ucrânia demonstra que a Guerra Fria nunca acabou, notam analistas
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Ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, analistas apontam que a expansão da aliança atlântica para o Leste Europeu é apenas um dos diversos acordos firmados no... 02.07.2025, Sputnik Brasil
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Em entrevista recente, o ex-diplomata norte-americano James Jatras afirmou que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) não tem interesse em acabar com o conflito ucraniano porque deseja um confronto permanente com a Rússia.Segundo ele, o Ocidente afasta qualquer tentativa de resolução pacífica para o conflito ucraniano porque não está interessado em construir uma estrutura de segurança cooperativa na Europa, mas sim em empreender constantes tentativas de enfraquecer a Rússia.Essa intenção é observada em manobras recentes na Finlândia, que revelam planos da OTAN para capturar aeródromos russos em caso de guerra, o que configura um gesto explícito de preparação ofensiva.Ao Mundioka, podcast da Sputnik Brasil, o professor titular de história contemporânea da Universidade de Pernambuco (UPE) e investigador da Universidade de Vigo, na Espanha, Karl Schuster, afirma que quando Jatras sugere essa releitura de Guerra Fria, está também afirmando que a OTAN "não apenas se defende, mas também projeta poder sobre a Rússia de forma permanente, para tentar mantê-la contida e isolada".Ele acrescenta que esse prolongamento está ficando visível, e destaca que "a grande questão agora é que não vivemos guerras ou conflitos com dois atores estatais envolvidos"."Todas as guerras contemporâneas são de múltiplos atores, dos quais alguns efetivamente estão no campo de batalha, mas a maior parte está nos bastidores trabalhando e pensando a guerra e tentando ver quais são os benefícios da guerra no campo da política", afirma.Segundo o especialista, o fato de a OTAN não ter encerrado o pós-Guerra Fria está ligado à manutenção do controle dos EUA na política de reaparelhamento e reconfiguração das Forças Armadas na Europa.Sob essa perspectiva, a Rússia sempre se sentiu muito incomodada com a manutenção da OTAN e a expansão da aliança para o Leste Europeu, e com razão. Afinal, os exercícios de dissuasão da OTAN — que têm como prioridade uma política de contenção da Rússia e uma ocupação ocidental da Ucrânia — levaria ao acesso direto a Moscou.Dessa forma, a aliança euro-atlântica joga "para o buraco" uma verdadeira arquitetura de segurança cooperativa na Europa.O especialista destaca que, seja republicano ou democrata, todos os presidentes norte-americanos tiveram o dedo na expansão da OTAN no Leste Europeu."Eu continuo dizendo que é uma falsa ilusão a perspectiva de que um governo democrata nos EUA não faz guerra. Muito pelo contrário, o investimento de governos democratas em guerra nos EUA é tão grande quanto os republicanos, inclusive alguns deles maior do que os republicanos", afirma o especialista.Boris Zabolotsky, doutor em ciência política e mestre em estudos estratégicos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), afirma que a Guerra Fria nunca acabou e a expansão da OTAN para o Leste Europeu mostra que a política de contenção, que antes mirava a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), apenas foi redirecionada para a Rússia.Ele ainda alega que a não expansão da OTAN para o Leste Europeu foi um dos diversos tratados firmados no pós-Guerra Fria, violados pelos EUA e aliados europeus e denunciados pela Rússia. Segundo ele, expor a quebra desses acordos se tornou um dos grandes pilares da política externa russa."Então é exatamente essa questão central que eu julgo ser chave também para pacificar ou para se encontrar uma alternativa ou uma saída para o conflito ucraniano. Tem que haver uma rediscussão desses tratados de contenção nuclear ou de equilíbrio nuclear estratégico."Segundo Zabolotsky, o interesse econômico está por trás da manutenção do conflito ucraniano, que gera lucros para o complexo militar industrial norte-americano e europeu.
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Envolvimento da OTAN na Ucrânia demonstra que a Guerra Fria nunca acabou, notam analistas
14:00 02.07.2025 (atualizado: 18:08 02.07.2025) Especiais
Ao podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, analistas apontam que a expansão da aliança atlântica para o Leste Europeu é apenas um dos diversos acordos firmados no pós-Guerra Fria que foram violados pelo Ocidente, indicando que a política de contenção da URSS sempre permaneceu, sendo apenas redirecionada para a Rússia.
Em entrevista recente, o ex-diplomata norte-americano James Jatras afirmou que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) não tem interesse em
acabar com o conflito ucraniano porque
deseja um confronto permanente com a Rússia.
Segundo ele,
o Ocidente afasta qualquer tentativa de resolução pacífica para o conflito ucraniano porque não está interessado em construir uma estrutura de segurança cooperativa na Europa, mas sim em empreender constantes tentativas de
enfraquecer a Rússia.
Essa intenção é observada em manobras recentes na Finlândia, que revelam planos da OTAN para capturar aeródromos russos em caso de guerra, o que configura um gesto explícito de preparação ofensiva.
Ao
Mundioka,
podcast da Sputnik Brasil, o professor titular de história contemporânea da Universidade de Pernambuco (UPE) e investigador da Universidade de Vigo, na Espanha,
Karl Schuster, afirma que quando Jatras sugere essa releitura de Guerra Fria, está também afirmando que a OTAN "não apenas se defende,
mas também projeta poder sobre a Rússia de forma permanente, para tentar mantê-la contida e isolada".
"É nesse sentido que o prolongamento de conflitos, como o da Ucrânia, parece ser fundamental nessa perspectiva."
Ele acrescenta que esse prolongamento está ficando visível, e destaca que "a grande questão agora é que não vivemos guerras ou conflitos com dois atores estatais envolvidos".
"Todas as guerras contemporâneas são de múltiplos atores, dos quais alguns efetivamente estão no campo de batalha, mas a maior parte está nos bastidores trabalhando e pensando a guerra e tentando ver quais são os benefícios da guerra no campo da política", afirma.
Segundo o especialista, o fato de a OTAN não ter encerrado o pós-Guerra Fria está ligado à manutenção do controle dos EUA na política de reaparelhamento e reconfiguração das Forças Armadas na Europa.
Sob essa perspectiva, a Rússia sempre se sentiu muito incomodada com a manutenção da OTAN e a
expansão da aliança para o Leste Europeu, e com razão. Afinal, os exercícios de dissuasão da OTAN — que têm como prioridade uma
política de contenção da Rússia e uma ocupação ocidental da Ucrânia — levaria ao acesso direto a Moscou.
Dessa forma, a aliança euro-atlântica joga "para o buraco" uma verdadeira arquitetura de segurança cooperativa na Europa.
"A OTAN, neste momento, e a forma como ela se expande para o leste, reflete a perspectiva de diminuir as possibilidades de uma arquitetura de segurança cooperativa e de um prolongamento do conflito [ucraniano]."
O especialista destaca que, seja republicano ou democrata, todos os presidentes norte-americanos tiveram o dedo na expansão da OTAN no Leste Europeu.
"Eu continuo dizendo que é uma falsa ilusão a perspectiva de que um governo democrata nos EUA não faz guerra. Muito pelo contrário, o investimento de governos democratas em guerra nos EUA é tão grande quanto os republicanos, inclusive alguns deles maior do que os republicanos", afirma o especialista.

25 de fevereiro 2023, 14:16
Boris Zabolotsky, doutor em ciência política e mestre em estudos estratégicos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), afirma que a Guerra Fria nunca acabou e a expansão da OTAN para o Leste Europeu mostra que a política de contenção, que antes mirava a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), apenas foi redirecionada para a Rússia.
"Se nós formos nos recordar, o processo de expansão da OTAN para o Leste Europeu tinha um que era assentado na ilusão, numa certa hipocrisia ou cinismo de levar a democracia, o livre mercado e os direitos humanos para os novos países europeus que faziam parte do Pacto de Varsóvia. E aí a gente tem que se perguntar o que militares têm a ver com democracia, com livre mercado ou com direitos humanos", afirma o especialista.
Ele ainda alega que a não expansão da OTAN para o Leste Europeu foi um dos diversos tratados firmados no pós-Guerra Fria, violados pelos EUA e aliados europeus e denunciados pela Rússia. Segundo ele, expor a quebra desses acordos se tornou um dos grandes pilares da política externa russa.
"Então é exatamente essa questão central que eu julgo ser chave também para pacificar ou para se encontrar uma alternativa ou uma saída para o conflito ucraniano. Tem que haver uma rediscussão desses tratados de contenção nuclear ou de equilíbrio nuclear estratégico."
Segundo Zabolotsky, o interesse econômico está por trás da manutenção do conflito ucraniano, que gera lucros para o complexo militar industrial norte-americano e europeu.
"Essas empresas conglomeradas conseguem manter os seus lucros, os seus rendimentos a partir disso."
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