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BRICS condena ataques ao Irã e reforça compromisso com multilateralismo em declaração de líderes

© Aline Massuca/BRICS BrasilChefes de Estado, ministros e autoridades durante plenária da Cúpula do BRICS. Rio de Janeiro, 6 de julho de 2025
Chefes de Estado, ministros e autoridades durante plenária da Cúpula do BRICS. Rio de Janeiro, 6 de julho de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 06.07.2025
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Os líderes do BRICS se reuniram neste domingo (6), no Rio de Janeiro, para a abertura da 17ª cúpula do grupo, sob o tema "Fortalecendo a cooperação do Sul Global para uma governança mais inclusiva e sustentável".
Em declaração conjunta, os chefes de Estado reafirmaram seu compromisso com a reforma da governança global, defenderam o multilateralismo e anunciaram a entrada da Indonésia como novo membro pleno do bloco. Outros 11 países também foram reconhecidos como parceiros do BRICS, sinalizando a ampliação da influência do grupo em regiões estratégicas do Sul Global.
"Reafirmamos nosso compromisso com o espírito do BRICS de respeito e compreensão mútuos, igualdade soberana, solidariedade, democracia, abertura, inclusão, colaboração e consenso", diz a declaração conjunta, que também destaca a intenção dos países-membros de aprofundar a cooperação em três pilares principais: político e de segurança; econômico e financeiro; e cultural e interpessoal.
Além da Indonésia, o bloco reconheceu a República de Belarus, o Estado Plurinacional da Bolívia, a República do Cazaquistão, a República de Cuba, a República Federal da Nigéria, a Malásia, o Reino da Tailândia, a República Socialista do Vietnã, a República do Uganda e a República do Uzbequistão como países parceiros do BRICS.
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Iniciativas e governança global

A cúpula também foi marcada pelo lançamento de novas iniciativas voltadas para desafios globais. Entre os destaques estão:
A declaração-Marco dos Líderes do BRICS sobre Finanças Climáticas
A declaração dos Líderes do BRICS sobre Governança Global da Inteligência Artificial
A parceria do BRICS para a Eliminação de Doenças Socialmente Determinadas.
As medidas, segundo os líderes, refletem os esforços coletivos para "promover soluções inclusivas e sustentáveis para questões globais prementes".
O documento oficial reforça ainda o apoio do BRICS à reforma das Nações Unidas, especialmente de seu Conselho de Segurança, com o objetivo de torná-lo mais representativo e eficaz.

"Reiteramos o nosso compromisso em garantir maior e mais significativa participação e representação de países em desenvolvimento e mercados emergentes, assim como de países menos desenvolvidos, especialmente da África, da América Latina e do Caribe, nos processos e estruturas decisórios globais", afirmaram os líderes.

Apoio ao Brasil e à Índia

A declaração também trouxe uma sinalização política importante: China e Rússia reiteraram o apoio às aspirações do Brasil e da Índia de desempenharem um papel mais relevante nas Nações Unidas, incluindo no Conselho de Segurança. A menção reflete um posicionamento consolidado nas cúpulas anteriores, como a de Johanesburgo, em 2023, e a de Pequim, em 2022.
Os líderes ressaltaram, ainda, a importância de ampliar a presença do Sul Global nas instâncias decisórias da Organização das Nações Unidas (ONU), destacando os documentos regionais africanos, como o Consenso de Ezulwini e a Declaração de Sirte como bases legítimas para as aspirações do continente.
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Condenação dos ataques contra o Irã

O texto também condenou os ataques contra o Irã no último mês, apesar de não citar expressamente os países envolvidos, e afirmou que as ações violaram o direito internacional. De acordo com a declaração, a segurança nuclear deve ser respeitada, inclusive em conflitos armados, conforme prevê a Carta das Nações Unidas.

"Expressamos, ainda, séria preocupação com os ataques deliberados contra infraestruturas civis e instalações nucleares pacíficas sob totais salvaguardas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em violação ao direito internacional e a resoluções pertinentes da AIEA", aponta a declaração, que ainda pede que a questão seja discutida pelo Conselho de Segurança da ONU.

O documento reitera a preocupação do BRICS com a situação no "território Palestino ocupado" por conta da retomada de grandes ataques por Israel contra a Faixa de Gaza e a obstrução da entrada de ajuda humanitária.

"Também condenamos as tentativas de politizar ou militarizar a assistência humanitária. Exortamos as partes a se engajarem, de boa-fé, em novas negociações com vistas à obtenção de um cessar-fogo imediato, permanente e incondicional; à retirada completa das forças israelenses da Faixa de Gaza e de todas as demais partes do Território Palestino Ocupado; à libertação de todos os reféns e detidos em violação ao direito internacional; e ao acesso e entrega sustentados e desimpedidos da ajuda humanitária", acrescenta.

A declaração de líderes ainda pede o apoio da comunidade internacional à Autoridade Palestina para viabilizar a criação do Estado, além de ajudar na reconstrução da infraestrutura civil que foi praticamente toda destruída ao longo da guerra travada por Israel.
Com relação ao conflito na Ucrânia, o texto apoia as propostas de mediação em andamento, além da criação da Iniciativa Africana de Paz e do Grupo de Amigos para a Paz, encabeçada por Brasil e China no ano passado.
Os líderes do BRICS também condenaram 'nos termos mais fortes' os ataques contra pontes e ferrovias que visaram deliberadamente civis nas regiões de Bryansk, Kursk e Voronezh.
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Uma nova fase para o BRICS

Com a expansão do grupo e o reforço de sua agenda estratégica, o BRICS sinaliza uma nova fase de atuação internacional. O tom da cúpula no Rio de Janeiro deixa claro o desejo dos países-membros de reequilibrar a ordem global, promovendo uma arquitetura mais justa e inclusiva.
A cúpula continua nesta segunda-feira (7), com reuniões bilaterais e a assinatura de acordos complementares.
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