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BRICS é o novo jeito de 'fazer o multilateralismo sobreviver no mundo', diz Lula
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O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse na tarde desta segunda-feira (7) que o BRICS é o novo jeito de "fazer o multilateralismo sobreviver no... 07.07.2025, Sputnik Brasil
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Lula foi categórico ao declarar que a articulação "não quer mais o mundo tutelado" e que busca mais respeito à soberania de cada país. O petista também teceu críticas à Organização das Nações Unidas (ONU) ao falar que o mundo não está mais em 1945, época logo após o término da Segunda Guerra Mundial, quando o sistema foi criado.Ainda sobre o período da Segunda Guerra Mundial, Lula destacou que são saudosistas desse período apenas aqueles que são nazistas ou fascistas e que esse tipo de pessoa não faz parte do BRICS.O presidente também questionou o motivo pelo qual Brasil, África do Sul, Egito, Etiópia, Índia, México e outros países não estão no Conselho de Segurança da ONU. Segundo ele, o que é visto como "um shopping ideológico" precisa de uma mudança. Repensar o modelo da ONU é necessário para chegar a verdadeiros consensos, em vez de a organização servir como um mostruário de discursos sem finalidade.Lula responde críticas de TrumpO presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi citado durante a coletiva de imprensa com Lula. O homólogo brasileiro falou, mais uma vez, que o mandatário norte-americano não deve ficar ameaçando outras pessoas pela Internet.Ao longo das últimas horas, Trump afirmou que taxará países ligados ao BRICS e às políticas do grupo, as quais o presidente dos EUA classificou como "antiamericanas" — assunto que sequer foi debatido pelos líderes do BRICS, segundo Lula. Já nesta manhã, o líder estadunidense também criticou o tratamento dado ao ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro e falou em "perseguição política".À imprensa, Lula também comentou o fato de o Irã não reconhecer a solução de dois Estados para o fim das disputas territoriais entre palestinos e israelenses. Para o petista, "ninguém vai pedir para o Irã mudar de posição", embora Brasil e BRICS entendam que essa é a melhor saída para o conflito.Outro ponto debatido por Lula foi a questão do dólar em transações internacionais. Segundo o presidente, é necessário encontrar um jeito de as negociações não precisarem utilizar a moeda norte-americana.Lula encerrou a coletiva citando Raul Seixas, ao declarar que o BRICS é uma "metamorfose ambulante", ao ser questionado sobre a entrada de países da América Latina no grupo.
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BRICS é o novo jeito de 'fazer o multilateralismo sobreviver no mundo', diz Lula
14:01 07.07.2025 (atualizado: 15:39 07.07.2025) Redação
Equipe da Sputnik Brasil
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse na tarde desta segunda-feira (7) que o BRICS é o novo jeito de "fazer o multilateralismo sobreviver no mundo", durante discurso na 17ª cúpula do grupo, que acontece no Rio de Janeiro.
Lula foi categórico ao declarar que a articulação
"não quer mais o mundo tutelado" e que busca mais respeito à soberania de cada país. O petista também teceu críticas à
Organização das Nações Unidas (ONU) ao falar que o mundo não está mais em 1945, época logo após o término da Segunda Guerra Mundial, quando o sistema foi criado.
"No BRICS, a gente tem a convicção de que não quer mais o mundo tutelado, não quer mais Guerra Fria, não quer mais desrespeito à soberania, não quer mais guerra. É por isso que a gente está discutindo com muita profundidade a necessidade de uma mudança estrutural, inclusive no estatuto da ONU."
Ainda sobre o período da Segunda Guerra Mundial,
Lula destacou que são saudosistas desse período apenas aqueles que são
nazistas ou fascistas e que esse tipo de pessoa não faz parte do BRICS.
"Aquele mundo ficou para trás. Os saudosistas daquele mundo, do nazismo e do fascismo, são outros que não estão no BRICS. No BRICS nós queremos fortalecer o processo democrático, multilateral, a gente quer a paz, o desenvolvimento e a participação social."
O presidente também questionou o motivo pelo qual Brasil, África do Sul, Egito, Etiópia, Índia, México e outros países não estão no Conselho de Segurança da ONU. Segundo ele, o que é visto como "um shopping ideológico" precisa de uma mudança. Repensar o modelo da ONU é necessário para chegar a verdadeiros consensos, em vez de a organização servir como um mostruário de discursos sem finalidade.
"Me parece que o BRICS pode ser essa válvula de escape que a humanidade precisa para fazer alguma coisa nova. […] A ONU deveria ser o grande centro de debate dos problemas mundiais, mas não é mais e todo mundo sabe que não é."
Lula responde críticas de Trump
O
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi citado durante a coletiva de imprensa com Lula. O homólogo brasileiro falou, mais uma vez, que o mandatário norte-americano
não deve ficar ameaçando outras pessoas pela Internet.
"Não acho muito responsável um presidente da República de um país do tamanho dos EUA ficar ameaçando o mundo através da Internet. Não é correto. Ele precisa saber que o mundo mudou. Não queremos imperadores, somos soberanos. É equivocado e irresponsável."
Ao longo das últimas horas, Trump afirmou que taxará países ligados ao BRICS e às políticas do grupo, as quais o presidente dos EUA classificou como "antiamericanas" — assunto que sequer foi debatido pelos líderes do BRICS, segundo Lula. Já nesta manhã, o líder estadunidense também criticou o tratamento dado ao ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro e falou em "perseguição política".
"Tenho coisa mais importante para comentar do que isso", disse Lula sobre alegações de Trump a Bolsonaro. "Esse país tem lei, esse país tem regra e esse país tem um dono, chamado povo brasileiro. Portanto, deem palpite na sua vida, e não na nossa."
À imprensa, Lula também comentou o fato de o Irã não reconhecer a solução de dois Estados para o fim das disputas territoriais entre palestinos e israelenses. Para o petista, "ninguém vai pedir para o Irã mudar de posição", embora Brasil e BRICS entendam que essa é a melhor saída para o conflito.
Outro ponto debatido por Lula foi a questão do dólar em transações internacionais. Segundo o presidente, é necessário encontrar um jeito de as negociações não precisarem utilizar a moeda norte-americana.
"Quando for com os Estados Unidos, [a negociação] passa pelo dólar. Mas quando for com a Argentina, não precisa passar. Quando for com a China, não precisa passar. […] Ninguém determinou que o dólar é a moeda padrão."
Lula encerrou a coletiva citando Raul Seixas, ao declarar que o BRICS é uma "metamorfose ambulante", ao ser questionado sobre a entrada de países da América Latina no grupo.
"Poderia dizer para vocês que o BRICS é uma metamorfose ambulante. Não é aquela coisa que já está pronta. O BRICS é uma criança em crescimento, sabe? Nós estamos aprendendo, não tentando repetir os erros dos outros. Estamos tentando fazer algo novo."
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