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Tarifas dos EUA sobre Sudeste Asiático prejudicam consumidores norte-americanos, diz especialista

© AP Photo / Marcio Jose SanchezUm homem fuma dentro de uma barraca na Skid Row, em Los Angeles, EUA, 20 de março de 2020
Um homem fuma dentro de uma barraca na Skid Row, em Los Angeles, EUA, 20 de março de 2020 - Sputnik Brasil, 1920, 09.07.2025
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Os EUA impuseram tarifas de até 40% sobre importações de países da ASEAN, afetando setores-chave como vestuário e eletrônicos. Segundo especialistas, a medida pode prejudicar mais os consumidores norte-americanos e aumentar a incerteza nas cadeias globais do que oferecer benefícios econômicos imediatos.
Na segunda-feira (7), o presidente dos EUA, Donald Trump, começou a enviar cartas comerciais a países, descrevendo as tarifas sobre as importações para os EUA. Entre os países da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), a Indonésia foi sujeita a uma tarifa de 32%, Tailândia e Camboja enfrentaram uma tarifa de 36%, enquanto a Malásia pagará a tarifa de 25%.
A tarifa mais alta, de 40%, foi introduzida para Laos e Mianmar.
As recentes tarifas dos EUA sobre os países da ASEAN provavelmente vão prejudicar os consumidores norte-americanos mais do que os ajudar, já que muitas das importações dos países afetados são essenciais para o consumo e a indústria dos EUA, disse Khoo Ying Hooi, professora associada de Relações Internacionais e Direitos Humanos na Universidade da Malásia, em Kuala Lumpur, à Sputnik.
O logotipo da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês) exibido em um hotel onde ocorreu uma reunião de chanceleres da organização, em Langkawi. Malásia, 18 de janeiro de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 21.03.2025
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"Ironicamente, essas tarifas provavelmente prejudicarão os consumidores e as empresas norte-americanas mais do que os ajudarão. Produtos importados da ASEAN, como roupas e eletrônicos, são essenciais para o consumo e a manufatura dos EUA. Além disso, muitas empresas norte-americanas transferiram a produção da China para o Sudeste Asiático em resposta às tarifas anteriores do primeiro mandato de Trump", afirmou a professora.

Para ela, as novas tarifas "essencialmente penalizam essa mudança e criam mais incerteza nas cadeias de suprimentos globais", acrescentando que as pequenas e médias empresas norte-americanas que dependem de importações acessíveis "serão as mais afetadas".
Ao mesmo tempo, Khoo destacou que o grau de impacto na ASEAN deve variar dependendo do país, com Vietnã, Malásia e Tailândia provavelmente "sofrendo o peso", pois são "economias impulsionadas pela exportação com dependência significativa dos mercados dos EUA".

"Em contraste, para países como Camboja, Laos e Mianmar, o impacto é mais específico de cada setor, como vestuário e calçados, em particular, mas ainda assim é significativo porque esses setores são intensivos em mão de obra e constituem a espinha dorsal do emprego e da divisa. Também vale a pena notar que essas economias menores têm menos reservas para absorver choques externos", acrescentou a especialista.

As tarifas também prejudicam os esforços da ASEAN para se apresentar como um "polo econômico estável e baseado em regras" e podem forçar os países a reavaliar sua dependência excessiva do mercado norte-americano, disse Khoo.
Porta-bandeiras içam a bandeira da Indonésia durante cerimônia em comemoração ao 75º Dia da Independência do país, no Palácio Merdeka, em Jacarta. Indonésia, 17 de agosto de 2020 - Sputnik Brasil, 1920, 03.02.2025
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"De fato, muitos Estados da ASEAN já começaram a explorar e fortalecer os laços comerciais com outras economias para se proteger desse tipo de incerteza econômica. Portanto, embora as tarifas sejam prejudiciais, elas também reforçam uma recalibração contínua em direção à diversificação", acrescentou.

Após retornar à Casa Branca, Trump começou a endurecer a política comercial: introduziu tarifas sobre as importações do México e do Canadá, aumentou-as para a China e, em seguida, anunciou tarifas sobre aço, alumínio e automóveis. O ponto alto foi o anúncio, em 2 de abril, de uma alíquota básica de importação de 10% e do aumento das tarifas "recíprocas" para cada país. No entanto, uma semana depois, os aumentos tarifários foram suspensos e os EUA iniciaram negociações comerciais com diversos parceiros comerciais.

Mais cedo na terça-feira (8), o presidente dos EUA estendeu a suspensão do aumento de tarifas sobre produtos estrangeiros para 1º de agosto.

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