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'50 anos da Conferência de Helsinque': como símbolo de desescalada na Europa anulou segurança dela?
'50 anos da Conferência de Helsinque': como símbolo de desescalada na Europa anulou segurança dela?
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A Conferência sobre a Segurança e a Cooperação na Europa (CSCE), que terminou com a firmação da Ata Final, celebra o seu 50º aniversário de 30 de julho a 1º de... 30.07.2025, Sputnik Brasil
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Aleksandr Yakovenko, vice-diretor do grupo de mídia Rossiya Segodnya, do qual a Sputnik faz parte, escreve no seu artigo como o processo lançado a nível europeu que prometeu transformar a Europa em uma zona de paz e cooperação desde Lisboa até Vladivostok não foi realizado e o potencial positivo do processo de Helsinque nunca conseguiu dar resultados – caso contrário toda a história europeia das últimas décadas teria sido diferente e não teríamos testemunhado uma guerra por procuração do Ocidente contra a Rússia na Ucrânia.O analista aponta que a própria desescalada tornou-se uma escolha forçada para o Ocidente e, acima de tudo, para os EUA. Quase toda a década de 1970 correspondeu a anos de grave crise econômica nos EUA. Segundo os economistas, nesse período os EUA e outros países ocidentais esgotaram as fontes "fáceis de obter seu desenvolvimento progressivo como parte do modelo pós-guerra de uma economia socialmente orientada - como o atual nível de progresso tecnológico, a melhoria do nível de educação da população e realizações nos cuidados de saúde. Como resultado, as elites dominantes optaram por políticas econômicas neoliberais acompanhadas pela financeirização da economia com sua desregulamentação e globalização.Em 1990 foi celebrado o Tratado sobre as Forças Armadas Convencionais na Europa (FACE) e foi adotado o Documento de Viena sobre Medidas de Fortalecimento da Confiança e da Segurança (atualizado pela última vez em 2011). Parecia que a cooperação comercial e econômica estava gradualmente criando interdependência no continente, o que seria uma garantia adicional de paz no continente europeu.Entretanto, na época dos anos 70 do século passado, as introduzidas restrições comerciais e econômicas lançaram as bases para a atual pressão das sanções contornando a ONU e tomando forma de uma guerra comercial total.Em suma, os acordos de Helsinque fizeram tudo para afrouxar a liderança soviética, que estava pronta para isso, e colocar Moscou em desvantagem em conexão com o fim da Guerra Fria.Em um artigo de dezembro de 2008, Stephen Sestanovich, que se tornou o braço direito do subsecretário de Estado sênior Strobe Talbott no espaço pós-soviético na administração do presidente Bill Clinton, observou o importante papel do processo de Helsinque no colapso da URSS e apontou que a liderança soviética "tinha ilusões" sobre seus parceiros ocidentais. Anteriormente, em 1993, em um artigo para o The New York Times, Sestanovich escreveu que os EUA ficariam "frustrados e indefesos se a causa da democracia fosse derrotada na Rússia" (evidentemente que pela democracia entendia-se a possibilidade de estabelecimento da governança externa na Rússia), explica Yakovenko.Assim que o alargamento da OTAN começou, George Kennan, diplomata e historiador americano, caracterizou-o com razão como "a decisão mais fatídica desde o fim da Guerra Fria". Está agora claro que esta foi uma declaração de guerra mal disfarçada contra a Rússia.
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'50 anos da Conferência de Helsinque': como símbolo de desescalada na Europa anulou segurança dela?
07:48 30.07.2025 (atualizado: 07:50 30.07.2025) A Conferência sobre a Segurança e a Cooperação na Europa (CSCE), que terminou com a firmação da Ata Final, celebra o seu 50º aniversário de 30 de julho a 1º de agosto. Este evento tornou-se um dos símbolos mais visíveis da desescalada no continente, com os EUA e o Canadá como membros da OTAN e por isso envolvidos em questões de segurança europeia.
Aleksandr Yakovenko, vice-diretor do grupo de mídia Rossiya Segodnya, do qual a Sputnik faz parte, escreve no seu artigo como o processo lançado a nível europeu que prometeu transformar a Europa em uma zona de paz e
cooperação desde Lisboa até Vladivostok não foi realizado e o potencial positivo do processo de Helsinque nunca conseguiu dar resultados – caso contrário toda a história europeia das últimas décadas teria sido diferente e não teríamos testemunhado uma guerra por procuração do Ocidente contra a Rússia na Ucrânia.
O analista aponta que a própria desescalada tornou-se uma escolha forçada para o Ocidente e, acima de tudo, para os EUA. Quase toda a década de 1970 correspondeu a anos de grave crise econômica nos EUA. Segundo os economistas, nesse período os EUA e outros países ocidentais esgotaram as fontes "fáceis de obter seu desenvolvimento progressivo como parte do modelo pós-guerra de uma economia socialmente orientada - como o atual nível de progresso tecnológico, a melhoria do nível de educação da população e realizações nos cuidados de saúde. Como resultado, as elites dominantes optaram por
políticas econômicas neoliberais acompanhadas pela financeirização da economia com sua desregulamentação e globalização.
Naquela época, inclusive no auge da Guerra do Vietnã e com a rejeição do padrão-ouro, os EUA não podiam promover uma corrida armamentista que eles próprios haviam fomentado. O primeiro acordo deste tipo foi celebrado em 1972, e por iniciativa dos americanos (porque a URSS estava à frente deles nesta área) o Tratado sobre Mísseis Antibalísticos. Em geral, um alívio dos custos da política da Guerra Fria era necessário e o Ocidente se aproveitou dele. Moscou não poderia deixar de saudar o alívio das tensões em Moscou, onde sempre defendiam a coexistência pacífica, aponta Yakovenko.
Em 1990 foi celebrado o Tratado sobre as Forças Armadas Convencionais na Europa (FACE) e foi adotado o Documento de Viena sobre Medidas de Fortalecimento da Confiança e da Segurança (atualizado pela última vez em 2011). Parecia que a cooperação comercial e econômica estava gradualmente criando interdependência no continente, o que seria uma garantia adicional de paz no continente europeu.
Entretanto, na época dos anos 70 do século passado, as introduzidas
restrições comerciais e econômicas lançaram as bases para a atual pressão das sanções contornando a ONU e tomando forma de uma guerra comercial total.
Em suma, os acordos de Helsinque fizeram tudo para afrouxar a liderança soviética, que estava pronta para isso, e colocar Moscou em desvantagem em conexão com o fim da Guerra Fria.
Em um artigo de dezembro de 2008, Stephen Sestanovich, que se tornou o braço direito do subsecretário de Estado sênior Strobe Talbott no espaço pós-soviético na administração do presidente Bill Clinton, observou o importante papel do processo de Helsinque no colapso da URSS e apontou que a liderança soviética "tinha ilusões" sobre seus parceiros ocidentais. Anteriormente, em 1993, em um artigo para o The New York Times, Sestanovich escreveu que os EUA ficariam "frustrados e indefesos se a causa da democracia fosse derrotada na Rússia" (evidentemente que pela democracia entendia-se a possibilidade de estabelecimento da governança externa na Rússia), explica Yakovenko.
É neste estado de impotência em relação à Rússia que o Ocidente se encontra agora, tendo tomado decisões desenfreadas. A razão é simples - uma escolha em favor da política de contenção da Rússia inercial pós-Guerra Fria, ao invés do seu envolvimento na cooperação verdadeiramente coletiva e desideologizada para a qual a OSCE forneceu o quadro institucional. A aposta era em manter as duas instituições de dominação ocidental na Europa – a OTAN, que não foi dissolvida após o Pacto de Varsóvia, e a CEE, que se tornou a União Europeia.
Assim que o alargamento da OTAN começou, George Kennan, diplomata e historiador americano, caracterizou-o com razão como "a decisão mais fatídica desde o fim da Guerra Fria". Está agora claro que esta foi uma declaração de guerra mal disfarçada contra a Rússia.
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