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Fim da moratória russa sobre mísseis é resposta clara à postura ocidental, diz especialista
Fim da moratória russa sobre mísseis é resposta clara à postura ocidental, diz especialista
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Em uma ação sem precedentes no século, os EUA planejam instalar mísseis Typhon e Dark Eagle, cujo alcance pode superar 3 mil km em território alemão a partir... 05.08.2025, Sputnik Brasil
2025-08-05T21:20-0300
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A semana começou com a decisão da Rússia de encerrar a moratória unilateral que impedia o lançamento de mísseis balísticos com alcance entre 500 km e 5.500 km, em resposta às contínuas ações desestabilizadoras do Ocidente que colocam em risco a segurança do país.Entre tantas medidas, estão o posicionamento de caças norte-americanos de quinta geração na Europa e o desenvolvimento conjunto por Alemanha e Reino Unido de mísseis de longo alcance, que podem alcançar alvos para além de 2.500 km de distância.Mesmo após os Estados Unidos deixarem, em 2019, o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês), que impedia o uso desse tipo de recurso militar desde 1987, a Rússia ainda mantinha o compromisso por conta própria. Isso até recentemente, quando mudou seu posicionamento em meio às contínuas políticas hostis — em especial, da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).À Sputnik Brasil, o doutorando em relações internacionais pelo Instituto San Tiago Dantas e pesquisador do Centro de Investigação em Rússia, Eurásia e Espaço Pós-Soviético (CIRE) Guilherme Conceição afirma que a declaração de Peskov é um aviso claro, feito ao mesmo tempo em que a Rússia sinaliza que não deseja qualquer confronto.Aliado a isso, o especialista pontua que Moscou também tem investido continuamente em cautela em relação a eventuais retóricas nucleares, inclusive com o recente episódio em que os Estados Unidos posicionaram dois submarinos nucleares em "regiões apropriadas", conforme afirmou Trump."Tanto o Peskov quanto o Lavrov têm repetido inteiramente que todos devem evitar a escalada verbal e que os submarinos americanos não representam uma novidade operacional", argumenta, ao lembrar que a Rússia enfatizou que os equipamentos militares estadunidenses já estavam de prontidão e o "reposicionamento deles foi mais simbólico do que operacional."Mísseis russos apenas 'se necessário'Na declaração, Peskov enfatizou que a instalação dos mísseis de curto e médio alcance só vai ocorrer se necessário. Esses mísseis possuem carga útil com veículos de reentrada de alvos múltiplos e independentes, praticamente impossíveis de interceptar.Segundo o especialista, esses equipamentos possuem alcance regional direto e, com isso, dificultam uma reação rápida.Para o especialista, as ameaças ocidentais com os sistemas Typhon e Dark Eagle, desenvolvidos pelos Estados Unidos após saírem do Tratado INF, abrem caminho "para um retorno ao pior cenário da Guerra Fria".Sanções contra países que cooperam com a RússiaPara além das questões militares, há em curso uma tentativa dos Estados Unidos de pressionarem países que possuem ampla relação comercial com a Rússia, a exemplo da Índia, em que Trump afirmou poder aumentar "substancialmente" a tarifa de 25%, em resposta à importação de petróleo russo.Para Conceição, há continuidade da política de sanções intensificada em governos norte-americanos anteriores, agora com o objetivo claro de também atingir o multilateralismo, tanto defendido pela Rússia como por parceiros do BRICS."Isso é parte de uma estratégia mais ampla de forçar a Rússia na mesa de negociação para pôr fim ao conflito na Ucrânia, até porque o Trump fez dessa uma das suas promessas de campanha no período eleitoral estadunidense em 2024. Então acredito que é parte dessa lógica de continuidade de sanções, mas agora sob uma nova roupagem", conclui.
https://noticiabrasil.net.br/20250129/otan-faz-brotar-sementes-de-guerra-e-declinio-da-alianca-nao-prejudicaria-a-europa-avalia-analista-38300857.html
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Fim da moratória russa sobre mísseis é resposta clara à postura ocidental, diz especialista
21:20 05.08.2025 (atualizado: 21:52 05.08.2025) Especiais
Em uma ação sem precedentes no século, os EUA planejam instalar mísseis Typhon e Dark Eagle, cujo alcance pode superar 3 mil km em território alemão a partir de 2026. Paralelamente, a OTAN sinaliza a intenção de expandir efetivos militares a níveis comparáveis aos de tempos de guerra. Confira o que quer dizer a resposta russa.
A semana começou com a decisão da Rússia de
encerrar a moratória unilateral que impedia o lançamento de mísseis balísticos com
alcance entre 500 km e 5.500 km, em resposta às contínuas
ações desestabilizadoras do Ocidente que colocam em risco a segurança do país.
Entre tantas medidas, estão o posicionamento de
caças norte-americanos de quinta geração na Europa e o desenvolvimento conjunto por Alemanha e Reino Unido de mísseis de longo alcance, que podem alcançar alvos para além de 2.500 km de distância.
Mesmo após os Estados Unidos deixarem, em 2019, o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês), que impedia o uso desse tipo de recurso militar desde 1987, a Rússia ainda
mantinha o compromisso por conta própria. Isso até recentemente, quando mudou seu posicionamento em meio às contínuas políticas hostis — em especial, da
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
"A Rússia já não se considera limitada por nada. Consequentemente, considera-se autorizada, se necessário, a tomar as medidas apropriadas e a dar os passos correspondentes", justificou nesta terça-feira (5) o porta-voz da presidência russa, Dmitry Peskov.
À
Sputnik Brasil, o doutorando em relações internacionais pelo Instituto San Tiago Dantas e pesquisador do Centro de Investigação em Rússia, Eurásia e Espaço Pós-Soviético (CIRE)
Guilherme Conceição afirma que a declaração de Peskov é
um aviso claro, feito ao mesmo tempo em que a Rússia
sinaliza que não deseja qualquer confronto.
"Sergei Lavrov [chanceler da Rússia] tem criticado o que chama de 'ações desestabilizadoras do Ocidente', mas evitado também a retórica bélica direta, principalmente em relação aos EUA nesse contexto em que o presidente Donald Trump assumiu o governo", enfatiza.
Aliado a isso, o especialista pontua que Moscou também tem investido continuamente em cautela em relação a eventuais retóricas nucleares, inclusive com o recente episódio em que os Estados Unidos posicionaram dois submarinos nucleares em "regiões apropriadas", conforme afirmou Trump.
"Tanto o Peskov quanto o Lavrov têm repetido inteiramente que
todos devem evitar a escalada verbal e que os submarinos americanos
não representam uma novidade operacional", argumenta, ao lembrar que a Rússia enfatizou que os
equipamentos militares estadunidenses já estavam de prontidão e o "reposicionamento deles foi
mais simbólico do que operacional."
"Então, ao tratar esse episódio com reserva e evitar também inflamar ainda mais o debate, a Rússia sinaliza que não deseja um confronto, como vem demonstrando desde o início das operações na Ucrânia", acrescenta.

20 de dezembro 2024, 21:25
Mísseis russos apenas 'se necessário'
Na declaração, Peskov enfatizou que a instalação dos mísseis de curto e médio alcance
só vai ocorrer se necessário. Esses mísseis possuem carga útil com veículos de reentrada de alvos múltiplos e independentes, praticamente impossíveis de interceptar.
Segundo o especialista, esses equipamentos possuem alcance regional direto e, com isso, dificultam uma reação rápida.
"A presença deles por perto de qualquer fronteira aumenta a sensação de perigo imediato e acaba por reduzir a janela de resposta, o que elimina também o espaço para prudência em crises."
Para o especialista, as ameaças ocidentais com os sistemas Typhon e Dark Eagle, desenvolvidos pelos Estados Unidos após saírem do Tratado INF, abrem caminho "para um retorno ao pior cenário da Guerra Fria".
Sanções contra países que cooperam com a Rússia
Para além das questões militares, há em curso uma tentativa dos Estados Unidos de pressionarem países que possuem ampla
relação comercial com a Rússia, a exemplo da Índia, em que Trump afirmou poder aumentar "substancialmente" a tarifa de 25%, em resposta à
importação de petróleo russo.
"O governo Trump voltou a ameaçar países como Índia, mas também como China, por cooperarem com a Rússia comercialmente. E, claro, Moscou já criticou essas tentativas como ilegítimas tentativas de forçar a ruptura das relações comerciais, algo que o Trump vem pondo em prática desde o início da sua política tarifária, e que, claro, demonstra também uma estratégia dos Estados Unidos de pressão indireta", afirma o especialista.
Para Conceição, há continuidade da política de sanções intensificada em governos norte-americanos anteriores, agora com o objetivo claro de também atingir o multilateralismo, tanto defendido pela
Rússia como por parceiros do BRICS.
"Isso é parte de uma estratégia mais ampla de forçar a Rússia na mesa de negociação para pôr fim ao conflito na Ucrânia, até porque o Trump fez dessa uma das suas promessas de campanha no
período eleitoral estadunidense em 2024. Então acredito que é parte dessa
lógica de continuidade de sanções, mas agora sob uma nova roupagem", conclui.
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