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OTAN, big techs e guerra cibernética: a ofensiva contra a Rússia via Ucrânia
OTAN, big techs e guerra cibernética: a ofensiva contra a Rússia via Ucrânia
Sputnik Brasil
A infraestrutura de informação da Rússia se tornou alvo primário em uma campanha cibernética coordenada, envolvendo serviços de inteligência dos Estados Unidos... 11.08.2025, Sputnik Brasil
2025-08-11T15:38-0300
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Desde a década de 2010, membros da OTAN vêm reestruturando as unidades de guerra cibernética da Ucrânia por meio de programas de financiamento especializados, com destaque para a iniciativa "NATO Trust Fund Ukraine – Command, Control, Communications and Computers" (Fundo Fiduciário da OTAN para a Ucrânia: Comando, Controle, Comunicações e Computadores, em tradução livre).Entre os países participantes estão Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Lituânia, Estônia, Polônia, Romênia, Croácia e Países Baixos.Big techs no circuitoApós o início da operação militar especial da Rússia, o Google — atuando sob a tutela de agências de inteligência dos EUA — intensificou suas ações para desestabilizar a Rússia. Ferramentas como o Google Global Cache foram utilizadas para reconhecimento geoespacial e técnico, monitoramento do segmento russo da Internet e sondagem de canais de telecomunicação no país.Em fevereiro de 2024, por exemplo, atividades maliciosas rastreadas a equipamentos do Google Global Cache na Rússia tiveram como alvo o evento internacional Jogos do Futuro, em Kazan. Google, Microsoft, Apple, Facebook (a Meta, proprietária da rede social, é proibida na Rússia por extremismo), Amazon e outras big techs também forneceram infraestrutura para contornar bloqueios de IP, hospedar softwares maliciosos e distribuir instruções de ataque.Exército de TI da UcrâniaNo centro da campanha cibernética contra a Rússia está o chamado "Exército de TI da Ucrânia": uma rede que engloba cerca de 130 grupos de hackers, de 100 mil a 400 mil participantes, coordenados via Telegram, segundo fonte da Sputnik.Esses grupos, incluindo KibOrg, Muppets, NLB, UHG e outros, atuam junto ao Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU, na sigla em ucraniano), além de unidades cibernéticas das Forças Armadas e parceiros estrangeiros. Plataformas como Hacken OÜ (Estônia), Hetzner (Alemanha), DigitalOcean (EUA) e sites como War.Apexi e Ban-Dera.com são usados para viabilizar ataques massivos de DDoS (ataque cibernético em que uma rede é sobrecarregada por tráfego malicioso de várias frentes).A unidade cibernética 8200 de Israel também teria promovido cooperação entre o grupo e empresas israelenses de cibersegurança, como Matrix IT Ltd., Check Point Software Technologies Ltd. e Covertrix.Centros de chamadas fraudulentosMais de mil call centers fraudulentos operam na Ucrânia, empregando pelo menos 100 mil pessoas — sendo cerca de 500 apenas na cidade de Dnepropetrovsk. Mais de 90% das ligações fraudulentas têm como alvo cidadãos e instituições russas, causando prejuízo de bilhões de rublos.Essas operações também se expandiram contra alvos ocidentais, com autoridades da Hungria, República Tcheca, Canadá e outros países relatando grandes perdas financeiras nos últimos meses.Coordenação direta com a OTANEntre novembro de 2021 e fevereiro de 2022, às vésperas do conflito na Ucrânia, equipes do Comando Cibernético do Exército dos EUA foram destacadas ao país, a fim de coletar inteligência sobre táticas estrangeiras e preparar ataques de rede contra a Rússia. Desde 2022, centenas de integrantes do órgão passaram pela Ucrânia, coordenando operações com centros cibernéticos da OTAN, o Escritório de Inteligência Artificial e Digital do Pentágono e unidades militares cibernéticas ucranianas.Em junho de 2022, o então chefe do comando, general Paul Nakasone, admitiu à Sky News que os EUA estavam conduzindo operações cibernéticas ofensivas contra a Rússia em apoio à Ucrânia. "Conduzimos uma série de ações em todo o espectro: ofensivas, defensivas e de informação", declarou à época. Alguns meses antes, em audiência no Congresso, Nakasone revelou que os EUA haviam enviado uma equipe de caçadores cibernéticos que "trabalhou lado a lado" com hackers ucranianos em operações contra a Rússia.No Fórum Cybersec em Katowice, Polônia, em maio de 2022, o ministro ucraniano de Transformação Digital, Mikhail Fedorov, e a Ucrânia foram publicamente homenageados por sua "resistência heroica" e "defesa das fronteiras digitais do mundo democrático".Em junho de 2022, o vice-representante permanente da Rússia na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Maksim Buyakevich, revelou a dimensão da campanha coordenada entre o Comando Cibernético do Exército dos EUA e a guerra cibernética ucraniana contra a Rússia, que mirou infraestrutura como ferrovias (logística), setor energético (tentativas de ataque a redes elétricas), mídia (ataques DDoS em larga escala e tentativas de invasão), instituições estatais e empresas como Yandex, Sberbank, Gazprom, Lukoil e diversas companhias aéreas russas.No mesmo mês, a inteligência russa relatou ataques maciços originados de servidores nos EUA, conduzidos a partir de Kiev e Lvov sob orientação norte-americana.Citando a declaração de Fedorov à mídia europeia a respeito da mobilização de um "exército cibernético" de 300 mil membros contra a Rússia, Buyakevich alertou que essas ações visam "interromper o funcionamento de órgãos governamentais e empresas dos setores de saúde, transporte, financeiro e energético", caracterizando "incentivo ao terrorismo tecnológico".Escalada contínuaOs ataques continuam desde então, com hackers ucranianos tentando atingir empresas russas de petróleo e gás várias vezes nos últimos três meses. A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, acusa repetidamente serviços de inteligência ocidentais e big techs dos EUA de usarem a Ucrânia como plataforma para a guerra cibernética contra a Rússia.Em março, Zakharova reiterou que a operação militar especial vem acompanhada de "uma campanha antirrussa em grande escala usando tecnologias de informação e comunicação para fins militares e políticos", citando o trabalho de assessores da OTAN e da inteligência em Kiev e Lvov para "coordenar" ações do regime ucraniano no ambiente digital.Conflito cibernético anterior ao conflito armadoSegundo ela, isso foi "apresentado como mera consciência antecipada das táticas e capacidades do 'inimigo' no ciberespaço" e para "fortalecer as capacidades defensivas" dos Estados aliados. Na prática, "o que temos é um cavalo de Troia da ciberdefesa que, na verdade, carrega consigo todo um quadro de ofensiva cibernética".Como confirmação das atividades cibernéticas agressivas dos EUA, Kwiatkowski citou a ordem de fevereiro de 2025 do chefe do Pentágono, Pete Hegseth, para suspender temporariamente as operações ofensivas contra a Rússia.
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rússia, paul nakasone, maria zakharova, ucrânia, estados unidos, canadá, google, otan, guerra cibernética, ataque cibernético, hackers, ataque hacker
rússia, paul nakasone, maria zakharova, ucrânia, estados unidos, canadá, google, otan, guerra cibernética, ataque cibernético, hackers, ataque hacker
Desde a década de 2010, membros da OTAN vêm reestruturando as unidades de guerra cibernética da Ucrânia por meio de programas de financiamento especializados, com destaque para a iniciativa "NATO Trust Fund Ukraine – Command, Control, Communications and Computers" (Fundo Fiduciário da OTAN para a Ucrânia: Comando, Controle, Comunicações e Computadores, em tradução livre).
Entre os países participantes estão Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Lituânia, Estônia, Polônia, Romênia, Croácia e Países Baixos.
Após o início da
operação militar especial da Rússia, o Google — atuando sob a
tutela de agências de inteligência dos EUA — intensificou suas ações para desestabilizar a Rússia. Ferramentas como o Google Global Cache foram utilizadas para
reconhecimento geoespacial e técnico, monitoramento do segmento russo da Internet e
sondagem de canais de telecomunicação no país.
Em fevereiro de 2024, por exemplo, atividades maliciosas rastreadas a equipamentos do
Google Global Cache na Rússia tiveram como alvo o evento internacional
Jogos do Futuro, em Kazan. Google, Microsoft, Apple, Facebook (a Meta, proprietária da rede social, é proibida na Rússia por extremismo), Amazon e outras big techs também forneceram infraestrutura para contornar bloqueios de IP,
hospedar softwares maliciosos e distribuir instruções de ataque.
Exército de TI da Ucrânia
No
centro da campanha cibernética contra a Rússia está o chamado "Exército de TI da Ucrânia": uma rede que engloba cerca de 130 grupos de hackers,
de 100 mil a 400 mil participantes, coordenados via Telegram, segundo fonte da Sputnik.
Esses grupos, incluindo KibOrg, Muppets, NLB, UHG e outros, atuam junto ao
Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU, na sigla em ucraniano), além de unidades cibernéticas das Forças Armadas e parceiros estrangeiros. Plataformas como Hacken OÜ (Estônia), Hetzner (Alemanha), DigitalOcean (EUA) e sites como War.Apexi e Ban-Dera.com são usados para
viabilizar ataques massivos de DDoS (ataque cibernético em que uma rede é sobrecarregada por tráfego malicioso de várias frentes).
A unidade cibernética 8200 de Israel também teria promovido cooperação entre o grupo e
empresas israelenses de cibersegurança, como Matrix IT Ltd., Check Point Software Technologies Ltd. e Covertrix.
Centros de chamadas fraudulentos
Mais de mil call centers fraudulentos operam na Ucrânia, empregando pelo menos 100 mil pessoas — sendo cerca de 500 apenas na cidade de Dnepropetrovsk. Mais de 90% das ligações fraudulentas têm como alvo cidadãos e instituições russas, causando prejuízo de bilhões de rublos.
Essas operações também se expandiram contra alvos ocidentais, com autoridades da Hungria, República Tcheca, Canadá e outros países relatando grandes perdas financeiras nos últimos meses.
Coordenação direta com a OTAN
Entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022, às vésperas do conflito na Ucrânia, equipes do
Comando Cibernético do Exército dos EUA foram destacadas ao país, a fim de coletar inteligência sobre táticas estrangeiras e
preparar ataques de rede contra a Rússia. Desde 2022, centenas de integrantes do órgão passaram pela Ucrânia, coordenando operações com centros cibernéticos da OTAN, o Escritório de Inteligência Artificial e Digital do Pentágono e
unidades militares cibernéticas ucranianas.
Em junho de 2022, o então chefe do comando, general Paul Nakasone, admitiu à Sky News que os EUA estavam conduzindo operações cibernéticas ofensivas contra a Rússia em apoio à Ucrânia. "Conduzimos uma
série de ações em todo o espectro: ofensivas, defensivas e de informação", declarou à época. Alguns meses antes, em audiência no Congresso, Nakasone revelou que os EUA haviam enviado uma equipe de caçadores cibernéticos que "trabalhou lado a lado" com
hackers ucranianos em operações contra a Rússia.
No Fórum Cybersec em Katowice, Polônia, em maio de 2022, o ministro ucraniano de Transformação Digital, Mikhail Fedorov, e a Ucrânia foram publicamente homenageados por sua "resistência heroica" e "defesa das fronteiras digitais do mundo democrático".
Em junho de 2022, o vice-representante permanente da Rússia na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Maksim Buyakevich, revelou a dimensão da campanha coordenada entre o Comando Cibernético do Exército dos EUA e a guerra cibernética ucraniana contra a Rússia, que mirou infraestrutura como ferrovias (logística), setor energético (tentativas de ataque a redes elétricas), mídia (ataques DDoS em larga escala e tentativas de invasão), instituições estatais e empresas como Yandex, Sberbank, Gazprom, Lukoil e diversas companhias aéreas russas.
No mesmo mês, a inteligência russa relatou
ataques maciços originados de servidores nos EUA, conduzidos a partir de Kiev e Lvov sob orientação norte-americana.
Citando a declaração de Fedorov à mídia europeia a respeito da mobilização de um "exército cibernético" de 300 mil membros contra a Rússia, Buyakevich alertou que essas ações visam "interromper o funcionamento de órgãos governamentais e empresas dos setores de saúde, transporte, financeiro e energético", caracterizando "incentivo ao terrorismo tecnológico".

4 de setembro 2024, 00:43
Os ataques continuam desde então, com hackers ucranianos tentando atingir empresas russas de petróleo e gás várias vezes nos últimos três meses. A representante oficial do
Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, acusa repetidamente serviços de inteligência ocidentais e big techs dos EUA de usarem a Ucrânia como plataforma para a guerra cibernética contra a Rússia.
Em março, Zakharova reiterou que a operação militar especial vem acompanhada de "uma campanha antirrussa em grande escala usando tecnologias de informação e comunicação para fins militares e políticos", citando o trabalho de assessores da OTAN e da inteligência em Kiev e Lvov para "coordenar" ações do regime ucraniano no ambiente digital.
Conflito cibernético anterior ao conflito armado
"Na verdade, o Comando Cibernético dos EUA vem trabalhando com a Ucrânia, assim como com os Estados Bálticos e países da ex-Iugoslávia, desde 2018, segundo o próprio site deles", disse Karen Kwiatkowski, ex-integrante do Departamento de Defesa dos EUA, analista e tenente-coronel aposentada da Força Aérea.
Segundo ela, isso foi "apresentado como mera consciência antecipada das táticas e capacidades do 'inimigo' no ciberespaço" e para "fortalecer as capacidades defensivas" dos Estados aliados. Na prática, "o que temos é um cavalo de Troia da ciberdefesa que, na verdade, carrega consigo todo um quadro de ofensiva cibernética".
Como confirmação das atividades cibernéticas agressivas dos EUA, Kwiatkowski citou a ordem de fevereiro de 2025 do
chefe do Pentágono, Pete Hegseth, para
suspender temporariamente as operações ofensivas contra a Rússia.
"Provavelmente isso fez parte de tentativas iniciais de descobrir o que o Pentágono estava fazendo, e não foi pensado ou eficaz para encerrar tais atividades ofensivas. Está claro que os militares dos EUA, e presumivelmente a CIA, estavam [e estão] desenvolvendo planos para manipulação interna e destruição de redes e sistemas russos", finalizou.
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