- Sputnik Brasil, 1920
Notícias do Brasil
Notícias sobre política, economia e sociedade do Brasil. Entrevistas e análises de especialistas sobre assuntos que importam ao país.

De bloqueio a responsabilização: 4 embates entre o governo brasileiro e as big techs

© PixabayRedes sociais (imagem meramente ilustrativa)
Redes sociais (imagem meramente ilustrativa)  - Sputnik Brasil, 1920, 25.08.2025
Nos siga no
De 2015 para cá, já foram inúmeros os episódios de confronto entre o governo brasileiro e as big techs. Confira uma lista dos quatro principais embates entre o Brasil e as gigantes de tecnologia.
Representantes do governo federal se reuniram na última sexta-feira (22) com representantes das big techs Google, TikTok e Meta (empresa cujas atividades são proibidas na Rússia por serem consideradas extremistas), dona do Facebook, Instagram e WhatsApp.
A reunião tinha como objetivo apresentar o texto do projeto de lei defendido pelo governo para a regulamentação das redes sociais, que determina que as donas das plataformas devem detectar e apagar posts que, entre outros pontos, induzam à exploração de crianças e adolescentes, lesão corporal, suicídio, racismo, preconceito religioso, ataques contra o Estado Democrático de Direito, ataques praticados contra a mulher em condição do sexo feminino, propagação de epidemias, tráfico de pessoas e crimes sexuais (estupro, assédio e exploração).
A medida enfrenta forte rejeição das big techs, que acusam o governo brasileiro de promover censura e de não traçar parâmetros claros para definir os crimes listados.
Este não é o primeiro momento de tensão na relação entre o Brasil e as big techs. Confira, abaixo, uma lista dos quatro principais embates entre o governo brasileiro e as plataformas de redes sociais.

2015–2016: Justiça brasileira × Meta

Em fevereiro de 2015, o juiz Luiz de Moura Correia, da Central de Inquéritos da Comarca de Teresina (PI), determinou a suspensão do serviço do WhatsApp em todo o país, por conta de uma investigação, iniciada em 2013, que apurava uma denúncia de pedofilia envolvendo menores estudantes de colégios particulares da cidade.
Elon Musk em entrevista coletiva após um voo de teste do foguete Falcon 9, em Cabo Canaveral, na Flórida. EUA, 28 de agosto de 2020 - Sputnik Brasil, 1920, 17.08.2024
Notícias do Brasil
Para analista, decisão do X em encerrar atividades no Brasil não tem apenas 'motivação judicial'
A decisão foi tomada após a plataforma descumprir constantes solicitações de informações para a investigação. Poucos dias após o bloqueio, o desembargador Raimundo Nonato da Costa Alencar cassou a liminar do juiz, restaurando o acesso à plataforma, sob o argumento de que, em prol de uma investigação local, milhões de pessoas foram afetadas.
Em julho de 2016, a juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, da 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias (RJ), determinou à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e a todas as operadoras de telefonia de celular o bloqueio do WhatsApp. A medida foi em resposta à recusa da empresa de fornecer dados de mensagens trocadas por usuários que eram alvos de um processo penal em inquérito sigiloso. O bloqueio durou apenas algumas horas, revertido por uma liminar emitida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

2023: reação das big techs ao PL das fake news

Apresentado em 2020, o Projeto de Lei (PL) 2630/2020 tinha como objetivo restringir a desinformação on-line e atribuir responsabilidade às plataformas sobre os conteúdos publicados. As big techs reagiram com forte lobby e campanhas publicitárias de oposição.
Em 2023, deputados federais denunciaram que o Google estava restringindo em suas buscas o alcance de conteúdos favoráveis ao projeto, enquanto priorizava aqueles que eram contrários, inclusive veiculando críticas nas páginas de busca. A medida foi classificada como uma ofensiva da companhia contra o projeto, baseada na manipulação do debate público.
Atualmente, o projeto de lei está parado na Câmara dos Deputados desde maio de 2025, aguardando apreciação em plenário.

2024: bloqueio do Twitter

Em agosto de 2024, o juiz Alexandre de Moraes, do STF, ordenou o bloqueio do X. O imbróglio teve início após a plataforma se recusar a acatar a ordem da Justiça brasileira de bloquear perfis que publicavam mensagens contra autoridades brasileiras e contra a democracia.
Por não ter, à época, um representante no Brasil, o contato da Justiça com a administração da empresa era dificultado. Na ocasião, Moraes apontou que não havia um canal telefônico e que os e-mails enviados não eram respondidos. Ele acrescentou que a lei brasileira exige que companhias estrangeiras que operem no Brasil tenham representante legal no país.
Uma foto tirada em 11 de março de 2024 mostra o logotipo da mídia social online dos EUA e do serviço de rede social X - Sputnik Brasil, 1920, 27.07.2024
Panorama internacional
X, antigo Twitter, está usando dados de usuários para treinar IA sem autorização
Na época, o dono da plataforma, Elon Musk, entrou em embate com Moraes, chegando a fechar o escritório da empresa no Brasil, culpando o magistrado. Porém, em setembro, o X concordou em contratar um representante legal no Brasil, adotando as medidas necessárias para restabelecer o funcionamento da plataforma no país.

2025: STF responsabiliza plataformas por conteúdos postados

Em junho de 2025, o STF decidiu, por 8 votos a 3, que plataformas como Facebook, TikTok e X podem ser diretamente responsabilizadas por conteúdos publicados por seus usuários.
Com a decisão, as plataformas devem remover, imediatamente e sem necessidade de ordem judicial prévia, conteúdos que induzam aos seguintes crimes graves: atos contra o Estado Democrático de Direito; terrorismo; crimes contra a mulher; crimes sexuais contra vulneráveis; indução ao suicídio; preconceito contra raça, gênero e religião e tráfico de pessoas.
Além disso, pessoas físicas poderão entrar com ações contra as plataformas, caso o conteúdo denunciado não seja removido.
Logo da emissora Sputnik - Sputnik Brasil
Acompanhe as notícias que a grande mídia não mostra!

Siga a Sputnik Brasil e tenha acesso a conteúdos exclusivos no nosso canal no Telegram.

Já que a Sputnik está bloqueada em alguns países, por aqui você consegue baixar o nosso aplicativo para celular (somente para Android).

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала