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Tel Aviv retalia Itamaraty e rebaixa nível de relações diplomáticas com o Brasil

© AP Photo / Julia NikhinsonBenjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, durante reunião conjunta do Congresso dos EUA no Capitólio. Washington, D.C., EUA, 24 de julho de 2024
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, durante reunião conjunta do Congresso dos EUA no Capitólio. Washington, D.C., EUA, 24 de julho de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 25.08.2025
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O Ministério das Relações Exteriores de Israel anunciou nesta segunda-feira (25) que vai "rebaixar" as relações com o Brasil porque o Itamaraty vem ignorando, desde janeiro, a indicação do diplomata Gali Dagan para assumir a embaixada de Israel em Brasília, informa o The Times of Israel.
O diplomata não assumiu o posto até o momento pois o "agrément", concessão do país, praxe em todas as relações diplomáticas, nunca ocorreu. O pedido está em processo de análise pelo governo brasileiro.
A ausência de resposta é interpretada como, na prática, uma recusa. Com isso, Israel retirou a indicação de Dagan e acrescentou que não submeterá novo nome ao Itamaraty, declarando que as relações com o Brasil serão conduzidas "em um patamar inferior" diplomaticamente.

"Após o Brasil, excepcionalmente, se abster de responder ao pedido de agrément do embaixador Dagan, Israel retirou o pedido, e as relações entre os países agora são conduzidas em um nível diplomático inferior", diz um comunicado da chancelaria israelense veiculado pelo The Times of Israel.

Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante evento no Palácio do Planalto, em Brasília. 23 de julho de 2025. - Sputnik Brasil, 1920, 02.08.2025
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PT quer que Lula suspenda relações comerciais e diplomáticas com Israel
O assessor de assuntos internacionais da Presidência, Celso Amorim, disse ao site de notícias g1 que não houve veto a Dagan e que a ausência do agrément é uma resposta ao tratamento recebido pelo ex-embaixador do Brasil em Tel Aviv.

"Não houve veto. Pediram um agrément e não demos. Não respondemos. Simplesmente não demos. Eles entenderam e desistiram. Eles humilharam nosso embaixador lá, uma humilhação pública. Depois daquilo, o que eles queriam?", disse Amorim ao site.

No episódio citado por Amorim, o então embaixador, Frederico Meyer, foi convidado por Israel Katz, à época chanceler israelense, para uma visita ao Museu do Holocausto, após o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, comparar as dezenas de milhares de mortes de civis palestinos na Faixa de Gaza ao genocídio ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial.

Na ocasião, Katz aproveitou as câmeras públicas para, ao lado do embaixador, criticar o posicionamento brasileiro e declarar Lula persona non grata no país. Em maio de 2024, o Itamaraty retirou Meyer do posto e não indicou um novo substituto.
"Ele foi humilhado pessoalmente, e, com isso, o Brasil é que foi humilhado", classificou Amorim à época.

"Digo e repito: nós queremos ter uma boa relação com Israel. Mas não podemos aceitar um genocídio, que é o que está acontecendo. É uma coisa absurda o que está acontecendo lá […]. Não somos contra Israel. Somos contra o que o governo Netanyahu está fazendo, que é uma barbaridade", concluiu o assessor ao g1.

Brasil repudia genocídio em Gaza

O governo brasileiro divulgou em 23 de julho uma nota oficial em que manifesta "profunda indignação diante dos recorrentes episódios de violência contra a população civil no Estado da Palestina", com ênfase não apenas na Faixa de Gaza, mas também na Cisjordânia.
A declaração denuncia uma série de violações de direitos humanos e do direito humanitário internacional, além de anunciar participação em uma ação judicial movida contra Israel na Organização das Nações Unidas (ONU).
A iniciativa brasileira se apoia, segundo o governo, "no dever dos Estados de cumprir com suas obrigações de direito internacional e direito internacional humanitário", especialmente diante da "plausibilidade de que os direitos dos palestinos de proteção contra atos de genocídio estejam sendo irreversivelmente prejudicados", como reconhecido em medidas cautelares emitidas pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) em 2024.
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