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'Trabalhamos pela paz desde o início', diz Amorim à Sputnik após receber honraria de Putin

© Foto / Agência de hospedagem de fotos brics-russia2024.ru / Acessar o banco de imagensCelso Amorim, assessor especial do Presidente da República do Brasil, durante a Abertura da Reunião de Altos Representantes do BRICS para Assuntos de Segurança, em Kazan, Rússia, em 11 de setembro de 2024
Celso Amorim, assessor especial do Presidente da República do Brasil, durante a Abertura da Reunião de Altos Representantes do BRICS para Assuntos de Segurança, em Kazan, Rússia, em 11 de setembro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 17.09.2025
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O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, foi condecorado nesta quarta-feira (17) pelo presidente Vladimir Putin com a Ordem da Amizade. A homenagem, concedida em Moscou, reconhece a atuação do diplomata brasileiro no fortalecimento das relações entre Brasil e Rússia.
Conforme decreto assinado por Putin, o ex-chanceler brasileiro contribuiu de forma significativa para "o fortalecimento e desenvolvimento das relações amistosas entre a Federação da Rússia e a República Federativa do Brasil". Em entrevista à Sputnik Brasil, Amorim agradeceu o reconhecimento e destacou que sua postura, desde o início do conflito na Ucrânia, sempre foi de buscar o diálogo e defender a paz.
"Defendemos que os princípios da ONU [Organização das Nações Unidas] sejam seguidos e o uso da força não é a maneira de resolver os conflitos. Mas também queremos que as coisas sejam resolvidas pelo diálogo e levando em conta fatores históricos, como a eterna expansão da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte] chegando muito perto de Moscou", declarou.
O diplomata ressaltou que a segurança da Rússia deve ser considerada da mesma forma que a da Ucrânia, e que um processo de negociação só pode avançar se todas as partes forem ouvidas.
"É preciso ajudar o diálogo. O diálogo é o que nós, junto com a China, tentamos promover, criando inclusive o Grupo de Amigos", lembrou.

Movimentações de Trump

Amorim mencionou ainda que iniciativas externas chegaram a ter impacto positivo, citando como exemplo algumas movimentações iniciais do presidente norte-americano Donald Trump, que em sua visão "sacudiram um pouco a situação".
Para o assessor de Lula, insistir em apenas apoiar uma das partes não é o caminho. "Tenho muita compaixão pelo que está acontecendo na Ucrânia e pelo sofrimento do povo ucraniano. Mas não adianta só defender um plano unilateral. É preciso conversar com os russos. Não é uma guerra que você já tem um tratado pronto, como em Versalhes. É necessário negociar de verdade", frisou.
Segundo Amorim, a posição brasileira é de favorecer um processo que leve ao cessar-fogo, mas que também crie condições concretas para avançar em um acordo equilibrado.
O assessor-Chefe da Assessoria Especial do Presidente da República do Brasil, Celso Amorim, durante evento em Brasília (DF) - Sputnik Brasil, 1920, 17.09.2025
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Amorim defende retomar Conselho de Defesa Sul-Americano para preservar paz e autonomia da região

"Quando ouvimos a reação dos russos, eles dizem que se houver só cessar-fogo, sem ao mesmo tempo uma moratória no fornecimento de armas, isso é impossível, porque apenas fortalece um lado enquanto o outro está parado. Então é preciso encontrar um equilíbrio. Um roteiro para discutir as questões mais profundas: fronteiras, direitos humanos, questões humanitárias. Esse é o caminho que defendemos", pontua.

Ao receber a Ordem da Amizade, Amorim afirmou que a homenagem é também um reflexo da relação estratégica entre Brasil e Rússia. "É um reconhecimento importante, que mostra que nosso esforço pelo diálogo e pela construção de uma paz justa é valorizado. O Brasil quer ser parte da solução, não do problema".

Ameaças dos EUA contra o Brasil

Diante das novas ameaças de sanções dos Estados Unidos contra o Brasil em retaliação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que recebeu a pena de mais de 27 anos de prisão durante julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), Amorim declarou que a defesa ferrenha do governo Donald Trump sobre Bolsonaro é uma "furada".

"Quem tinha que estar preocupado era o governo americano, de estar embarcando numa furada. É uma furada você embarcar na defesa de um ex-presidente que foi condenado pela mais alta corte no Brasil, pessoas independentes. Ninguém pode acusar o ministro [Alexandre de] Moraes de ser lulista, já que ele votou a favor da prisão do Lula. Quer dizer, o Moraes é a favor da justiça, de analisar o que ele tem. A Justiça independente é absolutamente fundamental para que um país seja democrático e é essa a nossa posição", finalizou.

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