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'Aquilo que parecia impossível deixou de ser', diz Lula sobre conversa com Trump

© Foto / Palácio do Planalto / Ricardo StuckertO presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista coletiva à imprensa na sede das Nações Unidas, Nova York, EUA, em setembro de 2025
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista coletiva à imprensa na sede das Nações Unidas, Nova York, EUA, em setembro de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 24.09.2025
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O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, encerrou, nesta quarta-feira (24), a participação na Assembleia Geral da ONU com uma coletiva de imprensa na qual elogiou a interação com seu homólogo norte-americano, Donald Trump, classificou a guerra em Gaza como genocídio e destacou que é preciso reformas na estrutura das Nações Unidas.
Os principais questionamentos a Lula foram, justamente, sobre o encontro relâmpago com Trump, revelado pelo republicano na última terça-feira (23) durante discurso na Assembleia Geral da ONU. O estadunidense disse que houve química com o petista, que confirmou a percepção.
"Aquilo que parecia impossível deixou de ser impossível e aconteceu. Fiquei feliz quando ele disse que pintou uma química boa entre nós. Como eu acho que a relação humana é 80% química e 20% emoção, acho que é importante que essa relação dê certo."
Durante o breve encontro, Lula e Trump combinaram de se reunir em breve, em conversa que não teve data nem modalidade — presencial ou à distância — estipulada pelo presidente do Brasil. O chefe do Palácio do Planalto confessou à imprensa que disse para o republicano que ambos têm muito a conversar e que não importa a orientação ideológica.
Lula também destacou que volta para o Brasil feliz com a perspectiva de um encontro com o líder da Casa Branca pela melhoria da relação com os Estados Unidos, algo que também seria de vontade do povo brasileiro.
O chefe do Executivo reforçou que o Brasil e os Estados Unidos são as maiores economias do continente americano e, portanto, "não há porque que Brasil e Estados Unidos vivam em momentos de conflito".

"Nós temos muitos interesses empresariais, nós temos muitos interesses industriais, nós temos muitos interesses tecnológicos e científicos. Nós temos muito interesse no debate sobre a questão digital e a inteligência artificial, nós temos muito interesse na questão comercial. Portanto, se nós somos as duas maiores economias e os dois maiores países do continente, não há porquê que Brasil e Estados Unidos vivam em momentos de conflito."

O petista voltar a afirmar que acredita que o presidente norte-americano está mal-informado sobre os assuntos internos do Brasil, como o julgamento do ex-presidente do Jair Bolsonaro e as relações comerciais entre Brasília e Washington.

"Espero uma conversa de dois chefes de Estado, e que a gente coloque na mesa quais são os nossos problemas e diferenças. Aí começamos a tomar decisões. Estou convencido de que algumas decisões tomadas por Trump se deram pela qualidade de informações que ele tem sobre o Brasil. Na hora que ele tiver as informações corretas, ele pode mudar de posição tranquilamente."

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Conflitos pelo mundo

Lula utilizou a química revelada por Trump no dia anterior para destacar que Brasil e Estados Unidos podem se unir para ajudar nas negociações entre Rússia e Ucrânia diante das tensões no leste europeu.

"Vou conversar com Trump sobre a guerra. Sei que ele é amigo do Putin, também sou. Se um amigo pode muita coisa, dois amigos podem muito mais. Quem sabe a nossa química pode ser levada para [Vladimir] Putin e [Vladimir] Zelensky e a gente construa aquela saída inesperada."

Horas antes, Lula se encontrou com Zelensky em uma reunião bilateral. Na perspectiva do petista, o líder ucraniano está com "mais vontade de conversar" do que em outras reuniões.
O presidente do Brasil também falou sobre a guerra israelense na Faixa de Gaza, classificando a ofensiva do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu como "genocídio".

"Tem muita gente dentro de Israel que não concorda com o massacre que está acontecendo, muita gente fazendo protesto. É preciso parar esse genocídio, que só está acontecendo porque quem pode parar, não tomou a atitude. O Conselho de Segurança da ONU poderia tomar uma atitude mais forte."

Lula voltou a afirmar que a solução para o fim das questões militares entre Israel e Hamas é a criação de um Estado palestino e criticou os membros da ONU por não conseguir realizar um acordo deste tipo.

"A mesma ONU que teve força para criar o Estado de Israel, tem força para criar o Estado palestino. [...] Há várias décadas que Israel ocupa a terra demarcada para os palestinos."

O petista também destacou que não acha normal tamanho aporte de recursos em defesa quando há bilhões de pessoas passando fome.

"Se todos os governantes do mundo colocarem o pobre dentro do orçamento, a gente acaba com a pobreza rapidamente. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), ainda temos 2,3 bilhões de humanos com insuficiência alimentar. Não é crível uma coisa dessa em um mundo que produz alimento para todo mundo."

Lula também disse que reforçou o convite a presidentes de todo o mundo para comparecerem a COP30, no Pará, em novembro deste ano, citando nominalmente Trump. Para o petista, a situação climática precisa ser discutida a partir de dados científicos e sem achismos.
"O problema do clima depende pura e simplesmente da vontade política de cada governante. E mais importante: a gente acreditar na ciência. Não é mais um presidente dizer ‘eu acho’, ‘eu acredito’. Quando estamos no cargo, a gente não acha nem acredita. A gente assiste aquele que faz a ciência e cumpre da melhor forma possível."
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