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Brasil e Bolívia: 'Uma relação que precisa ser fortalecida'; mas como?
Brasil e Bolívia: 'Uma relação que precisa ser fortalecida'; mas como?
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O presidente da Bolívia, Luis Arce, visitou o Brasil em uma de suas últimas atividades fora do país. Ele se reuniu com seu homólogo brasileiro Luiz Inácio Lula... 09.10.2025, Sputnik Brasil
2025-10-09T02:06-0300
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Os dois presidentes avaliaram o andamento da construção da ponte sobre o rio Mamoré, entre Guayaramerín (Beni, Bolívia) e Guajará-Mirim (Rondônia, Brasil), que "é um símbolo de integração que fortalecerá o comércio e a irmandade entre nossos dois povos irmãos", segundo Arce. A obra, que terá 1,2 mil metros de comprimento, será concluída em três anos e melhorará a conexão entre as populações amazônicas da região.Para o analista e especialista em relações internacionais Álvaro del Pozo, "o Brasil é um bom destino para encerrar um mandato presidencial, por conta da relação que temos com esse país. A Bolívia deveria buscar uma complementaridade não apenas política, mas também com o grande mercado brasileiro", disse à Sputnik.O BRICS e o Mercosul na agendaDurante seu mandato, iniciado em 2020, Arce alcançou dois marcos na política internacional: conseguiu que a Bolívia ingressasse como membro pleno do Mercosul, formado por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela.Também integrou a Bolívia como Estado associado ao BRICS, o grupo de países emergentes liderado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.Em ambos os casos, foi determinante o apoio do Brasil em favor da Bolívia, segundo del Pozo, nos últimos anos os governos de Arce e Lula da Silva "mantiveram uma relação especialmente generosa e amigável da parte do Brasil com a Bolívia, devido à coincidência ideológica entre os dois presidentes".O analista destacou que a Bolívia ainda precisa ajustar sua legislação à dos países membros do Mercosul. No entanto, o candidato ao segundo turno Jorge Tuto Quiroga (2001–2002) já antecipou que não tem interesse em integrar o bloco. Por isso, é de se prever que seus legisladores na Assembleia Legislativa Plurinacional não apoiarão a adequação das normativas.O candidato Rodrigo Paz, por sua vez, declarou anteriormente à Sputnik que, se chegar ao governo, manterá a participação do país tanto nesse grupo quanto no BRICS.EUA na regiãoNas últimas semanas, tanto Paz quanto Quiroga viajaram aos Estados Unidos para dialogar com autoridades do governo do presidente norte-americano, Donald Trump, e com empresários daquele país. Separadamente, ambos anteciparam que melhorarão as relações da Bolívia com os EUA caso assumam o Poder Executivo.Os dois países não mantêm embaixadores desde 2008, quando o então presidente Evo Morales (2006–2019) acusou Washington de "conspirar" contra seu governo.Como a Bolívia deveria se posicionar nesse contexto?Segundo ele, Brasil, EUA, Rússia, China e Argentina são parceiros vitais para a Bolívia e o novo governo deverá ter uma visão alinhada com a necessidade de projeção internacional.Uma relação fluidaEm entrevista para a Sputnik, o analista Ricardo Cardona opinou que o vínculo fluido com o Brasil continuará no próximo governo, "porque beneficia a Bolívia, é uma política nacional"."Devemos ampliar mercados para aprofundar o livre intercâmbio com [Brasília], exportar baterias de lítio e tudo o que o nosso país produz, como ureia e eletricidade", observou, destacando que o país vizinho representa um imenso mercado, com mais de 200 milhões de pessoas.Quanto ao Mercosul, ele disse que não é conveniente para a Bolívia retroceder ou sair do bloco. Para esse analista, especializado em energia, no futuro Bolívia e Brasil deveriam aumentar o desenvolvimento conjunto de eletricidade por meio da instalação de hidrelétricas nos rios amazônicos que compartilham. O crescimento constante do mercado e da indústria brasileira justificaria esse investimento e geraria receitas importantes para o Estado Plurinacional, assegurou.
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Brasil e Bolívia: 'Uma relação que precisa ser fortalecida'; mas como?
02:06 09.10.2025 (atualizado: 14:35 09.10.2025) O presidente da Bolívia, Luis Arce, visitou o Brasil em uma de suas últimas atividades fora do país. Ele se reuniu com seu homólogo brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva para avaliar a relação bilateral e destacou que os projetos conjuntos devem continuar independentemente da futura mudança de governo em solo boliviano.
Em suas redes sociais, ele disse que tratou com Lula de "uma ampla e estratégica agenda de trabalho, coincidindo plenamente na importância de garantir, apesar de qualquer conjuntura política, a continuidade dos projetos bilaterais que estamos implementando, como os de fronteira, energia, comércio, investimentos e industrialização".
Os dois presidentes avaliaram o andamento da
construção da ponte sobre o rio Mamoré, entre Guayaramerín (Beni, Bolívia) e Guajará-Mirim (Rondônia, Brasil), que "é um símbolo de integração que fortalecerá o comércio e a irmandade entre nossos dois povos irmãos", segundo Arce.
A obra, que terá 1,2 mil metros de comprimento, será concluída em três anos e melhorará a conexão entre as populações amazônicas da região.
Para o analista e especialista em relações internacionais Álvaro del Pozo, "o Brasil é um bom destino para encerrar um mandato presidencial, por conta da relação que temos com esse país. A Bolívia deveria buscar uma complementaridade não apenas política, mas também com o grande mercado brasileiro", disse à Sputnik.
"Há uma relação histórica que deve ser constantemente fortalecida, para além das conjunturas políticas que um governo pode definir", acrescentou.
O BRICS e o Mercosul na agenda
Durante seu mandato, iniciado em 2020, Arce alcançou dois marcos na política internacional: conseguiu que a Bolívia ingressasse como membro pleno do Mercosul, formado por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
Também integrou a Bolívia como Estado associado ao BRICS, o grupo de países emergentes liderado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Em ambos os casos, foi determinante o
apoio do Brasil em favor da Bolívia, segundo del Pozo, nos últimos anos os governos de Arce e Lula da Silva "mantiveram uma relação especialmente generosa e amigável da parte do Brasil com a Bolívia, devido à coincidência ideológica entre os dois presidentes".
O analista destacou que a Bolívia ainda precisa ajustar sua legislação à dos países membros do Mercosul.
No entanto, o candidato ao segundo turno Jorge Tuto Quiroga (2001–2002) já antecipou que não tem interesse em integrar o bloco. Por isso, é de se prever que seus legisladores na Assembleia Legislativa Plurinacional não apoiarão a adequação das normativas.
O candidato Rodrigo Paz, por sua vez, declarou anteriormente à Sputnik que, se chegar ao governo, manterá a participação do país tanto nesse grupo quanto no BRICS.
Tanto o Mercosul quanto o BRICS "são espaços abertos para a Bolívia que são interessantes e que devem ser percorridos para beneficiar um país em desenvolvimento como o nosso, que precisa de uma cooperação multipolar efetiva e mais flexível", afirmou ele.
Nas últimas semanas,
tanto Paz quanto Quiroga viajaram aos Estados Unidos para dialogar com autoridades do
governo do presidente norte-americano, Donald Trump, e com empresários daquele país. Separadamente, ambos anteciparam que melhorarão as relações da Bolívia com os EUA caso assumam o Poder Executivo.
Os dois países não mantêm embaixadores desde 2008, quando o então presidente Evo Morales (2006–2019) acusou Washington de "conspirar" contra seu governo.
Como a Bolívia deveria se posicionar nesse contexto?
"Deveríamos adotar um não alinhamento ativo e entender nosso lugar dentro do realismo periférico. Isso pode nos levar a semear e colher mais benefícios, sem nos submetermos a uma linha que retire nossa independência em política externa. Assim, poderemos encontrar mais vantagens fora de uma lógica ideológica", afirmou del Pozo.
Segundo ele, Brasil, EUA, Rússia, China e Argentina são parceiros vitais para a Bolívia e o novo governo deverá ter uma visão alinhada com a necessidade de projeção internacional.
Em entrevista para a Sputnik, o analista Ricardo Cardona opinou que o
vínculo fluido com o Brasil continuará no próximo governo, "porque beneficia a Bolívia, é uma política nacional".
"Devemos ampliar mercados para aprofundar o livre intercâmbio com [Brasília], exportar baterias de lítio e tudo o que o nosso país produz, como ureia e eletricidade", observou, destacando que o país vizinho representa um imenso mercado, com mais de 200 milhões de pessoas.
Quanto ao Mercosul, ele disse que não é conveniente para a Bolívia retroceder ou sair do bloco.
"Vi que o candidato Quiroga fala em sair desse espaço, o que não é uma política nacionalista", comentou Cardona.
Para esse analista, especializado em energia, no futuro Bolívia e Brasil deveriam aumentar o desenvolvimento conjunto de eletricidade por meio da instalação de hidrelétricas nos rios amazônicos que compartilham.
O crescimento constante do mercado e da indústria brasileira justificaria esse investimento e geraria receitas importantes para o Estado Plurinacional, assegurou.
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