EUA e China retomam diálogo comercial após tensão por minerais críticos, diz mídia
© AP Photo / Alex Brandon
Nos siga no
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, se reunirá com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, após nova escalada comercial causada por controles chineses sobre minerais essenciais. O encontro pode definir se Trump e Xi Jinping seguirão com a cúpula planejada na Coreia do Sul.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, anunciou que se reunirá com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, na próxima semana na Malásia, após uma conversa inicial por telefone. De acordo com o Financial Times (FT), o encontro é visto como um possível avanço nas relações comerciais entre os dois países e pode influenciar a realização da cúpula entre Donald Trump e Xi Jinping na Coreia do Sul.
A reunião ocorre em meio a tensões crescentes, após a China anunciar controles rigorosos sobre a exportação de terras raras e minerais essenciais, o que ameaça as cadeias globais de suprimentos. Bessent classificou a medida como uma "escalada substancial e não provocada", enquanto Trump reagiu com a ameaça de uma tarifa adicional de 100% sobre produtos chineses, elevando a taxa média para 157%.
Apesar de ter sugerido anteriormente que não valeria a pena se reunir com Xi, Trump mudou de posição.
"Parece que vai avançar", disse o presidente norte-americano na sexta-feira (17). "Eles [governo chinês] querem se encontrar. Nós gostamos de nos encontrar. Tenho um relacionamento muito bom com o presidente Xi e vamos ver o que acontece."
Nos últimos dias, Bessent e o representante comercial Jamieson Greer intensificaram as críticas à China, acusando o país de tentar prejudicar a economia global. Bessent ironizou que, se a China quiser desacelerar o crescimento mundial, será a mais afetada por suas próprias ações, dado seu papel como principal fornecedora de minerais estratégicos.
Bessent também sugeriu que Xi Jinping talvez não estivesse ciente dos controles sobre terras raras, atribuindo a responsabilidade a Li Chenggang, negociador comercial de He Lifeng. No entanto, especialistas ouvidos pela apuração da mídia britânica contestaram essa hipótese, afirmando que Li age sob ordens superiores e não como um agente independente ou "desonesto".
A China rebateu as críticas, acusando os EUA de hipocrisia por terem adotado medidas agressivas contra empresas chinesas antes da reunião anterior entre Bessent e He Lifeng em Madri. Os EUA negaram a acusação, alegando que os controles chineses estavam sendo preparados muito antes das ações norte-americanas.
Os controles de exportação chineses devem entrar em vigor em 1º de dezembro, enquanto Trump ameaça antecipar suas contramedidas para antes de 1º de novembro. Ainda segundo o FT, fontes do governo dos EUA indicam pessimismo quanto à possibilidade de a China recuar, o que mantém o impasse comercial em aberto.
