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Países em desenvolvimento querem triplicar fundos para adaptação climática, diz CEO da COP30

© Foto / Antonio Cruz / Agência BrasilAna Toni durante entrevista após a 11ª reunião dos ministros de Meio Ambiente do BRICS, sob a presidência brasileira, em Brasília (DF). Brasil, 3 de abril de 2025
Ana Toni durante entrevista após a 11ª reunião dos ministros de Meio Ambiente do BRICS, sob a presidência brasileira, em Brasília (DF). Brasil, 3 de abril de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 23.10.2025
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Em coletiva, Ana Toni diz que financiamento público será o "pilar" da adaptação climática e que países em desenvolvimento querem triplicar os fundos para a medida, que hoje giram em torno de US$ 40 bilhões.
A adaptação climática é o próximo passo da sobrevivência humana, sucedendo e complementando a mitigação dos efeitos das mudanças no clima. É o que afirma a 8ª Carta da Presidência da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), apresentada nesta quinta-feira (23).
Em coletiva, o presidente designado da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, e Ana Toni, diretora-executiva do evento, destacaram a necessidade de financiar a adaptação climática.
O secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores e Presidente da COP30, Embaixador, André Corrêa do Lago fala durante o lançamento da Carta da Presidência da COP30, em 10 de março de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 13.10.2025
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Toni afirmou que, após duplicar o financiamento para a adaptação climática, para US$ 40 bilhões por ano (cerca de R$ 215 bilhões), os países menos desenvolvidos agora querem triplicar a cifra.
No entanto, o distanciamento dos Estados Unidos das questões climáticas levanta dúvidas sobre a viabilidade do projeto.

"Quando os EUA não estão no acordo, os países desenvolvidos têm um pouco de receio de triplicar e não conseguir ter um grande ator, um dos grandes financiadores, que são os EUA."

Em contraponto, ela destacou que países desenvolvidos já estão investindo entre 6% e 10% do PIB em adaptação climática. Diante disso, afirmou que a COP30 visa debater o tipo de financiamento para adaptação para países em desenvolvimento, que pode ser privado ou público.
"Essas contas que a gente tem muito claras em mitigação, em adaptação, isso não é a realidade ainda. Então o esforço que está sendo feito é chegar em números críveis e, sim, aumentar o financiamento público para adaptação — não pensando em um valor, e, sim, em instrumentos que dão acesso aos países que mais precisam."
O embaixador André Corrêa do Lago frisou que há uma grande preocupação relativa à tentativa de privatização do financiamento de adaptação, e destacou que o financiamento público "tem que ser a maior parte dos recursos para adaptação".

"A verdade é que o [financiamento] público continua sendo absolutamente essencial. […]. No caso como o de Porto Alegre, foi o governo que cobriu a maior parte dos custos das inundações. Não foi cooperação internacional, não foi ajuda internacional. Não tinha fundo para isso."

Ana Toni acrescentou que priorizar o financiamento público "não impede que haja financiamento privado, quando couber". "Não é um ou outro. Vamos precisar de ambos. E lembrar, também, [que] pode ter outros instrumentos econômicos, como troca de dívida por resiliência, como bônus. Então há uma diversidade de instrumentos econômicos, mas o financiamento público, ele é o pilar", afirma.
Em relação ao financiamento privado, Corrêa afirma que será feito por meio de uma filantropia que, a pedido da gestão do evento, está reunindo recursos.

"As filantropias têm apoiado o trabalho substantivo da COP, e isso tem sido importantíssimo para nós. Está viabilizando várias coisas, e portanto nós estamos muito agradecidos", concluiu o embaixador.

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