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Em evento que homenageou Vladimir Herzog, Alckmin diz que Brasil saiu mais forte após tentativa de golpe

© Sputnik / Guilherme CorreiaEm evento que homenageou Vladimir Herzog, Alckmin diz que Brasil saiu mais forte após tentativa de golpe. Outubro de 2025
Em evento que homenageou Vladimir Herzog, Alckmin diz que Brasil saiu mais forte após tentativa de golpe. Outubro de 2025 - Sputnik Brasil, 1920, 25.10.2025
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O vice-presidente e presidente em exercício, Geraldo Alckmin, afirmou nesta sexta-feira (25) que a tentativa de golpe ocorrida há dois anos no Brasil consolidou a confiança da população nas instituições.
"Tentaram um golpe perdendo a eleição; imagine se tivessem ganho. Acho que só fortaleceu a democracia. O brasileiro tem amor à liberdade, à justiça e à democracia", disse ele durante um evento que homenageou o jornalista Vladimir Herzog, morto há 50 anos pela ditadura militar, na Catedral da Sé, em São Paulo (SP).
Alckmin definiu a morte do jornalista como resultado de "um Estado extremista que perseguia e matava cidadãos".
Para ele, o episódio é um lembrete de que é preciso fortalecer instituições democráticas.
"Fortalecer a democracia, a justiça e a liberdade é essencial [...] Há 50 anos, ao fim de um ato inter-religioso, realizado nesta mesma catedral, uma multidão saiu às ruas em silêncio. O silêncio não foi derivado do medo nem da omissão. Pelo contrário, representou o mais eloquente protesto, o mais retumbante grito de basta, que merecia ser ouvido pela cruel ditadura", narrou em discurso na catedral.
Segundo ele, a partir do marco zero na Sé, "fluiu pelas ruas e avenidas, tomou praças, propagou-se por cidades e estados, estendeu-se por todo o país o espírito de liberdade que voltava a animar o povo brasileiro".

"Hoje, lembramos para não esquecer e para não deixar que esqueçam, não para preservar o passado, mas sim para realizar as suas esperanças", defendeu.

O filho do jornalista assassinado, Ivo Herzog, afirmou que o evento representa "mais um capítulo histórico" na luta pela memória e pela justiça.

"Há 50 anos, quando mais de oito mil pessoas vieram a essa catedral demonstrar sua indignação contra a barbárie que foi cometida contra o meu pai, havia muito medo, medo do Estado. Havia dezenas de atiradores de plantão aguardando que qualquer manifestação justificasse um massacre", declarou.

Encontro entre Lula e Trump

Ele também afirmou que a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Malásia pode marcar uma nova nova etapa nas relações bilaterais com os Estados Unidos diante do possível encontro com o líder estadunidense, Donald Trump, que ainda não foi anunciado oficialmente, mas nos bastidores já é tratado como realidade.
Ambos os líderes estão em Kuala Lumpur para participar da 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês), que começa neste domingo (26).
Segundo Alckmin a futura reunião deve abrir espaço para ampliar a cooperação econômica e política entre os dois países.

"A expectativa é positiva, um encontro de dois líderes que irão defender seus países e trabalhar para fortalecer a relação Brasil-Estados Unidos. Acho que tem uma avenida aí pela frente", declarou.

Alckmin também afirmou que não há "tema proibido" na agenda e destacou áreas estratégicas como comércio, energia, tecnologia e minerais críticos.
O vice-presidente lembrou que o Brasil já mantém tarifas baixas com os Estados Unidos e apontou oportunidades ligadas à atração de data centers e ao mercado de terras raras.
"Você tem uma pauta extensa de possibilidades, de parceria, de ganho a ganho", afirmou, ressaltando também recentes reduções tarifárias em produtos como celulose e madeira.

"Há 30 dias, a celulose passou a ter tarifa zero, o que representa 4% das exportações brasileiras para os Estados Unidos, cerca de US$ 1,7 bilhão. E, há 15 dias, a tarifa sobre madeira serrada caiu de 50% para 10%", exemplificou. "O Brasil já tem uma tarifa média de 2,7% com os Estados Unidos. Dos dez produtos que eles mais exportam, oito têm tarifa zero", disse.

Alckmin citou também o avanço do país em áreas estratégicas, como a atração de data centers — favorecida, segundo ele, pela energia limpa e abundante — e o potencial brasileiro em minerais críticos, como as terras raras.
O presidente em exercício minimizou eventuais dificuldades no diálogo com Washington diante do plano americano de reindustrialização, que inclui políticas de desvalorização do dólar e tarifas protecionistas.
"Temos 201 anos de parceria e cerca de 4 mil empresas americanas no Brasil. Há muita possibilidade de complementariedade econômica." Ele lembrou que recentes reduções tarifárias abriram espaço para o crescimento das exportações brasileiras.
Na Malásia, Lula aposta em solução para tarifaço dos EUA e aguarda encontro com Trump - Sputnik Brasil, 1920, 25.10.2025
Na Malásia, Lula aposta em solução para tarifaço dos EUA e aguarda encontro com Trump
Entre os temas a serem levados por Lula no encontro com Trump, estão concessões dos EUA ao setor de carne brasileira, enquanto é esperado que o estadunidense defenda a desregulamentação das big techs pelo Brasil e a entrada do etanol norte-americano no mercado brasileiro.
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