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'Um dia triste': Rússia explica abstenção em votação de Conselho de Segurança da ONU sobre Gaza

© Sputnik / Nancy Sisel Representante permanente da Rússia na Organização das Nações Unidas (ONU), Vasily Nebenzya, durante reunião do Conselho de Segurança da organização, em Nova York, EUA (foto de arquivo)
Representante permanente da Rússia na Organização das Nações Unidas (ONU), Vasily Nebenzya, durante reunião do Conselho de Segurança da organização, em Nova York, EUA (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 17.11.2025
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O embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, explicou o motivo pelo qual a Rússia se absteve da votação que aprovou a resolução dos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU (CSNU) sobre a Faixa de Gaza. "Lembra práticas coloniais", definiu.
Nesta segunda-feira (17), o Conselho de Segurança da ONU aprovou por 13 votos e 2 abstenções, da Rússia e da China, a criação de uma Força Internacional de Estabilização e de um Conselho da Paz, para gerir a Faixa de Gaza durante a transição de governo.
Segundo o embaixador russo Vasily Nebenzya, há dúvidas quanto a suposta colaboração da Força Internacional de Estabilização com a Autoridade Palestina, uma vez que a falta de detalhes da resolução permitiria à força internacional agir sem consultar Ramallah.
"Isso pode consolidar a separação da Faixa de Gaza da Cisjordânia. Lembra as práticas coloniais e o Mandato Britânico da Liga das Nações para a Palestina, quando a opinião dos próprios palestinos não era levada em consideração."
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Ele também expressou preocupação com as dúvidas que persistem sobre o mandato da força sob o plano de Trump, incluindo se suas “tarefas de imposição da paz” poderiam “de fato transformá-la em parte do conflito, indo além dos limites da manutenção da paz”
Ainda há o perigo que o documento pode servir de "pretexto para experimentos desenfreados conduzidos pelos EUA em Israel, no território palestino ocupado."

China também demonstra preocupação

A China também se absteve na votação. Para o embaixador chinês, Fu Cong, a resolução não demonstra o principio fundamental de "palestinos governando a Palestina". "Gaza pertence aos palestinos e a mais ninguém."
Para o embaixador chinês, assim como a Nebenzya, faltam detalhes sobre a Força Internacional de Estabilização e o Conselho da Paz, órgão de transição governamental.

"Deveria haver explicações sobre suas estruturas, composição, termos de referência e critérios de preparação."

A resolução autoriza o Conselho de Paz, que será liderado por Trump, "a assumir total responsabilidade pelos arranjos civis e de segurança em Gaza, mas não estipula nenhum mecanismo de supervisão ou revisão além dos relatórios anuais por escrito".
Tanto a Força Internacional de Estabilização quando o Conselho de Paz fazem parte de um plano de 20 etapas elaborado pela Casa Branca para encerrar o conflito na Faixa de Gaza. A ideia da proposta de Trump é garantir a segurança das fronteiras de Gaza, proteger civis, fornecer ajuda humanitária, treinar uma força policial palestina reconstituída e supervisionar o desarmamento do Hamas e de outros grupos armados.
No entanto, ao correr com sede ao pote, o governo norte-americano desconsidera os elementos jurídicos internacionais, ressaltaram os embaixadores. O CSNU tem como função promover resoluções baseadas no direito internacional, não de endossar um plano criado por um determinado país.

"Não há motivos para comemorar: hoje é um dia triste para o Conselho. Além dos desejos das partes interessadas, existe também o conceito de integridade do Conselho de Segurança. E hoje, com a adoção desta resolução, essa integridade e a prerrogativa do Conselho foram violadas", definiu Nebenzya.

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