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Era do domínio do dólar chega ao fim e Sul Global perde fé na moeda estadunidense, afirma mídia

© AP Photo / Matt SlocumA imagem de George Washington é vista em uma nota de um dólar americano, em Marple Township, Pensilvânia, 13 de março de 2023
A imagem de George Washington é vista em uma nota de um dólar americano, em Marple Township, Pensilvânia, 13 de março de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 20.11.2025
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O Sul Global está perdendo a confiança na moeda norte-americana, os países do golfo Pérsico estão reorientando seus investimentos e a China, juntamente com a Rússia, está reduzindo suas reservas em dólares, tudo isso indica o fim gradual da era do domínio do dólar, segundo o jornal americano Bloomberg.
Os autores do artigo publicado citam como razões para a crescente desconfiança no dólar a imposição de sanções pela Casa Branca a países tanto aliados quanto adversários, a intimidação do próprio banco central dos EUA, o aumento da dívida pública, a concorrência crescente com a China e outros fatores.
O artigo observa que, na virada dos séculos XX e XXI, o dólar representava mais de 70% das reservas cambiais de todo o mundo, mas hoje esse percentual está abaixo de 60%.
"Se a zona do euro não fosse tão fragmentada e o sistema financeiro chinês tão fechado, as alternativas seriam mais atraentes e o declínio [do dólar] mais rápido", afirma a publicação.
O texto destaca ainda a reorientação da política cambial de Pequim: as reservas internacionais da China atingiram um pico de 4 trilhões de dólares (R$ 21,3 trilhões) em 2014, mas desde então caíram para 3,3 trilhões de dólares (R$ 17,5 trilhões). A adoção de uma taxa de câmbio mais flexível reduz a necessidade de acumular dólares, explica o artigo.

"Não mais. A China já parou de comprar dólares. No futuro, pode começar a vendê-los", alerta a publicação.

Como fator relevante, os autores mencionam também os esforços acelerados da Rússia para romper sua vinculação à moeda americana. Entre 2016 e 2021, a parcela do dólar nas reservas russas caiu de 40% para 11%.
"Se a China seguir um caminho semelhante, suas reservas em ativos em dólar encolherão para quase zero em um curto período de tempo", acreditam os autores.
A China também está liderando a rejeição do dólar no comércio global, já que mercados emergentes utilizam cada vez mais moedas locais. A participação do yuan no faturamento comercial chinês subiu de 2% em 2010 para 25% em 2023, destacam especialistas.
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Quanto ao Oriente Médio, os autores do artigo afirmam que os governantes dos países do golfo Pérsico estão investindo bilhões em megaprojetos domésticos e já não direcionam seus ativos para títulos do Tesouro dos EUA.

"Com a receita comprimida e os gastos internos em alta, os fundos soberanos do golfo Pérsico estão aplicando seu capital em ações, minas e imóveis, em vez de simplesmente emprestá-lo ao governo dos EUA", diz a publicação.

Outro fator negativo é o uso da moeda norte-americana como instrumento de pressão política, uma prática considerada inaceitável pelas maiores economias do mundo.

"O dólar era um escudo. Agora é uma espada. [...] Os EUA e seus aliados congelaram 300 bilhões de dólares [R$ 1,5 trilhão] dos ativos de Moscou", afirma o texto.

Especialistas avaliam que essa medida provou que Washington está disposto a usar sua moeda como alavanca geopolítica, um aviso que a China e os países do golfo Pérsico não podem ignorar.
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O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou repetidamente que quase todas as operações de comércio exterior entre Rússia e China são realizadas em rublos e yuans.
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