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TPI deve ir além de suas raízes eurocêntricas, afirma analista queniano
TPI deve ir além de suas raízes eurocêntricas, afirma analista queniano
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Em comemoração ao 80º aniversário dos Julgamentos de Nuremberg, o pesquisador jurídico e analista político queniano Teddy Odira argumentou que o mundo se... 23.11.2025, Sputnik Brasil
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Em entrevista à Sputnik, Odira lembrou que Nuremberg estabeleceu precedentes históricos: responsabilidade penal individual, responsabilização por atrocidades mesmo sob ordens militares e uma base moral que posteriormente moldou a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Convenção sobre o Genocídio.Esses princípios, observou ele, inspiraram as lutas de libertação africanas e os movimentos constitucionais.Contudo, Odira alertou que, hoje, a política de poder global diluiu o legado de Nuremberg. Nações poderosas "se envolvem em guerras jurídicas e exploram ambiguidades legais para fins políticos", enquanto a justiça seletiva — especialmente em relação aos Estados africanos — corrói a confiança.O Tribunal Penal Internacional (TPI), disse ele, ainda "luta para escapar da influência política de quem o criou", com seu histórico alimentando a desilusão do Terceiro Mundo. Para reconstruir a credibilidade, Odira insistiu que o direito internacional deve abandonar a arquitetura eurocêntrica e abraçar tradições jurídicas plurais — incluindo mecanismos africanos de busca da verdade, cura e justiça restaurativa.A omissão em confrontar as injustiças históricas, acrescentou, continua a moldar as desigualdades, o trauma e a desconfiança nas instituições globais da atualidade. Para que a África trilhe um caminho diferente, Odira defendeu tribunais regionais mais fortes, processos judiciais internos robustos, estruturas de reparação e vozes africanas empoderadas:
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áfrica, nuremberg, tribunal penal internacional (tpi), declaração universal dos direitos humanos
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TPI deve ir além de suas raízes eurocêntricas, afirma analista queniano
21:56 23.11.2025 (atualizado: 21:57 23.11.2025) Em comemoração ao 80º aniversário dos Julgamentos de Nuremberg, o pesquisador jurídico e analista político queniano Teddy Odira argumentou que o mundo se afastou do espírito que definiu a justiça internacional moderna — e a África está pagando o preço.
Em entrevista à Sputnik, Odira lembrou que Nuremberg estabeleceu precedentes históricos: responsabilidade penal individual, responsabilização por atrocidades mesmo sob ordens militares e uma base moral que posteriormente moldou a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Convenção sobre o Genocídio.
Esses princípios, observou ele, inspiraram as
lutas de libertação africanas e os movimentos constitucionais.
Contudo, Odira alertou que, hoje, a política de poder global diluiu o legado de Nuremberg. Nações poderosas "se envolvem em guerras jurídicas e exploram ambiguidades legais para fins políticos", enquanto a justiça seletiva — especialmente em relação aos Estados africanos — corrói a confiança.
O
Tribunal Penal Internacional (TPI), disse ele, ainda
"luta para escapar da influência política de quem o criou", com seu histórico alimentando a desilusão do Terceiro Mundo. Para reconstruir a credibilidade, Odira insistiu que o
direito internacional deve abandonar a arquitetura eurocêntrica e abraçar tradições jurídicas plurais — incluindo mecanismos africanos de busca da verdade, cura e justiça restaurativa.
A omissão em confrontar as injustiças históricas, acrescentou,
continua a moldar as desigualdades, o trauma e a desconfiança nas instituições globais da atualidade. Para que
a África trilhe um caminho diferente,
Odira defendeu tribunais regionais mais fortes, processos judiciais internos robustos, estruturas de reparação e vozes africanas empoderadas:
"Se começarmos a processar aqueles que cometem esses crimes hediondos por nós mesmos, não dependeremos do TPI para processá-los. E, para mim, o mais importante para a África é ter sua própria voz em determinadas questões. A África deve estar em posição de processar seu próprio povo e responsabilizá-lo pelos crimes que comete."
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