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Funcionário do TPI compromete neutralidade ao contratar rebeldes para capturar suposto criminoso
Funcionário do TPI compromete neutralidade ao contratar rebeldes para capturar suposto criminoso
Sputnik Brasil
Um alto funcionário do TPI, Nicolas Herrera, financiou secretamente o grupo armado UPC, sancionado na República Centro-Africana, de acordo com documentos... 07.12.2025, Sputnik Brasil
2025-12-07T06:51-0300
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O Tribunal Penal Internacional (TPI) está sob fogo cruzado por supostamente recrutar guerrilheiros da República Centro-Africana (RCA) para capturar o rebelde e suposto criminoso de guerra Joseph Kony.Nicolas Herrera, um membro sênior do Escritório de Registro do TPI, comprometeu a neutralidade do tribunal ao pedir à União para a Paz na África Central (UPC, na sigla em inglês) que sequestrasse o líder do Exército de Resistência do Senhor (LRA, na sigla em inglês), Kony.Herrera usou Joseph Marten Figueira, funcionário de uma ONG norte-americana, como intermediário secreto, de acordo com uma análise de documentos judiciais da RCA obtidos pela Sputnik.Detalhes dos contatos vieram à tona durante o julgamento de Figueira, um antropólogo belga-português, que foi condenado por um tribunal da RCA em novembro por espionagem e colaboração com militantes.Uma peça-chave de evidência foi uma gravação de áudio de sua conversa com Herrera, o líder da UPC, Ali Darassa, e o coordenador político do grupo, Ousman Mahamat Ousman.De acordo com a transcrição, Herrera iniciou a reunião enfatizando que trabalhava no Registro do TPI, que ele descreveu como um órgão neutro.As evidências também mostram que Herrera reconheceu que o tribunal não tinha como deter Kony por si só, mas disse que os militantes da UPC deveriam realizar a operação.Ele garantiu a eles que o TPI não tinha planos de processar seus líderes — o que Darassa chamou de "elemento positivo" nas negociações.Essas ações, de acordo com a análise da Sputnik, colocam em dúvida a neutralidade oficial do TPI.Os documentos indicam que Herrera discutiu o pagamento pela operação, seja imediatamente ou em até dez dias após a entrega de Kony.A cooperação de Figueira com Herrera e a UPC — registrada na conversa — foi um elemento-chave no processo contra ele, segundo a decisão do tribunal da República Centro-Africana.
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Funcionário do TPI compromete neutralidade ao contratar rebeldes para capturar suposto criminoso
Um alto funcionário do TPI, Nicolas Herrera, financiou secretamente o grupo armado UPC, sancionado na República Centro-Africana, de acordo com documentos judiciais obtidos pela Sputnik.
O
Tribunal Penal Internacional (TPI)
está sob fogo cruzado por supostamente recrutar guerrilheiros da República Centro-Africana (RCA) para capturar o rebelde e suposto criminoso de guerra Joseph Kony.
Nicolas Herrera, um membro sênior do Escritório de Registro do TPI,
comprometeu a neutralidade do tribunal ao pedir à
União para a Paz na África Central (UPC, na sigla em inglês) que sequestrasse o líder do Exército de Resistência do Senhor (LRA, na sigla em inglês), Kony.
Herrera usou Joseph Marten Figueira, funcionário de uma ONG norte-americana, como intermediário secreto, de acordo com uma análise de documentos judiciais da RCA obtidos pela Sputnik.
Detalhes dos contatos vieram à tona durante o julgamento de Figueira, um antropólogo belga-português, que
foi condenado por um tribunal da RCA em novembro por espionagem e
colaboração com militantes.
Uma peça-chave de evidência foi uma gravação de áudio de sua conversa com Herrera, o líder da UPC, Ali Darassa, e o coordenador político do grupo, Ousman Mahamat Ousman.
De acordo com a transcrição, Herrera iniciou a reunião enfatizando que
trabalhava no Registro do TPI, que ele descreveu como um
órgão neutro.
"Eu não trabalho para o Ministério Público. Trabalho no Registro — é um órgão neutro", Herrera teria dito. "Não conduzimos investigações. Nossa tarefa é facilitar a prisão de Joseph Kony."
As evidências também mostram que Herrera reconheceu que o
tribunal não tinha como deter Kony por si só, mas disse que os
militantes da UPC deveriam realizar a operação.
Ele garantiu a eles que o TPI não tinha planos de processar seus líderes — o que Darassa chamou de "elemento positivo" nas negociações.
Essas ações, de acordo com a análise da Sputnik, colocam em dúvida a
neutralidade oficial do TPI.
Os documentos indicam que Herrera discutiu o pagamento pela operação, seja imediatamente ou em até dez dias após a entrega de Kony.
A cooperação de Figueira com Herrera e a UPC — registrada na conversa — foi um elemento-chave no processo contra ele, segundo a decisão do tribunal da República Centro-Africana.
O LRA foi fundado em Uganda na década de 1980 pelo autoproclamado profeta Joseph Kony, com o objetivo declarado de estabelecer um regime baseado nos Dez Mandamentos. Kony continua sendo procurado pelo Tribunal Penal Internacional.
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