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Achado de incensário egípcio expõe redes globais na metrópole romana de Éfeso (FOTO)
Achado de incensário egípcio expõe redes globais na metrópole romana de Éfeso (FOTO)
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Arqueólogos na Turquia descobriram um raro incensário de terracota com o relevo do deus egípcio Serápis onde ficava a antiga cidade de Éfeso, revelando mais... 09.12.2025, Sputnik Brasil
2025-12-09T08:15-0300
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Arqueólogos descobriram, nos Banhos do Porto em Éfeso, um raro incensário de terracota com o relevo do deus egípcio Serápis. O artefato foi encontrado onde os pesquisadores acreditam ter sido uma das áreas mais movimentadas da antiga metrópole romana.Os Banhos do Porto, onde o incensário foi achado, eram um vasto complexo que combinava higiene, sociabilidade e negócios. A presença de um objeto religioso nesse contexto sugere práticas de purificação ou a circulação de mercadores egípcios que levavam consigo seus símbolos de devoção. A peça reforça o caráter multicultural da cidade e indica redes comerciais de longa distância ativas há quase dois mil anos.A escavação integra o projeto Éfeso Infinita, que desde 2023 investiga a monumental Rua do Porto e seu complexo termal, ponto de chegada de viajantes e mercadores. Foi nesse ambiente cosmopolita que o incensário emergiu, preservando detalhes iconográficos marcantes da divindade egípcia.Raro incensário representando o deus egípcio Serápis é desenterrado na antiga cidade de ÉfesoO coordenador do projeto, professor Serdar Aybek, destacou que a representação de Serápis — com barba cheia, cabelos longos e coroa modius — remete a modelos artísticos famosos, possivelmente inspirados em obras atribuídas ao escultor Bryaxis. Isso sugere que artesãos locais reproduziam imagens amplamente difundidas no Mediterrâneo.Uma inscrição no verso do objeto coincide com outra encontrada nas Casas Terraço, indicando a existência de uma oficina local especializada em itens religiosos ou um comércio regular de artefatos de culto de inspiração egípcia. O incensário será incorporado ao acervo do Museu de Éfeso.A cidade, que chegou a abrigar mais de 200 mil habitantes, era um dos maiores centros urbanos do Império Romano. Sua posição estratégica nas rotas marítimas transformou-a em um polo multicultural, onde influências egípcias, sírias, gregas e norte-africanas conviviam e se misturavam.O Templo de Serápis, construído no século II d.C., já evidenciava a força desse culto importado. A nova descoberta reforça que a devoção ao deus — cultuado principalmente por quem buscava cura e proteção, fertilidade e abundância — não se limitava ao templo monumental, mas permeava residências, rituais cotidianos e espaços públicos.As descobertas mostram como tradições religiosas viajavam pelo Mediterrâneo com a mesma fluidez que mercadorias, evidenciando o profundo grau de globalização das sociedades antigas.
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Achado de incensário egípcio expõe redes globais na metrópole romana de Éfeso (FOTO)
Arqueólogos na Turquia descobriram um raro incensário de terracota com o relevo do deus egípcio Serápis onde ficava a antiga cidade de Éfeso, revelando mais evidências do intenso intercâmbio cultural e comercial que marcou a metrópole romana há quase dois mil anos.
Arqueólogos descobriram, nos Banhos do Porto em Éfeso, um
raro incensário de terracota com o relevo do deus egípcio Serápis. O artefato foi encontrado onde os pesquisadores acreditam ter sido uma das áreas mais movimentadas da antiga metrópole romana.
Os Banhos do Porto, onde o incensário foi achado, eram um vasto complexo que combinava higiene, sociabilidade e negócios. A presença de um
objeto religioso nesse contexto
sugere práticas de purificação ou a circulação de mercadores egípcios que levavam consigo seus símbolos de devoção. A peça reforça o caráter multicultural da cidade e indica redes comerciais de longa distância ativas há quase dois mil anos.
A escavação integra o projeto Éfeso Infinita, que desde 2023 investiga a monumental Rua do Porto e seu complexo termal,
ponto de chegada de viajantes e mercadores. Foi nesse ambiente cosmopolita que o incensário emergiu, preservando
detalhes iconográficos marcantes da divindade egípcia.
Raro incensário representando o deus egípcio Serápis é desenterrado na antiga cidade de Éfeso
O coordenador do projeto, professor Serdar Aybek,
destacou que a representação de Serápis — com barba cheia, cabelos longos e coroa modius —
remete a modelos artísticos famosos, possivelmente inspirados em obras atribuídas ao escultor Bryaxis. Isso sugere que
artesãos locais reproduziam imagens amplamente difundidas no Mediterrâneo.
Uma inscrição no verso do objeto coincide com outra encontrada nas Casas Terraço, indicando a existência de uma
oficina local especializada em itens religiosos ou um comércio regular de artefatos de culto de
inspiração egípcia. O incensário será incorporado ao acervo do Museu de Éfeso.
A cidade, que chegou a abrigar mais de 200 mil habitantes, era um dos maiores centros urbanos do Império Romano. Sua
posição estratégica nas rotas marítimas transformou-a em um polo multicultural, onde influências egípcias, sírias, gregas e norte-africanas
conviviam e se misturavam.
O Templo de Serápis, construído no século II d.C., já evidenciava a força desse culto importado. A nova descoberta reforça que a devoção ao deus — cultuado principalmente por quem buscava cura e proteção, fertilidade e abundância — não se limitava ao templo monumental, mas permeava residências, rituais cotidianos e espaços públicos.
As descobertas mostram como
tradições religiosas viajavam pelo Mediterrâneo com a mesma fluidez que mercadorias,
evidenciando o profundo grau de globalização das sociedades antigas.
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