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Se bem conduzida, economia verde pode ser 'trunfo estratégico' para América Latina, dizem analistas
Se bem conduzida, economia verde pode ser 'trunfo estratégico' para América Latina, dizem analistas
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A transição energética é uma pauta que, ainda que se queira, não podemos ignorar. Assim como a agenda econômica, a transição energética se impõe. Um relatório... 09.12.2025, Sputnik Brasil
2025-12-09T17:55-0300
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O Brasil tem se destacado mundialmente por sua matriz de energia renovável, com 88% vindo de fontes limpas como hidrelétricas, eólicas, solares e biomassa, além de ser um dos países com menor custo para geração de energia renovável do mundo a partir do relatório da Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA). O relatório revela que o país se mantém como referência na economia verde com custo médio de energia eólica onshore de US$ 30 por megawatt-hora (MWh), cerca de 32% abaixo da média mundial.Nesta edição do Mundioka, podcast da Sputnik Brasil, conversamos sobre o potencial da América Latina em energias renováveis com Pamela Kenne, doutoranda em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Kenne é pesquisadora na área de Sociologia Econômica, com foco na estruturação institucional das finanças sustentáveis e suas relações com a economia agroexportadora em contexto de transição energética.Segundo a especialista, a disponibilidade de recursos naturais coloca países da América Latina já em uma "outra inserção internacional geopolítica", comparando com países da América do Norte e Europa. "Na Alemanha, por exemplo, é mais restrito o acesso per capita de recursos hídricos e, nessa transição energética, muitas tecnologias, por exemplo, o hidrogênio verde, necessitam de um aumento de uso de recurso hídrico", pontua Kenne.A pesquisadora também destaca o desenvolvimento tecnológico de energia eólica no Brasil e como o país pode ser um protagonista neste segmento, citando já uma vontade de desenvolvimento verde nesta área durante o governo Dilma, mas lembrando a dependência do país na economia agropecuária e outras questões territoriais.Kenne acredita que o país pode se impor internacionalmente como protagonista na economia verde se for para frente em seus planos de transição energética, descabornização da indústria e investir mais no desenvolvimento tecnológico do setor energético.O Mundioka também conversou com Ricardo Luigi, geógrafo internacionalista e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF). Luigi explica que este possível "trunfo geopolítico" da América Latina só pode ser capitalizado dependendo do compromisso dos países em empreender os esforços para a transição energética, e na existência de um financiamento externo para essa possibilidade.Ele lembra que a COP30 trouxe a questão do financiamento para o holofote, mas para que isso se concretize, os países da região precisam se estruturar."Os investimentos na transição energética na América do Sul representam cerca de 2,5% dos investimentos em transição energética no mundo. Então, é uma margem muito pequena e tem diversos estudos que mostram que, para a transição energética acontecer até 2050 na América do Sul, a gente precisa que esses investimentos aumentem na proporção de 10 vezes o volume atual", ilustra o professor.Luigi também pontua que as mudanças na economia verde também afetariam a cultura em si, mudando a percepção das pessoas que o meio ambiente é fundamental para o desenvolvimento econômico, criando novas oportunidades, tecnologias e possibilidades de desenvolvimento em diversas áreas no Brasil. "Se a gente aumentar os investimentos na transição energética na América do Sul até 2050, há um potencial de aumentar o crescimento do PIB dos países da região em cerca de 1,1 ponto percentual. Então, a economia verde realmente oferece muitas possibilidades de desenvolvimento para a região no momento."
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Se bem conduzida, economia verde pode ser 'trunfo estratégico' para América Latina, dizem analistas
17:55 09.12.2025 (atualizado: 18:05 09.12.2025) Especiais
A transição energética é uma pauta que, ainda que se queira, não podemos ignorar. Assim como a agenda econômica, a transição energética se impõe. Um relatório da Bloomberg informa que a América Latina vai adicionar 26 GW de nova capacidade em energia solar e eólica. O que significa essa economia verde que se desenha para a América Latina?
O Brasil tem se destacado mundialmente por sua matriz de energia renovável, com 88% vindo de fontes limpas como hidrelétricas, eólicas, solares e biomassa, além de ser um dos países com menor custo para geração de energia renovável do mundo a partir do relatório da Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA). O relatório revela que o país se mantém como referência na economia verde com custo médio de energia eólica onshore de US$ 30 por megawatt-hora (MWh), cerca de 32% abaixo da média mundial.
Nesta edição do Mundioka, podcast da Sputnik Brasil, conversamos sobre o potencial da América Latina em energias renováveis com Pamela Kenne, doutoranda em Sociologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Kenne é pesquisadora na área de Sociologia Econômica, com foco na estruturação institucional das finanças sustentáveis e suas relações com a economia agroexportadora em contexto de transição energética.
Segundo a especialista, a disponibilidade de recursos naturais coloca países da América Latina já em uma
"outra inserção internacional geopolítica", comparando com países da América do Norte e Europa. "Na Alemanha, por exemplo, é mais restrito o acesso per capita de recursos hídricos e, nessa transição energética, muitas tecnologias, por exemplo,
o hidrogênio verde, necessitam de um aumento de uso de recurso hídrico", pontua Kenne.
"Aqui é possível produzir novos produtos rotulados como verdes, porque esses produtos vão ser produzidos a partir de fontes renováveis. Economias como a China, por exemplo, hoje um dos principais polos tecnológicos do mundo, ainda é muito dependente de energias à base de combustíveis fósseis, como o carvão. Diferente da América Latina."
A pesquisadora também destaca o
desenvolvimento tecnológico de energia eólica no Brasil e como o país pode ser um protagonista neste segmento, citando já uma vontade de desenvolvimento verde nesta área durante o
governo Dilma, mas lembrando a
dependência do país na economia agropecuária e outras questões territoriais.
Kenne acredita que o país pode se impor internacionalmente como protagonista na economia verde se for para frente em seus planos de transição energética, descabornização da indústria e investir mais no desenvolvimento tecnológico do setor energético.
O Mundioka também conversou com Ricardo Luigi, geógrafo internacionalista e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF). Luigi explica que este possível "trunfo geopolítico" da América Latina só pode ser capitalizado dependendo do compromisso dos países em empreender os esforços para a transição energética, e na existência de um financiamento externo para essa possibilidade.
Ele lembra que a COP30 trouxe
a questão do financiamento para o holofote, mas para que isso se concretize, os países da região precisam se estruturar.
"Os investimentos na transição energética na América do Sul representam cerca de 2,5% dos investimentos em transição energética no mundo. Então, é uma margem muito pequena e tem diversos estudos que mostram que, para a transição energética acontecer até 2050 na América do Sul, a gente precisa que esses investimentos aumentem na proporção de 10 vezes o volume atual", ilustra o professor.
"Por onde vão ser captados esses investimentos? Como vai se dar essa transição energética? Quem vão ser os parceiros nessa transição energética? É uma questão diretamente relacionada à geopolítica global."
Luigi também pontua que as mudanças na economia verde também afetariam a cultura em si, mudando a percepção das pessoas que o meio ambiente é fundamental para o desenvolvimento econômico, criando novas oportunidades, tecnologias e possibilidades de desenvolvimento em diversas áreas no Brasil. "Se a gente aumentar os investimentos na transição energética na América do Sul até 2050, há um potencial de aumentar o crescimento do PIB dos países da região em cerca de 1,1 ponto percentual. Então, a economia verde realmente oferece muitas possibilidades de desenvolvimento para a região no momento."
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